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15/03/2017 às 11:55, atualizado em 15/03/2017 às 13:20
Medidas fazem parte do Plano Integrado de Enfrentamento à Crise Hídrica. Também integram o documento obras como a do Subsistema do Bananal, que deve ser entregue no segundo semestre deste ano
Como forma de estimular o uso racional de água, o governo de Brasília prepara ações voltadas a professores, estudantes da rede pública e produtores rurais. São medidas do Plano Integrado de Enfrentamento à Crise Hídrica, apresentado na sexta-feira (10).
Uma das ideias é incluir nos currículos escolares, de forma mais ostensiva, a discussão sobre a necessidade de conservar os recursos hídricos. Assim, os estudantes farão maquetes e experimentos científicos e terão acesso a material pedagógico.
Além disso, docentes e alunos poderão visitar as estações de Tratamento de Água e de Esgoto da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb).
[Olho texto=”A educação ambiental inclui a capacitação de 350 professores para, assim, alcançar 5 mil estudantes de forma direta e 14 mil de forma indireta. O material servirá como incentivo para a produção científica” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Outra frente de trabalho é a capacitação de representantes de escolas públicas e privadas de Brazlândia como multiplicadores sociais. A proposta é que eles façam um curso de 24 horas-aula para entender melhor as características da Bacia do Descoberto. Dessa forma, eles repassarão o conhecimento à comunidade local.
A educação ambiental inclui a capacitação de 350 professores para, assim, alcançar 5 mil estudantes de forma direta e 14 mil de forma indireta. O material servirá como incentivo para a produção científica.
A formação de produtores rurais da região também integra o planejamento. Eles assistirão a um curso de 16 horas de duração e poderão orientar outros agricultores.
Resultado do esforço de 19 órgãos, o Plano Integrado de Enfrentamento à Crise Hídrica estabelece 44 iniciativas, divididas em quatro eixos de atuação: Fiscalização, Infraestrutura, Educação e Regulação.
[Olho texto=”Resultado do esforço de 19 órgãos, o Plano Integrado de Enfrentamento à Crise Hídrica estabelece 44 iniciativas, divididas em quatro eixos de atuação: Fiscalização, Infraestrutura, Educação e Regulação” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]
Elas complementam o que já foi adotado pelo Executivo, como o racionamento de água, a redução da retirada de água para irrigantes da Bacia do Descoberto, a recuperação de canais e o investimento em novas fontes de captação do recurso. O prazo de implementação é de 180 dias.
O documento também prevê a intensificação de campanhas educativas, em veículos de comunicação, sobre o uso racional da água, no intuito de mobilizar os cidadãos.
Para reduzir a perda de água na produção agrícola, o governo de Brasília vai intensificar ações na região da Bacia do Descoberto. As medidas foram anunciadas em 23 de janeiro deste ano pela Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, mas aguardavam o período de estiagem para serem implementadas.
Uma delas é a recuperação de estradas rurais que dão acesso às propriedades. O objetivo é reverter a erosão nas proximidades do reservatório e, assim, reduzir a deposição de sedimentos nos cursos d’água que chegam ao Descoberto.
As intervenções serão feitas em parceria com a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) e incluem construção de quebra-molas nas vicinais e de bacias de retenção no interior das propriedades. Com isso, evita-se o transporte pela água de sedimentos de partes de solo, pedras e outros materiais para nascentes e córregos da área.
Para o período da seca também está previsto o terraceamento, ou seja, a disposição do solo em rampas niveladas, para evitar a formação de sulcos e erosões nas lavouras. Outra medida a ser colocada em prática é o revestimento dos reservatórios para irrigação por lonas. Essa é uma forma de reduzir a perda de água por infiltração.
A garantia da segurança hídrica da população do DF exigiu também a redução da captação dos afluentes do Descoberto. Por isso, desde quinta-feira (9), os irrigantes diminuíram em 50% o volume de retirada de água dos cursos d’água que abastecem o reservatório.
Além disso, a captação só poderá ser feita das 6 às 9 horas, todos os dias. A retirada para consumo humano e animal permanece autorizada. A medida vale enquanto os volumes das barragens não retornam aos níveis seguros de abastecimento.
Uma forma de aumentar a quantidade de água da bacia é recuperar as áreas de preservação permanente (APP) nas imediações do Descoberto. Para isso, o Programa Reflorestar vai distribuir mudas de espécies nativas do Cerrado em 67 hectares de nascente e 233 hectares de APP tipo curso d’água.
Além disso, o Subsistema Bananal deve entrar em operação no segundo semestre deste ano. As fundações da elevatória de água já foram concluídas, e a sala de bombas e operação começaram a ser erguidas. Além disso, os blocos e as cintas da subestação foram concretadas.
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A estrutura do Bananal terá vazão média de 726 litros por segundo — de 500 litros por segundo em setembro a 750 litros por segundo de novembro de 2017 a maio de 2018. Atenderá 170 mil habitantes de 11 regiões administrativas. Toda a obra está orçada em R$ 20 milhões, por meio de recursos do Banco do Brasil.
A crise hídrica trouxe a necessidade de restringir a quantidade de água retirada dos sistemas de abastecimento. Com a estiagem, essa limitação torna-se ainda mais necessária, pois a prioridade é o consumo humano e animal.
As limitações foram definidas à medida que os níveis dos reservatórios baixavam e continuarão a vigorar enquanto forem imprescindíveis à segurança hídrica. Assim, a limitação do uso de água por órgãos públicos, a redução da vazão de retirada dos reservatórios do Descoberto e de Santa Maria — a 3,5 mil litros por segundo e 500 litros por segundo, respectivamente — e o racionamento nas RAs atendidas pelas duas barragens permanecem em vigor na seca.
Acesse o documento completo do Plano Integrado de Enfrentamento da Crise Hídrica.
Edição: Marina Mercante