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24/08/2017 às 09:05, atualizado em 24/08/2017 às 13:15
Nos seis primeiros meses deste ano, 1.744 mulheres tiveram acompanhamento psicológico, assistencial e jurídico. Elas também recebem ajuda para sair do ciclo de agressão
Vítima de violência doméstica, a dona de casa de 44 anos que prefere não se identificar foi uma das 1.744 mulheres atendidas, de janeiro a junho deste ano, nos centros especializados de atendimento à mulher (Ceam) da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. Ela recebeu acompanhamento psicológico, assistencial e jurídico.
Para a moradora do Recanto das Emas, foi difícil se impor ao marido, com quem viveu mais de 20 anos e de quem sofria agressões verbais, morais e até físicas. Somente com o apoio da psicóloga do Ceam, encontrou forças para exigir que o marido saísse de casa. “Ele fazia com que eu me sentisse uma inútil”, conta a mulher, que mal saía de casa por conta dos ciúmes dele. Hoje, ela retomou os estudos por meio da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O atendimento da dona de casa foi no Ceam da 102 Sul, o mais antigo do DF, com cinco anos de existência. Com uma equipe composta por bacharel em direito, psicólogo e assistente social, o local atende mulheres acima de 18 anos vítimas de violência doméstica, e o objetivo é promover a superação delas por meio de oficinas, cursos e palestras, entre outros eventos.
Também são atendidos no Ceam da 102 Sul transexuais e travestis, tanto por demanda espontânea quanto por encaminhamento da Justiça.
Segundo a chefe do centro, Graciele Reis, o trabalho é desmistificar alguns conceitos recebidos desde a infância, como a obrigação de ser mãe ou dona de casa. Ela conta que a maioria dos casos envolve mulheres dependentes dos parceiros. “Trabalhamos no fortalecimento delas para exercerem o direito de ir e vir.”
Fazem parte da rede de proteção à mulher no DF:
Esses equipamentos públicos somaram 12.794 atendimentos nos seis primeiros meses de 2017.
De acordo com a secretária adjunta de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Márcia de Alencar, o governo oferece, além da rede da proteção, um serviço de prevenção e enfrentamento da violência.
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A secretária ressalta que é preciso fortalecer a autonomia financeira feminina, com cursos profissionalizantes oferecidos na Casa da Mulher Brasileira, por exemplo. “A dependência emocional e econômica cria comportamentos bastante desagregadores nos vínculos e nas relações familiares.”
Márcia de Alencar lembra ainda a importância da Lei Maria da Penha, que completou 11 anos em 7 agosto e que fortaleceu a luta contra violência doméstica. “A lei é um marco legal extremamente importante; ela rompe com um histórico de invisibilidade e dá instrumentos para a mulher romper esse ciclo de violência”, opina a secretária adjunta.
Centros especializados de atendimento à mulher
Funcionam de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas
Estação do metrô da 102 Sul
(61) 3223-7264
Casa da Mulher Brasileira
SGAN 601, Lote J, Plano Piloto
(61) 3224-6221
Ceilândia
QNM 2 Conjunto F, Lotes 1/3
(61) 3373-6668
Planaltina
Jardim Roriz, Área Especial, Entrequadras 1 e 2
(61) 3389-8189
Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher
204/205 Sul
(61) 3207-6195
Disque-denúncia local
156, opção 6
Disque-denúncia nacional
180
Edição: Marina Mercante