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23/08/2017 às 19:29, atualizado em 24/08/2017 às 09:55
Além da mostra competitiva, haverá coletâneas paralelas, oficinas, sessões especiais e debates. Edição deste ano será de 15 a 24 de setembro
Quem acompanha a produção cinematográfica nacional já pode se planejar para as atividades do 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, de 15 a 24 de setembro.
Na tarde desta quarta-feira (23), foi anunciada a programação oficial, que será detalhada nos próximos dias.
“Percebemos o quanto o setor audiovisual cresce, produz, se diversifica e atinge todo o Brasil. O festival é, sem dúvidas, um espaço para mostrar isso”, defendeu o secretário de Cultura, Guilherme Reis, na coletiva de imprensa no Cine Brasília (106/107 Sul).
Entre as novidades, ele destacou a homenagem ao cineasta Nelson Pereira dos Santos, que será agraciado com a medalha Paulo Emílio Salles Gomes, criada em 2016 para prestar tributo a grandes nomes do cinema brasileiro; e o FestUniBrasília — 1º Festival Universitário de Cinema de Brasília.
Os filmes de curta-metragem dirigidos por estudantes de faculdades de cinema e audiovisual concorrem a três Troféus Candango. “É extremamente importante darmos espaço para o cinema universitário. Acredito que essa iniciativa só tende a crescer”, avaliou Reis.
De acordo com o titular da pasta de Cultura, a pluralidade do cinema brasileiro será evidente com a mostra paralela 50 anos em 5 dias, de 17 a 22 de setembro. Com curadoria da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), a coletânea é uma retrospectiva de filmes que marcaram a história do festival.
“Essas exibições representam momentos diferentes da produção nacional, é uma forma diversa de olharmos para a sétima arte”, confirmou. A paralela será acompanhada pelas sessões 50 anos em 5 dias — Registro de uma história, com cinco documentários recentes que têm como tema aspectos distintos da história do cinema brasileiro.
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O secretário Guilherme Reis reforçou ainda que as atividades da 50ª edição dialogam com dois marcos históricos para a cidade: os 30 anos do reconhecimento de Brasília como patrimônio cultural da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e os 60 anos do concurso do Plano Piloto, vencido por Lucio Costa.
Em 15 de setembro, a noite de abertura será marcada por cerimônia de homenagem a Nelson Pereira dos Santos e pela exibição dos filmes Festejo muito pessoal (2016), de Carlos Adriano (SP), e Não devore meu coração (2017), de Felipe Bragança (RJ), obra inédita no circuito nacional.
No encerramento, em 24 de setembro, serão conhecidos e premiados os vencedores das mostras competitiva e Brasília. Antes da distribuição dos Troféus Candango e Câmara Legislativa do DF, o público convidado assistirá à obra Abaixo a gravidade (2016), de Edgard Navarro (BA).
Considerada um panorama das obras atuais no cenário brasileiro, a mostra competitiva ocorre de 16 a 23 de setembro, no Cine Brasília.
Nove longas-metragens e 12 curtas-metragens concorrem ao Troféu Candango e a R$ 340 mil em cachês de seleção. Selecionados entre 170 títulos, os candidatos ao Troféu Candango na categoria de longa-metragem vêm de nove unidades federativas: Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo.
Exclusiva para cineastas locais, a Mostra Brasília será de 18 a 22 de setembro, a partir das 18h30, no Cine Brasília. As 17 obras vão disputar R$ 240 mil em prêmios, distribuídos pelo Legislativo local.
O melhor longa-metragem escolhido pelo júri oficial receberá R$ 100 mil, e o melhor longa eleito pelo júri popular, R$ 40 mil. Os outros R$ 100 mil serão divididos entre outras categorias, como melhor fotografia e melhor som.
Integram ainda a programação duas mostras paralelas formadas por filmes inscritos que não foram selecionados para a competitiva. “São obras que consideramos muito relevantes e que trazem temáticas importantes para a função social do evento”, explicou o diretor artístico do festival, Eduardo Valente.
A primeira, Esses corpos indóceis, projetará, em 16 e 17 de setembro, seis longas e um curta-metragem que retratam a visão dos cineastas sobre diferentes perspectivas sobre o corpo para além dos padrões da sociedade.
Já a outra, Terra em transe, no fim de semana de 23 e 24 de setembro, é composta por cinco longas-metragens que abordam o momento político e social brasileiro.
Dois longas serão exibidos no Cine Brasília na condição de hors-concours: António um dois três, estreia em longas do cineasta cearense Leonardo Mouramateus, multipremiado com seus curtas; e A moça do calendário, da cineasta e atriz Helena Ignez.
Parte da programação do festival, em 18 e 19 de setembro, o 3º Festival de Filmes Curta-Metragem das Escolas Públicas de Brasília, no Cine Brasília, tem como objetivo incentivar a produção audiovisual na rede pública de ensino do DF.
Para abrir novas oportunidades a obras que ainda não foram finalizadas, a mostra Futuro Brasil servirá de vitrine para cineastas pré-selecionados que desejam apresentar trechos de suas obras a especialistas de mercados de grandes festivais internacionais.
As sessões são fechadas ao júri específico, ao qual caberá escolher um vencedor que levará prêmios técnicos para ajudar o filme a chegar ao produto final.
Além do tradicional espaço de cinema, estão previstas ações itinerantes em regiões administrativas, no Museu Nacional (Setor Cultural Sul, próximo à Rodoviária do Plano Piloto) e no Hotel Meliá (Setor Hoteleiro Sul).
Demanda histórica do setor, as atividades de fomento ao audiovisual ocorrem de 20 a 22 de setembro, por meio do Ambiente de Mercado. A iniciativa engloba diálogos com produtores, programadores, agentes de vendas, distribuidores e exibidores por meio de painéis setoriais, master classes (aulas com especialistas), conversas livres e oficinas.
Os filmes da competitiva Festivalzinho, voltada para crianças, ficarão em cartaz no Cine Brasília e, simultaneamente, no Gama, no Riacho Fundo I, em Sobradinho e em Taguatinga.
Para acolher a programação, as regiões serão aparelhadas com estrutura, ambientação e praça de alimentação, e receberão apresentações culturais.
O festival contará com a 25ª edição do Cinema Voador, que levará sessões gratuitas itinerantes à Estrutural, à Fercal, ao Paranoá, ao Recanto das Emas e a São Sebastião.
O Museu Nacional abrigará uma exposição com pôsteres de filmes e fotos históricas do evento. No mesmo local, no dia 23, a sessão especial Poesia Viva presta homenagem ao poeta maranhense Ferreira Gullar (1930-2016), com a exibição de A arte existe porque a vida não basta (2017), de Zelito Vianna.
A 50ª edição traz ainda a novidade de um aplicativo oficial, que será lançado poucos dias antes do festival. A plataforma digital poderá ser baixada gratuitamente em dispositivos móveis com sistemas operacionais Android e iOS.
A ferramenta terá a programação completa dos filmes e permitirá que o público escolha o melhor longa-metragem para o Prêmio Petrobras de Cinema — que receberá R$ 200 mil em contrato de distribuição, no caso da mostra competitiva, e R$ 100 mil para a Mostra Brasília — e o melhor curta.
Edição: Raquel Flores