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07/05/2017 às 16:08, atualizado em 08/05/2017 às 16:12
Estar em uma área de preservação facilita a abordagem do tema na unidade de ensino. Uma das atividades é a exposição dos estudantes sobre a flora do local
A sombra das árvores e o ar puro que respira toda tarde são alguns dos detalhes que fazem Ana Clara Souza Cardoso, de 10 anos, se sentir, como ela mesmo define, “uma privilegiada”. A menina é um dos 404 alunos da Escola Classe Jardim Botânico, dentro do Jardim Botânico de Brasília.
Moradora de São Sebastião, Ana Clara frequenta o colégio há três anos e conta que entre os privilégios está conhecer os frutos que podem ser colhidos da natureza e as características de algumas plantas. “Dá prazer estudar aqui. O lugar é maravilhoso, e aprendemos sobre muitas coisas que têm aqui.”
Os benefícios não se resumem ao ambiente mais arborizado, ao contato com animais silvestres ou à facilidade para fazer trilhas. O Jardim Botânico — que abriga, por exemplo, uma estação ecológica com mais de 4 mil hectares para a preservação do bioma Cerrado — é, na visão da diretora do colégio, Adriana Muzi, o cenário perfeito para aprender sobre a vida. “Estamos em meio a uma crise hídrica. Precisamos cuidar do meio ambiente, e isso começa aqui”, diz.
As atividades vão das mais simples — como aprender a importância de recolher o lixo e não pisar nas plantas — às mais rebuscadas, com ensinamentos técnico-científicos. Desde que assumiu, em janeiro, a diretora estreitou os laços com a área de educação ambiental do Jardim Botânico.
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O primeiro produto da recente parceria é uma exposição de trabalhos feitos pelos alunos. A mostra começou em 27 de abril e terminaria na quarta-feira (4), mas a direção do órgão resolveu estender a visitação até o dia 26.
Cada turma teve um trabalho específico, que envolve desde pintura a exsicatas de plantas. Ana Clara, que cursa o quinto ano, conta que foi ela quem ensinou ao pai o significado do termo — trata-se de uma amostra de planta prensada e seca.
A gerente de Apoio Educacional do Jardim Botânico, Ana Luiza Caldas, explica que a exposição é apenas um dos resultados do projeto, intitulado Protetores do Cerrado. Ao fim de cada semestre, os meninos terão trabalhos sobre temas que estudarão de forma aprofundada durante o ano.
“Nosso objetivo é desenvolver atitudes e valores nas crianças”, detalha. Segundo ela, a ideia não é apenas sensibilizar os estudantes, mas ensiná-los desde cedo o que é a natureza e como tratá-la. “O estudo da ciência precisa ser presente na vida de toda pessoa.”
[Olho texto=”A ideia não é apenas sensibilizar os estudantes, mas ensiná-los desde cedo o que é a natureza e como tratá-la” assinatura=”” esquerda_direita_centro=””]
A forma como as crianças dos anos iniciais desenham uma árvore, por exemplo, é motivo de cuidado na visão da gerente. “Eles não desenham mais como palito e um círculo, enxergando a árvore de uma forma tão simples.” As imagens têm folhas, troncos robustos e frutos.
Muito do que os estudantes aprendem na escola, Ana Luiza conta que só é visto no ensino médio. No entanto, com a linguagem adequada, eles conseguem aprender com facilidade, como no caso das exsicatas, que envolveu pesquisa científica dos pequenos.
O que Pedro Henrique Rodrigues Bezerra, de 10 anos, aprende na escola ele garante que ensina aos pais e aos amigos. São lições de como preservar a natureza não colocando fogo em mato ou não arrancando flores ou plantas.
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Estar em uma área de preservação ambiental ainda traz facilidades como o contato com instituições como o Corpo de Bombeiros, em capacitações sobre combate a incêndio, e a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), que tem uma estação de tratamento no Jardim Botânico.
A Escola Classe Jardim Botânico é inclusiva e faz parte da rede da Secretaria de Educação. São oferecidas turmas do primeiro ao quinto ano, e vagas remanescentes ficam disponíveis no 156, conforme planejamento da pasta para todo o DF.
Exposição Flora do Jardim Botânico de Brasília
Até 26 de maio
Centro de Visitantes do Jardim Botânico de Brasília
O local é aberto de terça-feira a domingo, das 9 às 17 horas. A entrada custa R$ 5. Pessoas com mais de 60 anos ou até 12 anos incompletos não pagam, assim como quem tem algum tipo de deficiência.
Edição: Marina Mercante