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07/04/2017 às 17:24, atualizado em 10/04/2017 às 09:54
Resolução da Adasa publicada nesta sexta (7) detalha a destinação do recurso, que é de, pelo menos, R$ 16,9 milhões
Os recursos obtidos com a tarifa de contingência, cobrada de quem consumiu mais de 10 metros cúbicos (m³) de água por mês, serão usados pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) para melhoria do abastecimento em todo o território.
O montante será de, pelo menos, R$ 16,9 milhões, referentes à cobrança de outubro de 2016 — quando a medida entrou em vigor — a fevereiro de 2017. Os valores arrecadados em março ainda estão sendo apurados pela companhia.
A autorização da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) para o uso da taxa está prevista na Resolução nº 6, publicada no Diário Oficial do Distrito Federal desta sexta-feira (7).
[Olho texto='”Esse valor é importante porque permite que atuemos nas duas frentes: aumento da captação e redução de perdas”‘ assinatura=”Maurício Luduvice, presidente da Caesb” esquerda_direita_centro=”direita”]
A Caesb poderá investir, por exemplo, em adaptações das unidades operacionais para colocar em funcionamento o Subsistema Produtor do Lago Norte. Para isso, serão compradas tubulações, ventosas e juntas de conexões, entre outros equipamentos. A prioridade é para medidas que permitam o aumento da disponibilidade hídrica.
O dinheiro também possibilitará a construção de elevatórias e ajustes na rede de abastecimento para mitigar perdas de produção. “Infelizmente, a companhia passou 15 anos sem fazer investimentos significativos na rede. Esse valor é importante porque permite que atuemos nas duas frentes: aumento da captação e redução de perdas”, explica o presidente da Caesb, Maurício Luduvice.
O repasse será feito mensalmente à companhia, e ela terá até o dia 20 do mês seguinte para apresentar à agência reguladora os custos da operação.
Até então, a destinação não era feita porque a Adasa estava avaliando o impacto da medida na economia de água. Além disso, foi necessário aguardar os resultados das audiências públicas feitas sobre o tema no início de março.
A Resolução nº 6 exige que a Caesb indique à Adasa quais serão as medidas e em qual sistema elas serão implementadas; os objetivos e benefícios esperados; o custo e o cronograma de execução; os procedimentos de acompanhamento; as licenças associadas; e os projetos básico e executivo da obra, se houver.
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Do valor a ser investido, o custo total da medida, acrescido de 25%, fica retido como saldo de reserva. Dessa forma, fica garantida a conclusão das melhorias integralmente custeadas pela tarifa de contingência.
Caso haja recurso residual, ele também fica disponível para a Caesb aplicar em serviços no sistema de abastecimento, desde que atendida a exigência de saldo de reserva.
Se não aplicado em até 30 dias, o recurso deve ser mantido em aplicação financeira em renda fixa.
Em função da maior crise hídrica já vivida na capital federal e com base em decisão da Adasa, a Caesb passou a cobrar de parte da população uma tarifa de contingência. Esse número se traduz em aumento real de 20% na conta dos consumidores.
Em março, cerca de um terço das cerca de 650 mil ligações de água no DF extrapolou os 10 m³ de consumo mensal de água, de acordo com a Caesb.
A taxa é amparada pela Resolução nº 15, de 16 de setembro de 2016. A norma estabeleceu que os contribuintes devem economizar de 12% a 15% de água para evitar o valor extra na conta. Ela tem caráter educativo e serve como incentivo ao uso racional da água pela população do DF.
Edição: Marina Mercante