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24/12/2017 às 10:07, atualizado em 21/02/2018 às 20:20
Iniciativa do Centro de Ensino Médio 9, de Ceilândia, inclui aulas lúdicas com professores voluntários, jogos colaborativos e preparação para olimpíadas disciplinares
Com oito troféus na mesa, além de medalhas de reconhecimento dos alunos, o projeto Matemática Todo Dia, do Centro de Ensino Médio 9 (CEM 9) de Ceilândia, também coleciona ex-estudantes com méritos acadêmicos.
Até agora, já são mais de 100 participantes do programa que entraram em universidades públicas brasileiras, além daqueles que conseguiram bolsas de estudo para faculdades particulares.
Um deles é Luan da Cruz Vieira, de 21 anos, que obteve uma bolsa para estudar medicina em faculdade particular de Brasília. Agora no sexto semestre da graduação, ele é um dos voluntários que ajudam no projeto.
Vieira dá aulas em matérias como física, matemática e até astronomia. “O projeto cria oportunidades para a gente. Antes mesmo da bolsa, consegui uma vaga em um programa de iniciação científica na Universidade de Brasília”, detalha o ex-aluno do CEM 9.
[Olho texto='”No projeto, você tem sempre um método para passar pelos desafios, que são relacionados com o que vemos na escola”‘ assinatura=”Maiara Cristina, aluna do 1º ano do ensino médio” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
A cada ano, é fechada uma turma com cerca de 40 alunos da unidade para aulas lúdicas nas noites de quinta-feira. Os estudantes dos 1º, 2º e 3º anos do ensino médio recebem jogos eletrônicos ou feitos em madeira para competir e trocar conhecimentos, principalmente em matemática.
Maiara Cristina, de 16 anos, do 1º ano do ensino médio, diz que os jogos quebram a rotina de exercícios em aula. “Normalmente é chato, mas, no projeto, você tem sempre um método para passar pelos desafios, que são relacionados com o que vemos na escola.”
Também são aceitos aprendizes de outras unidades de ensino de Ceilândia. Segundo a coordenadora do Matemática Todo Dia, Alessandra Lisboa, estudantes do ensino fundamental buscaram vagas no projeto e conseguiram.
Um exemplo é a aluna Elizângela Lima, de 18 anos, que entrou no ensino fundamental em outra escola e agora está no programa do CEM 9 no terceiro ano. “O projeto incentiva a gente a gostar de aprender. Precisamos estudar de tudo, porque estamos na corrida para o vestibular.”
[Numeralha titulo_grande=”Mais de 100″ texto=”Participantes do projeto que conseguiram vaga em universidade pública” esquerda_direita_centro=”direita”]
A professora propôs o projeto em 2006, quando começou a trabalhar na direção da unidade, onde também foi aluna. “Eu tinha um apreço muito grande pela escola e um carinho por olimpíadas de matemáticas. Motivar para as olimpíadas é motivar para estudar todas as disciplinas.”
Por isso, eles preparam alunos para competições de outras matérias, como química, física e filosofia. Como as disputas têm datas durante o ano letivo e os encontros do projeto ocorrem em todo o ano, os estudos também se voltam para provas e vestibulares.
A primeira turma foi formada em 2007, depois que Alessandra convidou alunos da escola a participar do projeto. Logo no segundo ano, já havia mais de 70 interessados.
Acompanhadas pelo professor voluntário Marcos Paulo Barbosa, subtenente do Corpo de Bombeiros Militar do DF, as turmas são selecionadas com base no interesse dos estudantes. “Levamos em conta a motivação. Às vezes, convidamos aqueles que nem gostam de matemática”, explica o bombeiro.
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Jonathan de Oliveira, de 15 anos, no primeiro ano do ensino médio, mostrou essa motivação. “Eu nem sabia que o projeto existia. Vim para essa escola porque sabia que aqui tem aulão e fiquei interessado. Por isso me convidaram, e eu gostei muito depois que descobri.”
Barbosa lembra que o projeto ajuda não apenas para os estudos e para olimpíadas. “É uma preparação também de cunho social e para a vida. Eles colaboram entre si e formam vínculos. Não é à toa que querem retornar para ajudar, quando se formam.”
Edição: Vannildo Mendes