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12/11/2017 às 10:02, atualizado em 13/11/2017 às 11:13
Além de acolher bichos resgatados por órgãos de fiscalização ambiental, espaço recebe demanda de outras unidades da Federação. Últimos filhotes são dois tatus, que vieram da Chapada dos Veadeiros
Os dois tatus recém-nascidos são irmãos e foram resgatados na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, por pessoas de uma reserva ecológica da área. Sem condições de se alimentarem ou se defenderem sem a mãe, foram levados à Fundação Jardim Zoológico de Brasília há três dias.
A fundação é referência para cuidar de filhotes por ter estrutura e condições técnicas adequadas. Ela conta com um berçário de 9,5 metros de diâmetro e 70,88 metros quadrados de área. “Normalmente animais muito novos têm manejo complexo, principalmente na questão nutricional”, explica o diretor do Hospital Veterinário do local, Rodrigo Rabello.
A dieta precisa ser balanceada e adequada a cada espécie, em obediência ao requerimento metabólico dos grupos e às necessidades nutricionais dos indivíduos. Ela precisa estar de acordo com o comportamento dos animais e obedecer a fórmulas matemáticas precisas.
No caso dos tatus, por exemplo, eles recebem leite sem lactose, o que, segundo estudos, mais se assemelha à composição do leite das fêmeas. O diretor de Nutrição, Lucas Carneiro, explica que a mistura leva prebióticos para melhorar a flora intestinal.
[Olho texto='”Animais muito novos têm manejo complexo, principalmente na questão nutricional”‘ assinatura=”Rodrigo Rabello, diretor do Hospital Veterinário do zoo” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
A alimentação dos dois mamíferos é feita a cada três horas até que eles se desenvolvam e passem a comer duas vezes ao dia. “É por isso que nessa fase eles precisam ser levados para casa”, explica Carneiro.
A expectativa é de, em cerca de quatro meses, devolvê-los à reserva ecológica para só depois ser feita a soltura na natureza. Os filhotes ficam no berçário, inaugurado em dezembro do ano passado.
O local, que é referência e já recebeu demandas de estados como Tocantins e Bahia, conta com equipamentos como incubadora, unidade de terapia de aves e sistema de aquecimento. É possível controlar umidade e temperatura do ambiente de acordo com a necessidade dos bichos.
Os principais cuidados para a reabilitação dos animais e sua devolução à natureza são de cunho, além de nutricional, médico-veterinário. “Às vezes o bicho não tem nenhuma ferida, mas está apático. Nós então fazemos exames para descobrir o que é e tentar resolver”, resume Rabello.
O protocolo clínico é montado de acordo com o que o animal apresentar. A maior parte, tratada no berçário, é trazida de operações feitas por órgãos de fiscalização, como a Polícia Ambiental e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
[Olho texto=”A maior parte dos filhotes tratados no berçário vem de operações feitas pela Polícia Ambiental e o Ibama” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]
Foi o caso de dois saguis, que tiveram as mães mortas enquanto ainda eram recém-nascidos. “Eles são trazidos para o berçário exatamente para terem um contato restrito, pouca interação com as pessoas”, reforça o diretor do hospital.
A medida é importante para que os bichos não se acostumem com o cuidado humano. “A nossa prioridade é que esses animais sejam recuperados e soltos. Eles só ficam em cativeiro se não for mais indicada a vida livre”, acrescenta.
Isso porque nem sempre é possível devolvê-los à natureza. Os saguis, por exemplo, não se adaptariam soltos. Muito inteligentes e dependentes, os primatas se acostumam facilmente ao contato humano.
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Atualmente, 11 animais são cuidados no berçário. São cinco aves, dois tamanduás-mirins, dois tatus, dois saguis e um jabuti. Além de tratar dos filhotes, o hospital participa de manejos de espécies de maior periculosidade.
Nesse caso, o trabalho é feito na natureza mesmo. Os adultos que chegam ao zoo machucados, por sua vez, são tratados em recintos de semissoltura, onde até o contato visual com humanos é limitado.
Edição: Vannildo Mendes