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16/09/2016 às 09:04, atualizado em 16/09/2016 às 12:03
Entre as atividades previstas pelo colegiado estão a construção de áreas esportivas e de convivência e a recuperação da vegetação nativa degradada
Depois da recategorização do Parque Ecológico Burle Marx, antes considerado de uso múltiplo, governo e sociedade se unem para discutir ações para a implementação do espaço. Reunido pela primeira vez nessa quinta-feira (15) depois de ter sido criado, o comitê gestor discutiu metas a curto e a longo prazo para garantir a conservação e o melhor uso do parque, cuja área se estende do fim da Asa Norte até o Autódromo Internacional Nelson Piquet.
A nova classificação garante maior preservação da vegetação nativa. Para isso, é necessário adaptar o plano de manejo da unidade de conservação como parque ecológico — operação técnica que cabe ao Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e que deve ser revisada pela Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), detentora da área. “Todas as mudanças serão feitas com audiência pública”, destacou a presidente do Ibram, Jane Vilas Bôas, na reunião de ontem na Biblioteca do Cerrado, no Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek.
“Queremos criar núcleos com quadras esportivas, quiosques, banheiros e serviços de estacionamento”, disse a presidente do Ibram. Segundo Jane, a população já foi consultada sobre quais equipamentos e atividades de recreação e lazer espera encontrar. O colegiado discutirá questões como a mobilidade, o fluxo de automóveis que deve ser permitido e outras iniciativas.
[Olho texto='”Todas as mudanças serão feitas com audiência pública.”‘ assinatura=”Jane Vilas Bôas, presidente do Instituto Brasília Ambiental (Ibram)” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Entre as ações de curto prazo definidas pelo comitê estão a regularização da poligonal do parque, conforme projeto de urbanismo; a definição de um projeto arquitetônico; a aquisição de um sistema de vigilância interna e externa; e a criação de um sistema para prevenir e combater incêndios. As de médio e longo prazos envolvem, entre outras medidas, o mapeamento de riscos para aquele ecossistema; a criação de um quadro funcional mínimo de funcionários para a unidade; e um projeto executivo, que definirá os acessos ao parque e atividades de educação ambiental e de pesquisa científica.
O secretário do Meio Ambiente, André Lima, que participou da reunião, destacou a urgência para garantir necessidades básicas, como o cercar a área e prover iluminação interna. “Temos de iniciar ações de manutenção, como limpeza e roçagem.” Para isso, o comitê desenvolve um cronograma de execução. “Estamos animados para entregar o parque em boas condições de uso.”
[Olho texto='”Estamos animados para entregar o parque em boas condições de uso.”‘ assinatura=”André Lima, secretário do Meio Ambiente” esquerda_direita_centro=”direita”]
Durante apresentação sobre o contexto histórico da área, a superintendente de Gestão de Áreas Protegidas do Ibram e presidente do colegiado, Tânia Brito, reforçou os maiores desafios da região e a necessidade da preservação. “O parque é um remanescente do Cerrado típico, um importante corredor ecológico que abriga grande biodiversidade e uma importante recarga hídrica para o DF”, elencou. Para ela, é fundamental que seja garantida a integridade do ecossistema com medidas como o controle de incêndios florestais e de vegetação exótica invasora e com a recuperação de áreas degradadas e o plantio de espécies nativas.
Outros pontos apontados pela superintendente do Ibram e que devem ser levados em conta no plano de ocupação são a preservação da paisagem, o uso responsável do parque pela população e o investimento em segurança pública nas redondezas.
Integram o colegiado cinco membros representantes do poder público e 15 da sociedade civil — entre entidades de pesquisa, associações de moradores e organizações de caráter ambiental. O grupo, criado por meio de um decreto assinado em maio pelo governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, tomou posse em 17 de agosto.
A criação do comitê gestor está prevista na Lei Complementar nº 265, de 14 de dezembro de 1999. Ele será responsável por definir as regras de funcionamento e uso do espaço. A próxima reunião está prevista para 22 de outubro.
A recategorização é uma determinação da Lei Complementar nº 827, de 2010, que estabelece os critérios e as normas para criação, implementação, alteração e gestão das unidades de conservação em Brasília. São previstas mudanças em cerca de 60 dos 71 parques administrados pelo Ibram.
Edição: Raquel Flores