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22/09/2016 às 07:54, atualizado em 24/05/2017 às 10:07
Média-metragem baiano e curta paulista abriram a competição nessa quarta-feira (21)
Começou a corrida pelos Troféus Candangos do 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Na noite dessa quarta-feira (21), segundo dia de evento, foi aberta a mostra competitiva, em que longas, médias e curtas-metragens concorrem a prêmios no valor total de R$ 340 mil, em 24 categorias. Três filmes deram início à competição principal ontem no Cine Brasília (106/107 Sul).
Primeiro entre os nove títulos de longa-metragem que concorrem na categoria de mais destaque do evento, Rifle, de Davi Pretto, apresentou a história do jovem Dione. O homem vive com a família em uma região rural no Rio Grande do Sul e fica atordoado quando um fazendeiro rico tenta comprar a pequena propriedade na qual vive. A obra mostrou um olhar pouco recorrente sobre o estado, de acordo com o diretor. “Queremos abordar a insegurança em que vivem essas pessoas em relação à exploração latifundiária”, disse Pretto, antes da projeção. Rifle foi todo filmado no interior e contou com moradores da região no elenco. “É uma honra retratarmos essa realidade e a trazermos a este festival, principalmente no momento político em que vivemos”, reforçou.
Antes da produção gaúcha, foi exibido o média-metragem Ótimo amarelo, de Marcus Curvelo. O filme conta a história de um homem que deixou Salvador (BA) para ganhar a vida fora da capital, mas teve de voltar.
A animação paulistana Quando os dias eram eternos, de Marcus Vinicius Vasconcelos, representou a categoria em um curta-metragem de 12 minutos. O diretor emocionou o público do Cine Brasília com a história de um homem de volta à casa de infância para cuidar da mãe doente. A ideia surgiu de uma inquietação pessoal, segundo o cineasta. “Escrevi o filme quando perdi minha mãe, o que traz a visão de um momento importante da minha vida.”
Quando os dias eram eternos teve influência do artista japonês Kazuo Ohno, que também fez uma obra para a mãe. Desenhado quadro a quadro pela equipe paulistana, o curta-metragem foi exibido pela primeira vez em Hiroshima, no Japão. No Brasil, Brasília é a segunda cidade a receber a obra, que estreou em São Paulo (SP).
Para o diretor de 30 anos, a presença de produções desse tipo na mostra competitiva é um diferencial. “As animações estarem junto aos outros filmes enriquecem o diálogo cinematográfico”, destaca.
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Vasconcelos também participou da equipe de O menino e o mundo (2014), de Alê Abreu, vencedor de melhor filme no 38º Festival de Cinema de Animação de Annecy, na França — considerado o maior prêmio da animação mundial — e indicado ao Oscar como melhor animação em 2016.
Ontem a mostra paralela A Política no Mundo e o Mundo na Política apresentou Sexo, pregações e política, de Aude Chevalier-Beaumel e Michael Gimenez. O documentário fora da competição trata dos paradoxos da liberdade sexual no Brasil, como alta mortalidade de transexuais e proibição do aborto. Depois do filme, houve um debate no foyer do Cine Brasília. A sala do cinema também recebeu, nessa quarta-feira (21), as sessões especiais Câmara de Espelhos, de Dea Ferraz, e de Precisamos falar do assédio, de Paula Sacchetta. Nesta quinta-feira, as diretoras reúnem-se no Kubitschek Plaza Hotel (Setor Hoteleiro Norte, Quadra 2, Bloco A) para o seminário Diálogos de cinema 1.
Até segunda-feira (26), serão exibidos diariamente no Cine Brasília obras concorrentes de curtas e médias-metragens e um longa-metragem. Os ingressos custam R$ 12 (inteira). No dia seguinte à exibição, haverá reprise gratuita dessas produções, às 15 horas, na Sala 4 do Cine Cultura Liberty Mall (SCN, Quadra 2, Bloco D). A programação completa do festival conta ainda com mostras paralelas, seminários, palestras, encontros, workshops, sessões especiais e com o 2º Festival de Filmes de Curta-Metragem das Escolas Públicas.