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27/01/2017 às 19:11, atualizado em 30/01/2017 às 15:16
Ação faz parte do trabalho de fiscalização do governo de Brasília em chácaras que estejam afetando de alguma maneira a captação de água da barragem
Um parcelamento irregular de 227,6 mil metros quadrados começou a ser desconstituído em Brazlândia nesta sexta-feira (27). A medida faz parte da operação que o governo de Brasília desencadeou em propriedades que estejam afetando a captação de água da Barragem do Descoberto, que abastece quase dois terços da população do Distrito Federal e vive sua pior crise hídrica.
Durante os três primeiros dias de atuação, iniciada na quarta-feira (25), já foram desobstruídos 143,6 mil metros quadrados. A área que começou a ser alcançada hoje fica na Chácara 107, da Gleba 1, do Núcleo Rural Alexandre Gusmão. O terreno foi destinado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para fim exclusivamente rural, mas acabou desvirtuado para uso urbano.
Por se tratar de propriedade particular, os ocupantes foram notificados da ação demolitória, ainda em 2014, pela Agência de Fiscalização (Agefis). A atuação de hoje segue em consonância com o trabalho iniciado pelo governo de Brasília na quarta-feira. Desde então, chácaras com uso desvirtuado e responsáveis por desviar água do Descoberto começaram a ser alvo da intervenção.
[Numeralha titulo_grande=”275 milhões” texto=”Área total em metros quadrados a ser vistoriada na operação em busca de propriedades que estejam afetando a captação de água no Descoberto” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
A operação, que se estenderá por três meses, ocorre em uma área total de 275,8 milhões de metros quadrados e tem foco na crise hídrica que levou o Executivo a decretar situação de emergência. O reservatório operava com apenas 22,91% de sua capacidade na medição desta manhã. A população por ele abastecida passa por rodízio no fornecimento.
Técnicos de fauna e flora do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), que integram a equipe de atuação, vão fiscalizar o local para saber se há irregularidades ou danos aos recursos naturais.
Durante o início da ação, nesta manhã, a Polícia Militar do DF precisou dispersar um grupo de cerca de 20 pessoas, que impedia o avanço das equipes. A Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos ofereceu apoio, como abrigamento, mas não foi necessário.
A Companhia Energética de Brasília (CEB) desligou uma fonte ilegal de energia que abastecia as edificações. A operação contou com cerca de 60 servidores, com o apoio de um trator de esteira, uma pá mecânica e uma pá carregadeira.
Reforçaram a operação o Corpo de Bombeiros; a Companhia de Saneamento Ambiental (Caesb); a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap); a Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e a Subchefia de Ordem Pública e Social, da Casa Militar.
Edição: Vannildo Mendes