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13/04/2017 às 22:41, atualizado em 08/08/2017 às 12:42
Grupos do DF são premiados por contribuir com a identidade artística da cidade. Governador Rodrigo Rollemberg participou da solenidade na noite desta quinta (13), e evento continua no fim de semana
Durante três dias, artistas, coletivos, produtores e outros agentes culturais de Brasília estarão na Casa do Cantador, em Ceilândia, para debater políticas públicas de interesse do setor. O Encontro da Rede de Pontos e Pontões de Cultura do DF começou no local na noite desta quinta-feira (13).
O evento marca a oficialização do título de Pontão de Cultura do DF e integra a programação dos 57 anos de Brasília, celebrados em 21 de abril. O governador Rodrigo Rollemberg participou da abertura do que chamou de “momento histórico para a cultura do DF”.
O secretário de Cultura, Guilherme Reis, disse estar emocionado e agradeceu a equipe envolvida. “Conseguimos enfrentar dificuldades diversas, mas avançamos passo a passo na descentralização das políticas públicas”, declarou.
Na solenidade de hoje, 30 artistas receberam troféus e prêmios de R$ 15 mil em recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC). O benefício foi concedido àqueles que contribuíram para a consolidação da identidade cultural brasiliense.
A premiação e a programação aberta ao público se estendem no sábado (15) e no domingo (16), com debates e apresentações. Os prêmios totalizam R$ 1,05 milhão para 70 iniciativas, divididas em quatro categorias: cultura afro-brasileira, hip-hop, cultura popular e equidade de gênero.
[Olho texto='”Surgimos com a ideia de potencializar ações coletivas na periferia. Queremos dividir esse prêmio com todos que fortalecem nossa iniciativa”‘ assinatura=”Francisco Celso, um dos fundadores do Coletivo Cultural Ubuntu, grupo premiado na categoria hip-hop” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Para Rollemberg, é uma maneira de valorizar figuras importantes para a identidade de Brasília. “Que essa forma de premiar, desburocratizada, possa nos ajudar a aprovar a Lei Orgânica da Cultura”, acrescentou o governador, que entregou o troféu diretamente para o livreiro Ivan Presença, um dos representantes de cultura popular.
O primeiro a receber o prêmio das mãos do secretário de Cultura, também pela categoria cultura popular, foi o músico Zé do Pife, de 73 anos. “Viva seu Zé”, entoou o público quando o pernambucano radicado em Brasília desde 1993 subiu ao palco e tocou o icônico pífano.
Representantes do Coletivo Cultural Ubuntu, do Recanto das Emas, levaram um dos troféus na categoria hip-hop. “Surgimos com a ideia de potencializar ações coletivas na periferia. Queremos dividir esse prêmio com todos que fortalecem nossa iniciativa”, destacou Francisco Celso, um dos fundadores do grupo.
Adna Santos de Araújo, conhecida como Mãe Baiana, foi premiada pelo trabalho voltado à cultura afro-brasileira. “Muito obrigada a todos pelo esforço, pela valorização da cultura afro. Vamos acabar com a intolerância religiosa”, discursou a responsável pelo terreiro de candomblé Axé Oyá Bagan, no Paranoá.
Para a atriz e militante Fernanda Morgani, contemplada na categoria equidade de gênero, o reconhecimento foi a favor da luta feminina pelo empoderamento e contra a violência diária. “Esta é a Era das mulheres”, sintetizou.
A subsecretária de Cidadania e Diversidade Cultural, Jaqueline Fernandes, destacou a premiação como uma política afirmativa e como um reparo histórico. “A diversidade é uma luta que deve ocorrer ao lado do movimento cultural.”
Antes da premiação, houve cortejo da Associação Menino de Ceilândia, com bonecos gigantes e apresentação de frevo.
A chancela de pontão de cultura refere-se a espaços físicos que abrangem diversas iniciativas culturais. São atribuições desses locais articular ações de mobilização, formação e mediação de rede de pontos de cultura e demais iniciativas culturais.
Com edificação desenhada por Oscar Niemeyer, a Casa do Cantador foi criada em novembro de 1986 para homenagear a comunidade nordestina que mora no DF, mas se tornou referência também para outras manifestações culturais.
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O diretor do local, Francisco de Assis Chagas, conhecido como Neném, definiu a oficialização como um presente de aniversário adiantado da entidade, que completa 31 anos neste ano. “Esse título vem para reafirmar o trabalho que fazemos aqui há três décadas. [A Casa do Cantador] é um espaço de expressão da pluralidade de Ceilândia, onde, além da cultura nordestina, samba, rock e hip-hop se sentem representados.”
Pontos de cultura são entidades sem fins lucrativos, grupos ou coletivos que desenvolvem e disseminam atividades culturais. Podem ser pontos, por exemplo, escolas de samba, comunidades de matriz religiosa e espaços onde são desenvolvidas ações artísticas.
Há cerca de 40 pontos de cultura certificados no DF e outros autodeclarados, que ainda serão mapeados pelo governo de Brasília.
Ambos os títulos estão previstos na Lei Federal nº 13.018, de 2014, que instituiu a Política Nacional de Cultura.
Veja os pontos de cultura credenciados pelo Brasil.
Edição: Marina Mercante