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23/11/2017 às 08:57, atualizado em 23/11/2017 às 11:38
Iniciativas de 81 unidades da rede pública são avaliadas pela Controladoria-Geral, e vencedores serão conhecidos em 8 de dezembro. Horta comunitária e captação de água da chuva estão entre os desafios executados pelos alunos do CEF Buriti Vermelho, no Paranoá
A árvore caída ao lado da escola virou banco. Latas e pneus foram transformados em vasos de jardim. As plantas que ornamentam o pergolado serão regadas graças à captação da água da chuva, que agora vai direto para a caixa d’água.
No banheiro, o sabonete líquido foi feito pelos próprios estudantes, assim como os outros elementos da nova realidade do Centro de Ensino Fundamental (CEF) Buriti Vermelho, na área rural do Paranoá.
As soluções criativas foram executadas pelos adolescentes do oitavo e do nono ano que concorrem ao 1º Prêmio Escola de Atitude. As dez melhores ideias serão reconhecidas em 8 de dezembro, data da premiação da iniciativa do Controladoria na Escola, projeto da Controladoria-Geral do DF que tem como objetivo fomentar a participação cidadã.
Enquanto os alunos encontram alternativas para resolver os problemas de onde estudam, os desafios propostos por eles são avaliados pela equipe da controladoria.
[Olho texto='”Saber que os bens públicos são nossos é a melhor forma de combatermos a corrupção. Precisamos que todos sejam responsáveis e que cada um faça sua parte: governantes e sociedade”‘ assinatura=”Henrique Ziller, controlador-geral do DF” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
“É impressionante vermos a vivacidade das escolas públicas do DF, o envolvimento dos pais e da comunidade escolar como um todo”, elogiou o controlador-geral do DF, Henrique Ziller, sobre os resultados apresentados pelos colégios.
Até o fim da semana, ele passará por algumas das 81 unidades de ensino para acompanhar o desenvolvimento dos desafios antes da premiação e para saber a opinião dos alunos sobre as atividades.
No CEF Buriti Vermelho, o titular do órgão de controle qualificou o envolvimento das turmas como extremamente proveitoso. “Saber que os bens públicos são nossos é a melhor forma de combatermos a corrupção. Precisamos que todos sejamos responsáveis e que cada um faça sua parte: governantes e sociedade”, disse aos adolescentes durante a visita.
A avaliação foi bem recebida pela aluna do nono ano Ana Heloísa Soares Cardoso, de 14 anos. Ela levou a muda de cebolinha para compor a horta. Coentro, alface e rúcula plantados ali em breve também serão incremento na merenda.
“Fomos ajudando uns aos outros, a professora trouxe sementes, colocamos plaquinhas de identificação”, elencou a garota, enquanto mostrava ao controlador-geral do DF o barbante com CDs amarrados em volta da área para afastar os pássaros interessados nas hortaliças.
O conhecimento sobre técnicas de plantio também fez Carlos Daniel Pereira, de 16 anos, se juntar aos colegas na horta. Ele ajudou a consertar as calhas para captação da água da chuva, que será usada para a limpeza do pátio e para regar a horta e o jardim, resultando em economia de água. “Algumas estavam quebradas e vazando, colamos e trocamos o material”, explicou.
Carlos Daniel, que sonha cursar agronomia, contou que viveu uma aula prática de química ao fazer o sabonete caseiro com a ajuda de uma das professoras. “Soda cáustica, álcool, água, essência e pronto”, ensinou. O jovem também participou da construção do banco ao lado da quadra de futebol.
Segundo a diretora da instituição, Núcia Maria de Oliveira Censi, as atividades têm como foco a manutenção do espaço preservado e o maior respeito entre os jovens. “A partir do momento que eles cuidam, aprendem a valorizar o trabalho do outro.”
De acordo com a gestora, atividades como mutirão de limpeza, pintura dos bancos e plantio do jardim envolveram, além dos estudantes inscritos no prêmio, todas as turmas, que somam 260 alunos.
Em alguns casos, até o comportamento dentro de casa mudou. “Minha mãe sempre fazia um discurso para que eu ajudasse a limpar a casa, agora tento melhorar a cada dia”, contou Rodrigo de Sousa Medeiro, de 15 anos.
Aluno do nono ano matutino, ele também ajudou na montagem dos bancos próximo à quadra de futebol. “Agora temos um local para descansar no intervalo do jogo”, comemorou.
Desde o começo, em setembro, a iniciativa da Controladoria-Geral do DF envolveu cerca de 4 mil alunos do ensino médio e do oitavo e do nono anos do ensino fundamental. Por uma semana, eles fiscalizaram salas de aula, biblioteca, merenda, secretaria, quadras e demais áreas das unidades participantes.
[Numeralha titulo_grande=”R$ 140 mil” texto=”Prêmio que será distribuído entre as dez primeiras escolas classificadas” esquerda_direita_centro=””]
Para orientar os alunos, foram capacitados 290 professores das instituições inscritas. Os espaços interno e externo das escolas foram avaliados por meio do aplicativo Monitorando a Cidade.
Com os problemas apontados, cada escola preparou um desafio que deveria ser executado pelos alunos, de modo a mudar algum aspecto da realidade escolar. No Centro Educacional 310 de Santa Maria, por exemplo, o projeto foca na valorização do patrimônio público.
Antes da fase de execução do desafio, 104 escolas de ensino fundamental e médio estavam inscritas na gincana.
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Com o passar das etapas, algumas turmas desistiram, principalmente as de ensino médio, por conta da proximidade das tarefas com a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que ocorreu em 5 e 12 de novembro.
De acordo com a Controladoria-Geral, o objetivo para 2018 é que o processo seja iniciado no primeiro semestre e estendido a 200 unidades de ensino.
No total, R$ 140 mil serão distribuídos entre as dez primeiras classificadas do Prêmio Escola de Atitude. O valor deve ser investido na unidade de ensino.
Além disso, três professores orientadores de cada colégio vencedor receberão bolsas de pós-graduação oferecidas pelo Fundo Pró-Gestão, da Escola de Governo do DF.
A premiação para os dez primeiros colocados é a seguinte:
Edição: Marina Mercante