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10/11/2016 às 20:04, atualizado em 11/11/2016 às 15:54
Solenidade nesta quinta-feira (10) marcou aniversário da edificação de madeira, erguida como moradia provisória do presidente durante a construção da nova capital brasileira
Ao caminhar pela simples construção de madeira, a sensação do observador é de voltar para onde tudo começou. Há exatos 60 anos, era inaugurado o Catetinho, primeira residência oficial do presidente Juscelino Kubitschek na nova capital do Brasil, em construção.
Autoridades e pessoas ligadas ao patrimônio de Brasília reuniram-se no local, nesta quinta-feira (10), para lembrar a data e saudar o rústico palácio que guarda parte da história da cidade.
“É uma mistura de alegria e emoção estar nesse local. Aqui há uma energia inspiradora, bucólica”, disse o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, durante a cerimônia. “Se Juscelino era ousado por um lado, na ambição de construir Brasília, por outro era uma pessoa simples, algo que admiro como ser humano”, lembrou ele, emocionado.
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Erguido em apenas dez dias, em 1956, o croqui de Oscar Niemeyer para abrigar o presidente era conhecido como Palácio de Tábuas. Era o primeiro projeto com o traço do arquiteto para a cidade.
A ideia era que o presidente acompanhasse a construção de Brasília em um local no qual pudesse pernoitar. Foi lá também que Juscelino recebeu amigos e fez serestas durante aquela época.
O material para a obra veio de Araxá (MG) e do Rio de Janeiro (RJ). Na inauguração, a residência recebeu esse nome em referência ao Palácio do Catete, sede do governo no Rio de Janeiro.
Localizado na antiga Fazenda do Gama, na BR-040, o prédio foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em julho de 1959. Atualmente, o espaço abriga um pequeno museu, cheio de referências de época, como mobiliário, ferramentas, fotografias e ambientações originais. O prédio pode ser visitado de terça a domingo, das 9 às 17 horas, com entrada franca.
O secretário de Cultura, Guilherme Reis, reforçou a importância do espaço para a cultura do DF. “Esse local respira a história de Brasília, é um prédio que está na memória de todos os brasilienses como um programa de família”, disse.
Ele adiantou que 2017 será um ano de comemorações para o patrimônio cultural da cidade. “Quando for implementada, a lei orgânica da cultura nos permitirá avanços nesse aspecto. Trabalhamos para dinamizar e valorizar os equipamentos públicos”, concluiu Reis.
A solenidade desta noite foi embalada pelo sexteto da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro. No programa, obras conhecidas por fazerem parte do repertório preferido por JK, como a canção folclórica Peixe Vivo, de Carlos Mendes e Neurisvan Rocha Alencar.
Os músicos também executaram temas de Chico Buarque de Holanda e do compositor clássico austríaco Amadeus Mozart para homenagear o presidente.
Outra obra tocada nesta noite, Água de Beber, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, tem relação direta com o Catetinho. A dupla de compositores brasileiros ficou hospedada por dez dias no edifício, em 1959, para compor a Sinfonia da Alvorada, que seria tocada na inauguração de Brasília.
A peça não foi entoada na inauguração por motivos burocráticos. No entanto, a passagem dos artistas rendeu a criação da obra-prima, inspirada em um córrego de água límpida, localizado na mata ao redor do Catetinho.
“A nascente foi nomeada como Tom Jobim, para homenagear essa história”, conta o diretor do museu do Catetinho, Aurentino Ferreira Costa. De acordo com ele, 23 mil pessoas passam pelo local por ano.
Também participaram do evento o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos, Antonio Coimbra, e a colaboradora do governo Márcia Rollemberg.
Catetinho
Km 0, BR-040
Visitação de terça a domingo
Das 9 às 17 horas
Entrada franca
(61) 3338-8803
Edição: Vannildo Mendes