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30/05/2017 às 20:24, atualizado em 31/05/2017 às 09:24
Práticas pedagógicas que valorizam a identidade de Brasília, como as da professora Maria da Gloria Bonfim Yung, foram apresentadas a cerca de 200 educadores nesta terça-feira (30)
Professores e coordenadores de ensino de cerca de 200 escolas da rede pública de ensino do Distrito Federal tiveram a oportunidade de aprofundar os conhecimentos sobre patrimônio artístico, histórico e cultural.
Nesta terça-feira (30), os educadores participaram do 1º Seminário de Educação Patrimonial: Lugares, Memórias e Identidades, organizado pela Secretaria de Educação em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) e com outros órgãos do governo local.
À frente do projeto Preservartepatrimônio desde 2010, a professora de artes visuais Maria da Gloria Bonfim Yung mostrou aos colegas o trabalho que desenvolve na Escola Parque 307/308 Sul.
Por meio de fotografias, visitas a pontos turísticos, desenhos e pinturas, os estudantes do 1º ao 5º ano do ensino fundamental retratam elementos característicos da identidade de Brasília.
Durante as atividades, as crianças estudam as obras de Lucio Costa, Burle Marx, Alfredo Volpi, Athos Bulcão, Francisco Galeno e Oscar Niemeyer. “Mostramos a importância de se reconhecer como indivíduo parte desse patrimônio”, defendeu a educadora.
[Olho texto='”Ao entender melhor sua história, o aluno se vê como dono da escola, da carteira, da quadra e, assim, passa a valorizar esses elementos”‘ assinatura=”Maria da Gloria Bonfim Yung, professora da Escola Parque 307/308 Sul” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Para Maria da Gloria, especialista em gestão do patrimônio cultural e militante da causa há 30 anos, o processo faz diferença na vida do estudante como cidadão. “Ao entender melhor sua história, o aluno se vê como dono da escola, dono da carteira, dono da quadra, e, assim, passa a valorizar esses elementos.”
Ações como as da educadora da escola na Asa Sul serão incentivadas, cada dia mais, em outras unidades de ensino do DF, como previsto na Portaria nº 265, 16 de agosto de 2016, que institui a Política de Educação Patrimonial da Secretaria de Educação.
O Dia Nacional do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural, comemorado em 17 de agosto desde 1998, homenageia o historiador e jornalista mineiro Rodrigo Melo Franco de Andrade, defensor da causa. No DF, a celebração passou a integrar o calendário oficial em 2016.
O marco legal foi apresentado aos educadores durante o seminário de hoje (30), no auditório do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), na Asa Norte, e tem duas datas como mote.
A primeira é o Dia Nacional do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural, 17 de agosto, instituído no calendário escolar da rede pública de ensino do DF. Será comemorada pela primeira vez neste ano.
[Numeralha titulo_grande=”17 de agosto” texto=”Instituído no calendário escolar do DF como Dia Nacional do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural” esquerda_direita_centro=”direita”]
A outra celebra os 30 anos do reconhecimento do Plano Piloto de Brasília como Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Com a formalização, as ações de educação patrimonial, que ocorrem hoje pontualmente nas escolas, serão incentivadas como parte do plano pedagógico. “É um tema transversal, que pode ser abordado de diversas formas, e é esse o suporte que daremos às coordenações de ensino”, explicou o técnico da gerência de Educação Ambiental, Patrimonial, Língua Estrangeira, Arte e Educação, José Delvinei Santos.
O objetivo da Secretaria de Educação é fazer uma série de oficinas para incentivar que cada escola crie seu próprio inventário de memórias, produtos e experiências relevantes para a comunidade.
Presente no seminário, a colaboradora do governo Márcia Rollemberg reforçou a atividade como forma de reconhecer e preservar Brasília. “A reforma curricular voltada para a educação patrimonial contribui para a formação dos jovens, para que eles se sintam parte desse todo.”
[Olho texto='”A reforma curricular voltada para a educação patrimonial contribui para a formação dos jovens, para que eles se sintam parte desse todo”‘ assinatura=”Márcia Rollemberg, colaboradora do governo de Brasília” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Márcia destacou projetos como a Roac de Portas Abertas, em que crianças e adolescentes visitam a Residência Oficial de Águas Claras, e a terceira edição do Festival de Filmes de Curta-Metragem das Escolas Públicas.
Neste ano, o evento incentiva a produção audiovisual e a participação cidadã, por meio do tema Se é público, eu também sou responsável. “É uma oportunidade de relacionar as crianças à história da cidade, trazer a dimensão da identidade que as liga aos pioneiros de Brasília”, definiu.
Outras iniciativas citadas pela colaboradora do governo foram o Turismo Cívico, o Memorial Bosque dos Pioneiros e o Embaixada de Portas Abertas.
O seminário teve ainda uma oficina de inventários participativos voltada para os educadores, ministrada pela coordenadora de Educação Patrimonial do Departamento de Articulação e Fomento do Iphan, Sonia Rampim Florêncio.
Contou também com a mostra A cidade que inventei, do Arquivo Público do Distrito Federal, composta por rabiscos, frases e desenhos do arquiteto e urbanista Lucio Costa, além de fotos da construção da cidade na década de 1950.
Edição: Vannildo Mendes