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12/09/2017 às 09:15, atualizado em 12/09/2017 às 11:17
Com foco em pacientes que precisam tomar muitos remédios e têm dificuldade de leitura, o grupo adotou desenhos e cores para facilitar. Projeto concorre ao Prêmio Inova Brasília
Uma ideia simples que melhora o tratamento e resulta em mais qualidade de vida tem beneficiado pacientes com dificuldade de leitura na Unidade Básica de Saúde (UBS) 2 do Itapoã.
Para que eles saibam a hora certa de tomar o remédio, a equipe local trabalha no projeto Receita Simples, que adota cores e outros sinais para substituir as tradicionais anotações na receita médica.
Em vez da prescrição usual, o modelo adotado é visual. Além de imagens de sol e lua para indicar o horário, há referências para as refeições e cores associadas às cartelas de medicamentos.
Para desenvolver o projeto, que concorre ao Prêmio Inova Brasília, a equipe dá preferência a pacientes que usam vários remédios, principalmente os que têm doenças como hipertensão e diabetes.
Um deles é Domingas Pereira da Silva, de 49 anos, que tem colesterol alto e foi diagnosticada com pré-diabetes.
“Eu sei ler muito pouco, quase nada. É muito bom porque ajuda a não esquecer, essa é a maior vantagem da receita com desenhos”, conta a empregada doméstica.
A ideia surgiu quando o médico responsável pela proposta — e que atua na unidade —, Estevão Cubas Rolim, observou cuidados com o bisavô no ano passado. Após um infarto, o idoso passou a receber o auxílio de cuidadoras. “Mesmo dando instruções, ficou uma bagunça”, recorda.
O projeto foi iniciado em abril de 2016 e passou por várias etapas para ajustes no formato. A ideia é aumentar a segurança e a adesão ao tratamento.
Em um primeiro momento, a receita foi dividida em manhã, tarde e noite. Depois, surgiu a ideia de colar uma amostra do comprimido no papel, mas a proposta tornou-se inviável porque, com o tempo, os formatos dos medicamentos podiam ser alterados na produção.
Em seguida, o grupo passou a digitalizar imagens das cartelas e imprimir as receitas com as fotos. Houve ainda uma tentativa de separar os medicamentos com o auxílio de caixas de ovos. Com o método, no entanto, os remédios podiam se misturar.
Antes de chegar à versão atual, a receita e as caixas de medicação ganharam adesivos coloridos. “Mas percebemos que caía com facilidade. O que deu mais certo é a liga colorida e a cor referente pintada na receita”, explica o médico.
Atualmente, é assim que os pacientes com maior dificuldade de leitura recebem as instruções. Cada caixa de remédio recebe uma liga colorida e a cor relativa é pintada no papel logo ao lado de indicações de quando e como o comprimido deve ser tomado.
“O cenário ideal é que os remédios estejam bem organizados e com uma receita simples. Para que, mesmo que o paciente não saiba ler, seja capaz de entender”, resume Estevão Cubas sobre a iniciativa. Para ele, o projeto pode ser levado a outros locais do DF, mas é preciso ser adaptado a cada realidade.
Para reconhecer iniciativas inovadoras e com o objetivo de mobilizar os órgãos públicos do DF para prestar serviços de excelência ao cidadão, o governo de Brasília criou o Prêmio Inova Brasília.
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Nesta primeira edição, foram habilitados 39 trabalhos desenvolvidos por servidores do governo local em quatro categorias: atendimento ao cidadão, práticas transformadoras (inovadoras), uso eficiente dos recursos públicos e valorização do servidor.
Também compõem a lista de boas iniciativas, por exemplo, o programa Gentileza no Comércio, desenvolvido pela Administração Regional do Núcleo Bandeirante; os papa-entulhos instalados pelo Serviço de Limpeza Urbana; o programa Qualifica Mais, com cursos on-line; o Portal do Voluntariado; e o Amamenta Brasília, que, entre outras atividades, articula campanhas para abastecer os bancos de leite humano da cidade.
Edição: Paula Oliveira