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23/09/2017 às 01:26, atualizado em 25/09/2017 às 11:09
Com reflexões sobre o cenário político atual, o Congresso Nacional foi palco dos dois longas-metragens locais na noite desta sexta-feira (22). O governador Rollemberg passou no Cine Brasília para cumprimentar os organizadores e se mostrou satisfeito com a qualidade da mostra
Filme brasiliense Era uma Vez Brasília encerrou, nesta sexta-feira, o 8º dia do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro (22). O documentário fantasioso traz a narrativa de um agente intergaláctico que recebeu uma missão peculiar em 1959: matar o presidente Juscelino Kubitschek no dia da inauguração da capital.
Perdido no espaço por anos, o protagonista acaba caindo em Ceilândia, em 2016. Desnorteado, agora ele se encarrega da tarefa de “acabar com os monstros que tomaram o poder no Brasil”, como define o diretor Adirley Queirós.
Em cenários noturnos, com imagens documentadas das manifestações populares de 2016, o diretor apresenta uma construção que não segue uma narrativa temporal, mas com a realidade atual como base.
Vindo de outro evento, o governador Rodrigo Rollemberg passou no Cine Brasília, ao final da programação da noite, para cumprimentar os organizadores do festival e se mostrou satisfeito com a qualidade da mostra.
“As informações que tenho são de que o festival está fantástico. Muitas pessoas estão elogiando. Tem impulsionado Brasília. Agora temos a grande novidade com a criação do Parque Audiovisual, que vai ajudar o setor a crescer mais ainda no cenário”, comemorou.
O governador estava acompanhado da esposa e colaboradora do governo, Márcia Rollemberg, e do secretário de Cultura, Guilherme Reis.
[Olho texto=”Em Era uma Vez Brasília, agente intergaláctico aterrissa em Ceilândia e assume a missão de acabar com monstros que tomaram o poder no País” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Esta é a terceira vez que Adirley concorre. Em 2014, ele venceu na categoria principal do 47º Festival de Brasília com Branco Sai, Preto Fica. Já em 2005, o cineasta levou os prêmios principais dos júris oficial e popular com o curta-metragem Rap, o canto da Ceilândia.
Outra produção brasiliense foi exibida na Mostra Brasília e na Competitiva. O documentário Carneiro de Ouro, de Dácia Ibiapi, narra a história de Dedé Rodrigues, que produz filmes com meios precários no Sertão do Piauí.
Dedé Rodrigues agradeceu a oportunidade de ter sua saga retratada na obra de Dácia. “Estou realizando um sonho. Fazer cinema não é fácil, ainda mais no interior do Piauí com poucos recursos.”
Entres os títulos mais conhecidos de Rodrigues está a triologia Cangaceiros Fora de Tempo. Alguns trechos da produção do cineasta piauiense foram exibidos no curta Carneiro de Ouro. “Eu tenho muitos filmes, não são nenhuma Hollywood, mas a gente tenta”, conta.
As duas obras do DF foram antecedidas pelo curta Chico, de Irmãos Carvalho, do Rio de Janeiro. Os filmes da mostra competitiva também passaram nos seguintes locais:
Os interessados podem assistir à reprise gratuita dessas produções neste sábado (23), às 15 horas, no Auditório 1 do Museu Nacional (Conjunto Cultural da República, próximo à Rodoviária do Plano Piloto).
O longa-metragem Um domingo de 53 horas, de Cristiano Vieira, narra os episódios do dia 17 de abril de 2016, quando a Câmara dos Deputados aceitou o processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff.
Com 93 minutos de duração, o documentário traz entrevistas e imagens da cobertura de dentro do Plenário e de ambos os lados da Esplanada dos Ministérios, que foi dividida por uma barricada para evitar confronto entre grupos pró e contra o impeachment.
O filme expõe o ponto de vista tanto de pessoas comuns, que estiveram no protesto trabalhando ou protestando, quanto de jornalistas, políticos, juristas e pesquisadores de todos os polos de opinião, a fim de obter um retrato do paradoxal embate ideológico e político brasileiro.
“É um filme que tenta entender esse momento conturbado que vive nosso país desde abril de 2016. Foi um filme difícil de fazer, ainda mais sem recursos, mas a nossa ideia é trazer uma reflexão do que estamos vivendo hoje e para onde isso vai”, comentou o diretor.
Edição: Vannildo Mendes