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24/01/2017 às 13:26, atualizado em 24/01/2017 às 13:28
Equipes de assistência técnica orientam produtores do Núcleo Rural Rio Preto, em Planaltina, a controlar o consumo de recursos hídricos e melhorar a produtividade
Em tempos de restrição hídrica, o correto manejo da irrigação nas propriedades rurais pode melhorar o aproveitamento da água e também a produtividade das culturas. Uma forma de controle é por meio do acompanhamento do nível de umidade do solo em cada estágio de desenvolvimento da planta. O procedimento é feito pelos produtores do Núcleo Rural Rio Preto, em Planaltina, em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF).
A tecnologia será difundida também para os estabelecimentos rurais da Bacia do Descoberto, em Brazlândia, conforme plano de ação anunciado nesta segunda-feira (23). O monitoramento é uma forma de incentivar o uso consciente da água nas lavouras.
A redução do consumo de água pode chegar a até 84%, no caso da produção de hortaliças na região do Rio Preto. “Com o manejo, percebemos que os produtores estavam irrigando demais”, conta o engenheiro agrônomo extensionista da Emater-DF, Marcio Meireles Machado.
[Olho texto=”“Com o manejo, percebemos que os produtores estavam irrigando demais”” assinatura=”Marcio Meireles Machado, engenheiro agrônomo da Emater-DF” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Ele explica que muitos produtores seguiam orientações de cultivo que aprenderam com os pais ou baseadas no conhecimento geral. “Eles contaram que faziam a irrigação durante uma hora diariamente”, diz.
Após o acompanhamento, feito por meio de um equipamento de medição chamado Irrigas — desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) —, foi possível ficar até dez dias sem oferecer água à planta e, mesmo assim, ter ganhos em produtividade.
Isso porque, nos primeiros estágios de desenvolvimento das culturas, não é necessário usar tanto recurso hídrico. “O tempo de irrigação depende de fatores como cultura, solo, tempo, umidade relativa, e se a planta ainda é uma muda ou se já está maior”, pondera Machado.
A aferição da umidade do solo estabelece a quantidade de água infiltrada — independentemente do modelo de irrigação usado, se por gotejamento ou aspersão. O sistema consiste em um equipamento com cerâmica porosa em uma ponta — e um medidor de água —, enterrada próximo à raiz da planta, além de uma cápsula com marcação de volume.
A cerâmica é colocada na base da raiz para identificar o nível de infiltração no solo e para saber até que ponto o líquido se acumula. “Com o sistema, os produtores perceberam que a água e o adubo que jogavam na planta estava escorrendo abaixo da raiz. Isso é desperdício”, explica o agrônomo.
O mecanismo custa R$ 300, com um kit de seis medidores. Porém, o próprio produtor pode improvisá-lo com uma vela de filtro e um recipiente com marcador de volume. Nesse caso, o custo total é de apenas R$ 60.
[Olho texto=”“Percebi que a planta (com o manejo adequado) ficou mais carregada e manteve-se verdinha”” assinatura=”Francisco Daniel Cesário da Silva, produtor rural” esquerda_direita_centro=”direita”]
Com o manejo de irrigação, é possível produzir um volume hídrico adequado na raiz, no início do crescimento da planta. Dessa forma, a estrutura fica maior e mais resistente a pragas. Foi essa a constatação do produtor Francisco Daniel Cesário da Silva, 39 anos.
Há seis anos, ele cultiva hortaliças em uma propriedade no Núcleo Rural Rio Preto. Em julho do ano passado, Francisco aderiu ao monitoramento de irrigação para o cultivo de pimentões. “Percebi que a planta ficou mais carregada e manteve-se verdinha. Antes, ela ficava amarelada”, compara.
Irrigar apenas na quantidade necessária para a cultura melhorou também a resposta à adubação. “Passei de uma produção de 300 caixas por mil pés para 600, e só irrigo quando vou adubar, de três em três dias, a depender da época”, conta. Antes do manejo, ele repetia a operação todos os dias. “Diminuí o gasto com água, porque só irrigo durante 25 minutos, e o custo com material, pois adubo menos”, explica.
A redução no uso do agrotóxico também é evidente, de acordo com o produtor. Como a planta fica mais resistente, a aplicação de defensivos agrícolas pode ser reduzida. “No caso do pimentão, eu aplicava quatro vezes por semana. Agora, é só uma vez”, detalha o agricultor. Ele já expandiu o manejo para as lavouras de berinjela, pepino, jiló, pimenta-de-cheiro, feijão-de-corda e abóbora.
Para lavouras de feijão ou soja, que demandam áreas grandes de produção, a técnica é uma alternativa para minimizar os impactos da redução da vazão retirada no período da seca, como ocorreu em 2016. “Nas grandes propriedades não tem excesso. O problema é a falta d’água”, explica Eduardo Damásio, também agrônomo da Emater.
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O monitoramento é imprescindível para o melhor aproveitamento da janela de irrigação a que os produtores têm direito. “Pelo rodízio, pode acontecer de uma área ser irrigada em um dia e, contando o tempo que o pivô leva para passar por toda a lavoura, só receber água cinco dias depois”, explica. Dependendo da cultura, isso pode ser fatal. “O manejo nos ajuda a definir a lâmina de água conforme o estágio de crescimento e como a planta responde às medidas”, destaca Damásio.
O trabalho de assistência técnica da Emater com os produtores vai ser intensificado a partir de maio, após a produção atual ser colhida. A orientação inclui também adequações na cultura. “Vou ter que mudar o tipo de cultivo, escolher plantas com ciclo menor, entrar com a safrinha”, cita o agricultor Edson Carlos Agnes, 47 anos.
Os escritórios da Emater oferecem orientação aos produtores de todo o DF sobre manejo de irrigação. Para isso, são oferecidos cursos e seminários sobre o tema periodicamente. Para saber mais, os agricultores podem procurar a unidade do órgão mais próxima.
Edição: Vannildo Mendes