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13/09/2016 às 16:21, atualizado em 13/09/2016 às 17:14
Em estudo do IBGE analisado pela Codeplan, variação foi de 3,57%. Queda nos gastos com alimentação e energia elétrica contribuiu para segurar o índice na capital federal
A inflação de Brasília subiu 3,57% de janeiro a agosto de 2016, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Apesar do aumento, é a menor variação do período entre as 13 capitais brasileiras que fazem parte de análise publicada nesta terça-feira (13) pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), na sede da empresa pública. Os dados foram levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As outras cidades pesquisadas são Belém, Belo Horizonte, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.
A variação de agosto do IPCA no Distrito Federal foi de 0,25%, enquanto em julho, de 0,53%. Segundo o gerente de Contas e Estudos Setoriais da Codeplan, Jusçanio Umbelino de Souza, a causa é a queda nos gastos em alimentação e habitação. “O custo de energia elétrica teve deflação tão alta [2,99%] que contribuiu para a desaceleração dos gastos residenciais”, explicou. O IPCA mede o consumo de famílias com renda de até 40 salários mínimos.
A capital nacional também registrou a menor inflação de janeiro a agosto segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que calcula a variação de preços para famílias com renda de até cinco salários mínimos. O porcentual de Brasília foi de 3,52%. Na sequência está Curitiba, nos dois levantamentos (4% no IPCA e 4,34% no INPC). A média do País é de 5,42% no IPCA e de 6,09% no INPC.
Em agosto, comparado ao mês anterior, os legumes tiveram redução de 11,33% nos preços, e as verduras, de 8,28%. Os cálculos são do Índice Ceasa do Distrito Federal, que acompanha 66 itens de hortifrutigranjeiros vendidos na Centrais de Abastecimento do DF (Ceasa). O único setor que apresentou aumento foi o de frutas, com inflação de 0,96%. Na média geral dos preços, houve variação negativa (-2,46%) no mercado atacadista.
A diminuição deve-se ao aumento na produção de legumes e verduras em Brasília, o que fez com que os preços ficassem menores. Alguns destaques são a abobrinha italiana (-41,19%), o repolho (-38,99%), o pimentão verde (-30,76%) e a cebola (-22,51%).
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Quanto às frutas, o mamão hawai apresentou alta de 65,45%. Houve restrição para o uso de água em irrigação no Espírito Santo, o que diminui a presença do fruto e elevou os preços.
O economista da Ceasa-DF João Bosco Soares justificou que a queda de alguns preços no varejo ocorreu devido ao aumento de desemprego. “A abobrinha, a cebola e o repolho diminuíram de valor porque há menos postos de trabalho. As pessoas reduzem os gastos e a demanda.”
Jusçanio concordou com a análise do economista. “A redução da renda contribuiu para segurar e limitar a escalada dos preços. O fato é que o processo de crise foi rápido, e a recuperação é gradual e lenta”, disse.
A Codeplan também publicou o Índice de Desempenho Econômico do Distrito Federal (Idecon-DF), que acompanha o comércio e a economia de Brasília. Segundo o documento, Brasília teve retração de 1,9% no segundo trimestre de 2016, em relação ao mesmo período de 2015. A recessão foi menor que a do Brasil, que apresentou recuo de 3,8% para o Produto Interno Bruto (PIB) trimestral.
É o sexto mês consecutivo com valores negativos para o indicador. Os setores de agropecuária (-2%), da indústria (-3%) e de serviços (-1,9%) tiveram queda na produção. De acordo com o levantamento, o número de desempregados tem efeitos negativos sobre o desempenho do setor produtivo.
Pela Codeplan, também estavam presentes nesta terça (13) o diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas, Bruno de Oliveira Cruz, e a coordenadora do Núcleo de Contas Regionais, Sandra Regina Andrade. Além deles, o chefe de Estatística da Ceasa-DF, Fernando Santos, compôs a mesa.
Consulte as apresentações da Codeplan sobre o INPC e do IPCA, o Índice Ceasa e o Idecon-DF.
Edição: Marina Mercante