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23/09/2016 às 07:58, atualizado em 24/05/2017 às 10:07
Única obra da mostra competitiva exibida na noite de quinta-feira (22) aborda retomada territorial dos guarani kaiowá. Mostras paralelas, seminários e palestras também fizeram parte da programação
O segundo dia de mostra competitiva do 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro foi marcado pelo olhar do cineasta Vincent Carelli. Única produção concorrente ao Troféu Candango exibida na quinta-feira (22), o documentário pernambucano Martírio levou à tela do Cine Brasília (106/107 Sul) a luta do povo indígena guarani kaiowá de Mato Grosso do Sul. Com 160 minutos, o público assistiu a relatos de sucessivos massacres em terras consideradas sagradas e de conflitos de forças entre as comunidades tradicionais e o agronegócio.
“O povo guarani kaiowá é um dos mais resistentes que eu já conheci na vida”, destacou o diretor, que começou a pesquisa para o filme em 1988. De acordo com Carelli, além da reflexão sobre o conflito entre ruralistas e povos tradicionais, a obra é uma ferramenta de militância para a luta pela demarcação das terras indígenas e contra as ameaças aos direitos desses povos. “É um retrato da relação do Estado brasileiro com os indígenas; não há palco melhor do que Brasília para fazer essa estreia”, avaliou o documentarista.
A temática é recorrente no trabalho deste franco-brasileiro que vive em Pernambuco. Envolvido com o assunto desde 1973, Carelli, que também é antropólogo, fundou o projeto Vídeo nas Aldeias, em 1987, como forma de apoio às lutas indígenas por meio de recursos audiovisuais. O currículo do diretor conta com 16 filmes do tipo.
[Olho texto='”Os jovens têm de saber da realidade da máquina capitalista industrial que assassina nossos povos e acaba com nossas terras.”‘ assinatura=”Álvaro Tukano, diretor do Memorial dos Povos Indígenas” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Para o diretor do Memorial dos Povos Indígenas, Álvaro Tukano, que prestigiou a mostra, o documentário traz um tema urgente para as novas gerações: “Os jovens têm de saber da realidade da máquina capitalista industrial que assassina nossos povos e que acaba com nossas terras”. Segundo ele, é necessário que a população reflita sobre a importância da educação ambiental e da luta dos indígenas. “Não são só os índios que morrem, mas os quilombolas, os pobres, aqueles que defendem a natureza e as comunidades tradicionais”, completou o representante do povo tukano, do Amazonas.
As atividades do terceiro dia de festival nessa quinta-feira (22), no Kubitschek Plaza Hotel (Setor Hoteleiro Norte, Quadra 2, Bloco A), foram iniciadas com debate com as equipes dos filmes exibidos na mostra competitiva de quarta-feira (21): Ótimo amarelo, de Marcus Curvelo, Quando os dias eram eternos, de Marcus Vinícius Vasconcelos, e Rifle, de Davi Pretto. À tarde, as diretoras Dea Ferraz, de Câmara de Espelhos, e Paula Sacchetta, de Precisamos falar do assédio, participaram do seminário Diálogos de Cinema. Em seguida, o cineasta Lauro Escorel, convidado para a sessão de abertura, com o filme Improvável encontro, ministrou a palestra Direção de Fotografia.
No Cine Brasília, ainda na tarde de ontem, a mostra A Política no Mundo e o Mundo da Política apresentou os longas-metragens Estopô balaio, de Cristiano Burlan, e Taego ãwa, de Henrique Borela e Marcela Borela. Depois das sessões, o foyer do cinema transformou-se em palco para debate com os diretores. Antes de a mostra competitiva começar, houve a sessão especial de A destruição de Bernardet, de Claudia Priscilla e Pedro Marques.
O longa-metragem O Auto da Compadecida, sucesso de 2000 dirigido por Guel Arraes, e o curta Maioria Absoluta, de Leon Hirszman, de 1964, foram exibidos no Sol Nascente, em Ceilândia, pelo projeto Cinema Voador.
Até segunda-feira (26), serão exibidos diariamente no Cine Brasília obras concorrentes de curtas e médias-metragens e um longa-metragem. Os ingressos custam R$ 12 (inteira). No dia seguinte à exibição, haverá reprise gratuita dessas produções, às 15 horas, na Sala 4 do Cine Cultura Liberty Mall (SCN, Quadra 2, Bloco D).
Edição: Raquel Flores