28/05/2017 às 01:44, atualizado em 08/07/2017 às 10:08

Alvorada da Folia de Roça reúne 1,8 mil em Planaltina

Jantar comunitário na noite desse sábado (27), na Fazenda Proteção Divina, marcou o início da tradicional Festa do Divino Espírito Santo, que termina no Domingo de Pentecostes (5)

Por Larissa Sarmento, da Agência Brasília

A tradicional Festa do Divino Espírito Santo, que ocorre há 156 anos em Planaltina, começou na noite desse sábado (27) com a Alvorada da Folia de Roça. Cerca de 1,8 mil pessoas, segundo a Polícia Militar de Goiás, participaram do início da celebração que termina no Domingo de Pentecostes (5).

o governador Rodrigo Rollemberg acompanhou o início da celebração acompanhado da esposa, Márcia Rollemberg.

O governador Rodrigo Rollemberg acompanhou o início da celebração, acompanhado da esposa, Márcia Rollemberg. Foto: Dênio Simões/Agência Brasília

Acompanhado da esposa, Márcia Rollemberg, o governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, esteve no jantar de abertura dos festejos na Fazenda Proteção Divina.

“Centenas de pessoas se dedicam durante meses para construir esta festa, que reúne caráter religioso, cultural e da vida rural de uma cidade centenária como Planaltina”, disse o governador. “É a oportunidade de as pessoas agradecerem as graças que receberam ao longo do ano.”

O cardápio — arroz, feijão, carne de sol e mandioca, tudo doado por fiéis e fazendeiros — começou a ser preparado na segunda-feira (22). Auridício Caldeira, um dos 20 responsáveis pela organização, conta que comparece à Folia há 30 anos. “Não tem dinheiro que pague. Me sinto leve porque a gente tem amor em participar. Não sentimos sono. Só na segunda-feira”, brincou.

Seguindo a tradição, cerca de 300 cavaleiros sairão às 14 horas deste domingo (28) da fazenda, rumo à Igreja Matriz São Sebastião, na área urbana de Planaltina. Ao chegar, no sábado (4), às 13 horas, haverá o encontro das sete bandeiras do Divino trazidas de várias regiões.

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No caminho, os fiéis montados a cavalo percorrem cerca de 20 quilômetros por dia e são hospedados por pessoas que lhes dão apoio. Uma delas, Theresinha Alves da Silva, de 86 anos, oferece pouso quase todos os anos porque diz que se sente bem ao participar da festividade. “Meu pai era guia da Folia, para mim é a melhor festa que tem”, explicou a moradora de Água Fria (GO).

A bandeira da Fazenda Proteção Divina será carregada neste ano por Aécio da Silva Campos, designado para ser o alferes, ou seja, o líder que conduz o cortejo dos cavaleiros. Com 77 anos, o aposentado diz que se sentiu honrado para estar à frente da Folia. “Para mim foi uma glória tremenda ter sido escolhido.” Segundo ele, já existem alferes determinados até 2022.

Filha de Aécio, Lucíula Boaventura conta que a família encarregada de cuidar de todo o percurso dos cavaleiros começou a se preparar desde que o pai foi escolhido para alferes, há cinco anos. “A gente se diverte, porque gosta de andar a cavalo e estar em família, mas a fé vem em primeiro lugar, nossa família é muito religiosa”, destacou a aposentada, de 52 anos.

Origem da Festa do Divino Espírito Santo

Considerada patrimônio cultural imaterial do Distrito Federal, pelo Decreto nº 34.370, de 17 de maio de 2013, a Festa do Divino Espírito Santo ocorre há 156 anos. Ela recorda a descida do Espírito Santo sobre os 12 apóstolos de Jesus Cristo, em Pentecostes, sete semanas depois da Páscoa. Segundo a Administração Regional de Planaltina, é a segunda maior celebração local da Igreja Católica — atrás apenas da Via-Sacra do Morro da Capelinha.

Edição: Raquel Flores