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20/03/2017 às 16:12, atualizado em 21/03/2017 às 11:14
Sob supervisão e depois de passar por treinamento, eles prestam auxílio em diversos campos de formação. A enfermeira Weivida Matias da Silva dedica dois dias da semana ao Hospital Regional de Santa Maria
Weivida Matias da Silva, de 24 anos, trabalha de segunda a sábado como cuidadora de idosos, no Lago Sul. Recentemente, arrumou tempo em dois dias na semana para um novo serviço, sem receber nada por ele. Moradora de Santa Maria, ela é enfermeira e um dos voluntários que atuam no hospital regional da cidade.
Como na maior parte dos casos, a jovem é recém-formada e vê no serviço não remunerado oportunidade de adquirir experiência e melhorar o currículo. Antes de começar na clínica médica, ela passou pelo que a equipe chama de acolhimento, com capacitações relacionadas à segurança do paciente, ao controle de infecção e à medicina do trabalho. No hospital, um servidor da área a supervisiona.
Para participar, exige-se registro profissional. A atividade é em caráter espontâneo, sem remuneração e sem vínculo funcional ou empregatício. O voluntário escolhe o dia e o horário em que poderá ajudar.
[Olho texto='”Acho que, com essa novidade, dependendo do nosso empenho, conseguimos mudar a realidade de onde trabalhamos”‘ assinatura=”Paloma Coelho, coordenadora do voluntariado no Hospital Regional de Santa Maria” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Weivida, por exemplo, faz 24 horas semanais. São dois plantões de 12 horas cada um, mais tempo que parte dos servidores do quadro do hospital. “Vejo a iniciativa como um benefício para os dois lados: para eles porque precisam de experiência, e para a gente porque precisamos de reforço na assistência”, aponta Paloma Coelho, coordenadora do voluntariado no Hospital Regional de Santa Maria.
Chefe do Núcleo de Educação Permanente em Saúde, Paloma foi por iniciativa própria pedir ao diretor do hospital para ficar à frente do projeto. “Acho que com essa novidade, dependendo do nosso empenho, conseguimos mudar a realidade de onde trabalhamos.”
No termo de adesão, fica pré-estabelecido o que cada pessoa poderá fazer. No caso de Weivida, por exemplo, são prestados serviços como curativo, aspiração e auxílio na hora do banho.
O Hospital Regional de Santa Maria chegou a montar um processo de rodízio para os enfermeiros voluntários. Eles começam o atendimento na clínica médica, seguem para o pronto-socorro e, depois de passarem por outros setores, terminam a experiência na unidade de terapia intensiva (UTI).
O termo de adesão é de um ano, prorrogável. Ainda não há um levantamento fechado sobre quantas pessoas aderiram ao programa. Como ele ainda está no início, novos interessados são incluídos semanalmente. O serviço voluntário profissional na Saúde foi regulamentado por meio de portaria em novembro de 2016.
[Olho texto='”A vida no hospital é muito gratificante. Ajudar na situação de quem está precisando me faz muito feliz”‘ assinatura=”Adson Diniz, voluntário” esquerda_direita_centro=”direita”]
Em Santa Maria, 16 pessoas já demonstraram querer prestar serviços em áreas como odontologia, psicologia, farmácia e assistência social. No entanto, até agora, a maior parte dos voluntários é de enfermeiros.
Na maioria são pessoas recém-formadas, que optam por plantões de 12 horas, às vezes mais de uma ocasião por semana. “Eles chegam com vontade de trabalhar e com muita dedicação, o que acaba contagiando quem já está aqui há mais tempo”, destaca Paloma.
Também há quem já tenha ampla experiência em sua área de atuação, mas decidiu doar um pouco de tempo ao próximo. Adson Diniz é um desses.
Formado em odontologia em 2007, ele faz cirurgia bucomaxilofacial em consultório próprio e está reunindo documentação para iniciar o atendimento no hospital de Santa Maria. “A vida no hospital é muito gratificante. Ajudar na situação de quem está precisando me faz muito feliz.”
Com a novidade, profissionais de diversos campos terão a chance de colaborar no atendimento à população. A abertura vale também para áreas não necessariamente ligadas à saúde, como engenharia e comunicação.
Quem quiser se candidatar pode se informar sobre as oportunidades nos hospitais de seu interesse. Também é possível procurar vagas disponíveis pelo Portal do Voluntariado.
Deve-se apresentar os seguintes documentos:
No Hospital Regional do Gama, um outro grupo trabalha na área de arquitetura para ajudar na reforma do prédio. O primeiro projeto em desenvolvimento é para obras na seção de hemodiálise.
A coordenação do trabalho ocorre de forma integrada entre a Gerência de Voluntariado da Secretaria de Saúde, as superintendências de cada região e as direções das unidades onde os voluntários vão atuar.
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Edição: Vannildo Mendes