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17/01/2017 às 10:00, atualizado em 02/02/2017 às 09:50
Inaugurado nesta terça-feira (17), espaço entre Ceilândia e Samambaia é um marco na gestão dos resíduos do DF
Entrou em operação nesta terça-feira (17) o Aterro Sanitário de Brasília, espaço projetado para comportar 8,13 milhões de toneladas de rejeitos (materiais não reutilizáveis) e, com isso, ter vida útil de aproximadamente 13 anos.
Retomada em 2015, a construção ocorre gradativamente em quatro etapas. A primeira tem 110 mil metros quadrados (m²), divididos em quatro células de aterramento. Uma delas, de 44 mil m², começou a funcionar na manhã de hoje, quando 14 veículos despejaram as primeiras toneladas de lixo. “Este é um momento histórico para a nossa cidade. Iniciamos a desativação gradativa do Lixão da Estrutural, conforme determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos, com a inclusão social dos catadores de materiais recicláveis”, disse o governador Rodrigo Rollemberg durante a inauguração.
A área é de 760 mil m², dos quais 320 mil são destinados a receber rejeitos. Por enquanto, será depositado no local aproximadamente um terço da produção diária de lixo do DF, que virá das usinas de tratamento do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) no P Sul (Ceilândia) e na Asa Sul (Plano Piloto) e das áreas de transbordo de Brazlândia e Sobradinho. A estimativa da autarquia é que sejam aterradas entre 900 e mil toneladas por dia, o que equivale a 40 carretas.
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As técnicas utilizadas no aterro asseguram proteção ao meio ambiente e correto tratamento dos resíduos. São exemplos a impermeabilização do solo, o sistema de drenagem e a compactação diária, que reduzem o volume do lixo e evitam a contaminação de áreas vizinhas e a proliferação de animais, como roedores e urubus. O aterro receberá apenas rejeitos — método que minimiza impactos ambientais e que está previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010).
A norma federal prevê que os aterros sanitários somente poderão receber rejeitos — material que sobra após a retirada de tudo que pode ser reaproveitado. “Brasília tem o primeiro aterro sanitário do Brasil que vai receber só rejeito, e o começo da operação também simboliza o início do encerramento do segundo maior lixão do mundo”, disse diretora-presidente do SLU, Kátia Campos. O aterro controlado do Jóquei, o antigo Lixão da Estrutural, só será fechado após a inauguração de centros de triagem (em licitação), e a implementação, pela iniciativa privada, de espaços para acomodar resíduos da construção civil.
Estão previstos sete centros de triagem no DF: dois reformados — um no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) e outro no Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA) — e os demais a serem construídos — um na Asa Sul; um no Setor P Sul, em Ceilândia; e a Central de Tratamento de Resíduos Sólidos da Estrutural, com três centros de triagem e um de comercialização em área próxima à Cidade do Automóvel, às margens da Estrutural (DF-095).
Rollemberg destacou a ampliação e a inovação da coleta seletiva no DF, que, em cinco regiões, está sendo feita por cooperativas de catadores. “Esses trabalhadores farão a separação do material nos centros de triagem, que serão construídos. As licitações estão em andamento, e, em breve, começam as obras.” Enquanto isso não se concretiza, 900 catadores recebem auxílio financeiro de R$ 300. O governador também citou outras ações do Estado, como a inauguração do terminal de ônibus de Samambaia e a construção da Escola Classe Guariroba.
Participaram da inauguração a colaboradora do governo Márcia Rollemberg, secretários, deputados distritais e federais, administradores regionais e representantes de associações de catadores de materiais recicláveis. O evento contou ainda com a apresentação do grupo musical Patubatê.
O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, presente na cerimônia, disse que a implementação do aterro em Brasília é um passo para solucionar graves problemas ambientais não somente na capital do País, mas em todo o Brasil. “O desarranjo climático global é o somatório de questões locais no Brasil e no mundo. A gente começa a solucionar isso com iniciativas locais para melhorar o relacionamento com o meio ambiente.”
O custo para construir a primeira etapa do Aterro Sanitário de Brasília e executar obras de infraestrutura é de cerca de R$ 45 milhões, com recursos exclusivos do SLU.
Quanto à operação, os pagamentos começam agora, com o início do funcionamento. O valor a ser repassado por mês depende da quantidade de rejeito que chegar periodicamente ao aterro. A operação do espaço é de responsabilidade do consórcio formado pelas empresas GAE, Construrban e DBO.
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Edição: Marina Mercante