29/07/2016 às 07:00, atualizado em 29/07/2016 às 08:21

Estação Central do Metrô tem simulação antiterrorismo para a Olimpíada

Cerca de 300 militares e agentes de segurança participaram, na noite de quinta-feira (28), de ação preventiva para os dias em que Brasília sediará jogos de futebol do evento esportivo

Por Gabriela Moll, da Agência Brasília 

Durante quase três horas da noite dessa quinta-feira (28), a Estação Central do Metrô, na Rodoviária do Plano Piloto, foi tomada por reféns, terroristas e explosão de bombas. O cenário é parte de uma simulação do Comando Militar do Planalto para agir em caso de atentados durante a Olimpíada 2016 em Brasília.

Por volta das 23 horas de ontem, figurantes que se passaram por terroristas anunciaram que estavam armados e que tinham reféns. De acordo com o planejamento estratégico, os agentes de segurança do metrô informam o Centro Integrado de Comando e Controle Regional, responsável por acionar os batalhões responsáveis. Com a chegada dos militares, todas as luzes foram desligadas, seguindo o protocolo de segurança. O apagão é uma forma de evitar que os supostos terroristas saibam de onde vêm os militares, que são equipados com óculos de visão noturna.

A simulação seguiu protocolos de segurança, como a ação dos militares ocorrendo com a estação completamente às escuras.

A simulação seguiu protocolos de segurança, como a ação dos militares ocorrendo com a estação completamente às escuras. Foto: Andre Borges/Agência Brasília

Houve explosões de simulacros de bombas radiológicas em um dos quatro vagões disponíveis para a ação. Os agentes resgataram os cerca de 60 figurantes que representaram reféns. As vítimas foram levadas a postos de descontaminação, e os feridos, transportados por bombeiros devidamente equipados. As pessoas em condições de se locomover foram encaminhadas para receber o tratamento com água e produtos químicos. Depois dos primeiros atendimentos, na situação real, as vítimas deverão ser levadas para a unidade de saúde mais próxima, se for o caso.

Durante a simulação, os profissionais seguiram o protocolo de atendimento emergencial e transporte de possíveis vítimas de atentado terrorista. Além da força tática na estação do metrô, uma equipe de contingência cercou o perímetro da Rodoviária do Plano Piloto durante a ação para simular o isolamento da área.

Foi simulada também a explosão de bombas radiológicas, o que fez com que as vítimas fossem levadas a postos de descontaminação com água e produtos químicos.

Foi simulada também a explosão de bombas radiológicas, o que fez com que as vítimas fossem levadas a postos de descontaminação com água e produtos químicos. Foto: Andre Borges/Agência Brasília

O comandante Militar do Planalto, general-de-divisão César Leme Justo, explicou que a ação é parte de uma série de outras atividades que são desenvolvidas de forma articulada com as forças de segurança. “Estamos trabalhando com o adestramento, com a prevenção e com a fiscalização para atender a qualquer ocorrência durante os jogos.”

O ensaio, de acordo com o comandante, faz parte de uma das etapas finais da operação. “Já passamos pelo Mané Garrincha e por outros pontos de alta relevância e rotatividade”, afirmou. O militar ainda avaliou como parte crucial do processo o momento da abordagem e da aproximação entre os agentes e os “alvos”, que no caso são os terroristas. “Essa é, sem dúvida, a parte mais sensível da condução estratégica”, concluiu.

[Box-Olimpíada]

A ação antiterrorista do Exército Brasileiro envolveu cerca de 300 profissionais – 80 dentro da estação – entre militares do Comando Militar do Planalto, agentes do Corpo de Segurança Operacional da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF), do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da Comissão Nacional de Energia Nuclear do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Houve ainda a participação de cinco figurantes que representaram terroristas e cerca de 60 que fizeram o papel de vítimas, todos cabos e soldados do Exército.

Operação Olimpíadas em Brasília

A simulação no metrô integra a Operação Olimpíadas, força-tarefa da segurança pública para atuação antes, durante e depois dos jogos que ocorrerão na capital — de 4 a 13 de agosto. A ação começou no domingo (24) e vai até 15 de agosto. Serão mobilizados 8,5 mil profissionais. “Planejamos todos os cenários possíveis em um trabalho articulado e integrado”, disse o comandante-geral da Polícia Militar do DF, coronel Marcos Antônio Nunes de Oliveira, que acompanhou a operação de ontem. A corporação brasiliense e o Corpo de Bombeiros fizeram três treinamentos distintos para a Olimpíada neste ano. O diretor-presidente do Metrô-DF, Marcelo Dourado, também assistiu à simulação.

Só o Distrito Federal empregará 4,5 mil agentes da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros Militar, do Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF), do Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) e do Samu. Já as Forças Armadas vão destinar 4 mil militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

Edição: Paula Oliveira