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24/09/2016 às 08:44, atualizado em 24/05/2017 às 10:06
Noite de sexta-feira (23) teve duas sessões, com um longa-metragem cada uma. Dia ainda foi marcado por seminários e obras fora da disputa
A sexta-feira (23), quarto dia do 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, foi marcada pela exibição de três obras mineiras e uma cearense no Cine Brasília (106/107 Sul). Às 19 horas, abriu a competição o curta-metragem Solon, de Clarissa Campolina, primeiro representante de Minas Gerais apresentado na principal mostra do evento. O filme, que mistura artes visuais, performance e ficção científica, dialoga sobre a origem do mundo, com base no encontro de uma criatura misteriosa e uma paisagem devastada. Segundo a diretora Clarissa, a ambientação inspirou-se em paisagens de minérios que existem no estado. “Construímos uma fábula sobre o surgimento do mundo.”
Em seguida, o público assistiu à ficção cearense O último trago, de Luiz Pretti, Pedro Diogenes e Ricardo Pretti. Antes da exibição, 21 integrantes da equipe subiram ao palco do Cine Brasília para apresentar o longa aos espectadores. “Queremos agradecer a curadoria do festival pela atenção especial à produção do cinema nacional”, disse a produtora executiva da obra, Caroline Louise.
Na abertura da segunda sessão, às 21h30, a tela do cinema recebeu o média-metragem mineiro Constelações, de Maurilio Martins, que aborda a jornada noturna de dois estranhos que falam línguas diferentes. “É um prazer voltar a esse palco seis anos depois, em um festival tão político”, disse o diretor, que define a obra como um retrato pessoal. Em 2010, ele concorreu na mostra competitiva do 43º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro com Contagem, dirigido em parceria com Gabriel Martins. O curta-metragem levou o prêmio de melhor direção na categoria 35 milímetros.
Outro representante daquele estado, em coprodução com Portugal, A cidade onde envelheço, de Marilia Rocha, encerrou a noite competitiva com a história de Francisca e de Teresa. As jovens portuguesas estão no Brasil e vivem momentos distintos de descoberta, encantamento e saudades. A diretora, que não pôde comparecer devido ao nascimento do filho, reforçou o tema do filme, que traz o olhar estrangeiro sobre Belo Horizonte: “Aqui vamos falar de encontros e separações e do olhar para si no mundo”, dizia a mensagem de Marilia, lida pela equipe no palco do Cine Brasília. “Essa obra é resultado de uma amizade, do trabalho de uma equipe parceira e comprometida de dois países, Brasil e Portugal”, reforçou a produtora Luana Melgaço.
O quarto dia do festival começou às 9h30, com a abertura do 2º Festival de Filmes de Curta-Metragem das Escolas Públicas. Foram exibidas 20 obras de estudantes do ensino fundamental de Brasília, e houve nove premiações. Na segunda-feira (26), receberão prêmios as produções dos jovens cineastas do ensino médio e da educação de jovens e adultos (EJA). O júri é formado por servidores das Secretarias de Cultura e de Educação.
As atividades no Kubitschek Plaza Hotel (Setor Hoteleiro Norte, Quadra 2, Bloco A) tiveram início com debate com a equipe do documentário Martírio, de Vincent Carelli, único filme exibido na mostra competitiva de quarta-feira (22). Outra produção debatida no hotel foi o longa A destruição de Bernardet, de Claudia Priscilla e Pedro Marques. À tarde, cineastas e produtores de audiovisual compuseram a mesa nomeada Jornada de Diretores de Autor dos Diretores Brasileiros de Cinema e do Audiovisual, em conversa aberta ao público. O programador do Cine Brasília, Sérgio Moriconi, mediou o seminário Continente Compartilhado: Coproduções Brasil/Portugal.
Pela mostra paralela A Política no Mundo e o Mundo da Política, foram exibidos no Cine Brasília os longas-metragens A cidade do futuro, de Cláudio Marques e Marília Hughes, e Entre os homens de bem, de Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros. O segundo filme é um documentário que aborda a temática da homofobia e das políticas públicas para a causa LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). O diretor acompanhou o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) durante três anos para traçar o perfil de um personagem de destaque na luta pela causa no Congresso Nacional. Depois das sessões, os diretores das duas películas participaram de debate no foyer do cinema.
Pelo projeto Cinema Voador, o público do Sol Nascente, em Ceilândia, assistiu ao curta-metragem O último raio de Sol (2004), de Bruno Torres, e ao longa Cine holliúdy (2003), de Halder Gomes.
Até segunda-feira (26), serão exibidos diariamente no Cine Brasília obras concorrentes de curtas, médias e longas-metragens. Os ingressos custam R$ 12 (inteira). No dia seguinte à exibição, haverá reprise gratuita dessas produções, às 15 horas, na Sala 4 do Cine Cultura Liberty Mall (SCN, Quadra 2, Bloco D).
Edição: Raquel Flores