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04/10/2016 às 09:48, atualizado em 16/06/2017 às 15:47
Ligados ao Comando de Policiamento Ambiental, novos batalhões adotam modelo comunitário, mais próximo da população
O contato cada vez maior entre a polícia e a comunidade do Distrito Federal é uma das atuais prioridades do governo.
Em determinadas áreas, a aproximação já é realidade e tem mudado a vida da população, que enxerga os militares como parceiros. É o caso de José Raimundo Pinto, de 60 anos, que nos últimos meses viu quase triplicar o número de participantes do grupo que criou no WhatsApp para tratar da segurança no Setor Habitacional Tororó, em Santa Maria.
“A segurança melhorou muito. Antes, era um batalhão [Ambiental] para toda a área, e, hoje, graças à integração dos policiais e da comunidade, tudo está muito bom”, diz o aposentado, que mora no Tororó há quatro anos. O grupo, que antes reunia algo em torno de cem pessoas, já tem quase 260 participantes e deve ganhar reforço com a criação de um novo canal.
[Olho texto='”A segurança melhorou muito.”‘ assinatura=”José Raimundo Pinto, morador do Setor Habitacional Tororó, em Santa Maria” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
A mudança a que Pinto se refere é resultado da reestruturação da Polícia Militar em maio, por meio do Decreto nº 37.321. Entre outros pontos, o texto criou o Comando de Policiamento Ambiental, composto por três batalhões rurais (Oeste, Leste e Sul); um de Policiamento Turístico e o Ambiental (que já existia e fazia todo o trabalho dos cinco batalhões antes da reestruturação).
Com a publicação do decreto, a Polícia Ambiental passou a cumprir apenas sua missão específica, relacionada à fauna e à flora. A produtividade do batalhão aumentou depois da mudança. Em 2015, de abril a agosto, por exemplo, foram resolvidos 34 crimes contra a flora. Neste ano, no mesmo período, foram 51.
“Com a criação desses batalhões, ficou muito bem definida a atuação de cada um”, explica o coronel Rogério Miranda, comandante de Policiamento Ambiental, ao reforçar que fica mais fácil definir ações e estratégias.
Com os três batalhões criados para atender exclusivamente a área rural, a integração que tanto agradou a José Raimundo Pinto ficou mais fácil. O primeiro passo das unidades foi fazer o levantamento de todas as associações comunitárias de cada lugar e marcar reuniões.
A rotina ainda envolve operações ostensivas, palestras e visitas constantes aos moradores. “Essas conversas têm característica informal, como um diálogo entre amigos, com café, sentado à mesa”, detalha o comandante. “Isso tudo para que a comunidade crie essa visão de que o policial está ali para ajudar.”
[Olho texto='”A comunidade começa a se ajudar e a cuidar do seu vizinho também.”‘ assinatura=”Coronel Rogério Miranda, comandante do Policiamento Ambiental” esquerda_direita_centro=”direita”]
O objetivo, segundo ele, não é estreitar os laços apenas entre a polícia e a comunidade, mas também fazer com que os próprios moradores passem a conviver mais. “A comunidade começa a se ajudar e a cuidar do seu vizinho também.”
O batalhão da área Oeste atende a zona rural de Taguatinga, de Brazlândia, de Samambaia, de Ceilândia, de Águas Claras, de Vicente Pires e da Arniqueiras. O da área Leste, de Sobradinho e Sobradinho II, de Planaltina, do Paranoá, de parte de São Sebastião, do Lago Norte, do Varjão, do Jardim Botânico, da Fercal e do Itapoã. Já o da área Sul se concentrará no Gama, no Núcleo Bandeirante, em Santa Maria, no Recanto das Emas, nos Riachos Fundos I e II, na Candangolândia, no Park Way e em parte de São Sebastião.
Uma mesma equipe de policiais fica responsável por mais de uma área. Para facilitar o contato com os moradores, o comando implementa bases de apoio móveis, que, em horários específicos, visitam locais predeterminados.
Também está sendo finalizada uma cartilha com dicas para a população rural. São cuidados de como evitar furto e roubo de gado ou de equipamentos e insumos agrícolas, por exemplo. Depois que o material estiver pronto, os militares farão uma campanha educativa.
Edição: Paula Oliveira