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28/11/2016 às 20:00, atualizado em 13/12/2016 às 18:07
Estudo cruzou dados das pesquisas Nacional e Distrital por Amostra de Domicílios e a de Emprego e Desemprego. Jovens negros têm maior participação nos negócios que mulheres, mas a taxa de desocupação da população afrodescendente é alta
O fortalecimento das políticas públicas de incentivo a empreendedores de descendência africana é fundamental para a redução das desigualdades históricas. É o que mostra o estudo Perfil do Afroempreendedor no Distrito Federal, divulgado nesta segunda-feira (28).
A pesquisa, feita pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), confirma a relação entre concentração de população negra nas periferias com rendimentos mais baixos.
Percebe-se que homens negros jovens têm maior índice de participação em empreendedorismo do que as mulheres da mesma faixa etária. No geral, a taxa de desocupação da população afro é alta.
O levantamento cruzou dados das pesquisas Distrital por Amostra de Domicílios 2013 (Pdad), da Codeplan; Nacional por Amostra de Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); e de Emprego e Desemprego (PED), do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos (Dieese).
[Numeralha titulo_grande=”R$ 1,7 mil” texto=”Diferença a que pode chegar o rendimento da mulher negra em relação ao do homem” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
A análise das três plataformas levou em consideração dois perfis de empreendedores: por oportunidade e por necessidade. O primeiro está relacionado aos que possuem maior renda e escolaridade. Essa característica se destaca para pessoas em atividades formalizadas, com personalidade jurídica constituída e contribuintes da previdência.
Já o empreendedor por necessidade aproxima-se das condições dos trabalhadores informais, submetidos a situações de vulnerabilidade social. No caso dos homens negros, a pesquisa encontrou maior taxa de participação de jovens, resultado de uma situação que os obriga a contribuir com a renda familiar.
Quanto às mulheres negras, a diferença de rendimento chega a R$ 1,7 mil a menos em relação aos homens.
[Olho texto='”Os dados indicam onde não temos a figura do empreendedor, quem está fora do mercado e onde nossas políticas podem focalizar”‘ assinatura=”Ana Maria Nogales Vasconcelos, diretora de Estudos e Políticas Sociais da Codeplan” esquerda_direita_centro=”direita”]
A importância do estudo está em mostrar ausências de empreendedorismo em segmentos da população. “Os dados, muitas vezes, trazem pouca informação sobre o perfil do empreendedor hoje. Mas nós temos uma informação de quem está fora do mercado e onde nossas políticas podem focalizar”, explica a diretora de Estudos e Políticas Sociais, Ana Maria Nogales Vasconcelos.
A pesquisa, portanto, a seu ver, é essencial para formulação e implementação das políticas afirmativas. “A gente pode fundamentar agora a interlocução com as redes sociais de empreendedores negros”, explicou o subsecretário de Igualdade Racial do DF, Victor Nunes.
Ele destaca as dificuldades estruturais que o afroempreendedor encontra para seguir com a atividade. “A gente sabe que, mesmo não sendo por necessidade, o empreendedor negro enfrenta uma série de dificuldades. O racismo, muitas vezes, não permite o acesso dele aos espaços e, quando consegue, sente dificuldade em comercializar os produtos”, explica Nunes.
Acesse a íntegra da pesquisa.
Edição: Vannildo Mendes