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14/03/2017 às 18:17, atualizado em 05/04/2017 às 11:53
Profissionais têm até esta quarta-feira (15) para demonstrar interesse em migrar para novo modelo. Postos de saúde atuais serão ampliados e terão papel fortalecido
Até o ano que vem, o governo espera ter todas as unidades básicas de saúde funcionando com equipes da Estratégia Saúde da Família. Nesse sentido, os postos atuais não serão fechados, como tem sido especulado, mas, ao contrário, serão mantidos e terão seu papel reforçado como o principal pilar do novo modelo em todos os hospitais e demais unidades de saúde.
O fortalecimento da atenção primária, na visão do governo de Brasília, é ponto fundamental para diminuir a procura pelas emergências dos hospitais da rede pública. Por isso, os postos de saúde são a chave para que a equação dê resultado.
Desse modo, todo o atendimento previsto na atenção primária estará garantido no novo formato. Como reforço, até 2018, o governo vai inaugurar mais 15 unidades básicas, além de reformar 16 e ampliar outras três.
Hoje, são 63 unidades que atendem no modelo tradicional e que passarão a funcionar exclusivamente com a nova estratégia. Os profissionais que trabalham nos postos têm até quarta-feira (15) para comunicar se querem ou não integrar as equipes de Saúde da Família.
[Olho texto='”Hoje, se você vai tentar uma consulta, tem que ficar na fila, chegar de madrugada. É essa atual realidade que estamos mudando”‘ assinatura=”Marcos Quito, coordenador da Atenção Primária em Saúde” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
O prazo foi estabelecido pela Portaria nº 78, de 2017, que regulamenta a conversão progressiva de um modelo para o outro.
“O que estamos fazendo é uma expansão do acesso do usuário à unidade”, resume o coordenador da Atenção Primária em Saúde da secretaria, Marcos Quito. “Hoje, se você vai tentar uma consulta, tem que ficar na fila, chegar de madrugada. É essa atual realidade que estamos mudando.”
Com a novidade, postos com maior número de equipes terão horário estendido, e funcionarão doze horas por dia durante a semana e, aos sábados, cinco horas. Os profissionais não terão aumento na carga horária, mas poderão se distribuir dentro da jornada ampliada.
O grande objetivo, segundo Quito, é garantir que os pacientes sejam acolhidos logo que procurem as unidades, sem a espera atual. E esta mudança deve começar a ser sentida já na fase de transição de um modelo para o outro.
Quito explica que a consulta será agendada de acordo com a gravidade de cada caso. “As pessoas vão entrar na unidade, serão acolhidas por um profissional de saúde que dirá qual é o seu problema e o que precisa ser feito.”
Quem decidir integrar a nova estratégia fará parte de uma equipe de transição e passará por uma série de treinamentos. O primeiro, de 220 horas, terá capacitação prática e teórica e será direcionado às seguintes áreas:
Os treinamentos serão por módulos. Cada equipe de transição deverá conter três médicos, de preferência de especialidades diferentes — um pediatra, um ginecologista e um clínico. Isso para que eles troquem experiência e se especializem em atender a família. “É para termos, por exemplo, um pediatra que atenda um idoso, uma grávida”, destaca o coordenador.
Essa primeira fase será voltada a médicos e enfermeiros. Em um segundo momento, segundo ele, as equipes já formadas receberão oficinas para que organizem seu processo de trabalho de um jeito mais qualificado.
Com o planejamento de cada região, a capacitação começará em abril. A nova política de atenção primária foi estabelecida pela Portaria nº 77, de 2017.
[Numeralha titulo_grande=”70%” texto=”Estimativa de solução dos problemas de saúde ainda na fase da atenção primária, no novo modelo” esquerda_direita_centro=”direita”]
O documento traz sete diretrizes: acolhimento, classificação de risco, resolubilidade, territorialização, acompanhamento, garantia de acesso e ordenação da rede pública.
Pelas projeções da pasta, é possível resolver até 70% dos problemas somente na atenção primária. Por isso, a meta é estender de 30,7% para 75% a cobertura da Estratégia de Saúde da Família no DF até 2018.
O modelo de transição tem prazo de 120 dias, ou seja, até junho. Depois de formadas, as equipes serão convertidas em saúde da família em um ano.
Se todos aderirem, o número de equipes saltará dos atuais 242 para 571. Com isso, a cobertura poderá superar os 70%.
Edição: Vannildo Mendes