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06/01/2018 às 09:50
Foram trocadas 8.750 geladeiras e 100 mil lâmpadas. Além disso, 2,6 mil famílias receberam aquecedores solares, como a de Maria Gonçalves, em Ceilândia, que passou a economizar cerca de R$ 60 por mês
A terceira edição do programa Agente CEB superou a meta de equipamentos distribuídos. A Companhia Energética de Brasília havia previsto substituir 7 mil refrigeradores e 80 mil lâmpadas, além de doar 2 mil aquecedores solares. Mas, com a alta demanda da população, a empresa fez um aditivo no contrato para aumentar a oferta.
Assim, foram trocadas 8.750 geladeiras usadas por novas e 100 mil lâmpadas incandescentes ou fluorescentes por modelos de LED. Já a doação de aquecedores resultou em 2,6 mil famílias beneficiadas.
“A gente viu que tinha público, as pessoas estavam solicitando uma quantidade maior de equipamentos. [Com o aditivo no mesmo contrato], o projeto sai mais barato e beneficia mais gente”, avalia Junio de Matos, engenheiro eletricista da Gerência Socioambiental e de Pesquisa e Desenvolvimento da CEB.
Com o acréscimo de benefícios, o programa somou R$ 20.619.978 investidos em equipamentos e serviços em 2017.
A moradora de Ceilândia Maria Gonçalves, de 46 anos, foi uma das primeiras agraciadas com aquecedor solar, há um ano.
À época, quando recebeu a reportagem, a expectativa dela era de alívio para o bolso — o chuveiro elétrico representa cerca de 30% dos gastos domésticos com energia —, mas os benefícios foram além.
Em tempo de crise hídrica e racionamento no DF, Maria aponta outra vantagem do sistema de aquecimento: “Eu não fico mais sem esse aquecedor. Até quando falta água, a gente consegue tomar banho normalmente”. Sete pessoas vivem na residência.
Os aquecedores doados no programa têm capacidade para esquentar 200 litros de água, na temperatura de 60º C, usando apenas a luz solar. Para resguardar as famílias em dias sem sol, o reservatório consegue abastecer por dois dias uma casa com uma média de seis moradores.
[Olho texto=”“Eu não fico mais sem esse aquecedor. Até quando falta água, a gente consegue tomar banho normalmente”” assinatura=”Maria Gonçalves, moradora de Ceilândia” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
À época da doação do aparelho, técnicos da CEB calcularam que Maria teria uma economia de R$ 420, mas a estimativa dependia dos hábitos de cada um, como o tempo do banho.
Para poupar energia e água, os moradores se esforçaram. “Minha conta era de cento e pouco reais. Hoje, vem uns R$ 40”, informa a dona de casa. No total, o valor economizado em um ano soma R$ 720.
A estimativa anual de redução de consumo de energia elétrica no DF com a distribuição dos equipamentos, segundo a CEB, é de 1.572.000 kWh com os aquecedores solares, de 3.291.000 kWh com as lâmpadas e de 3.600.000 kWh com os refrigeradores.
Uma geladeira velha, por exemplo, tem uma média de consumo de 120 kWh/mês, enquanto um eletrodoméstico novo consome, em média, 60 kWh/mês.
Para comparar, o consumo médio de uma residência do DF, segundo a companhia, é de 194 kWh por mês, o que equivale a 2.328 kWh por ano.
Os 8.463.000 kWh/ano estimados de economia com a terceira edição do programa Agente CEB seriam suficientes para abastecer, durante 365 dias, 3.635 casas.
Equipamentos substituídos | Economia de energia anual | Número equivalente de residências |
8.750 refrigeradores | 3.600. 000 kWh/ano | 1.546 |
100.000 lâmpadas | 3.291.000 kWh/ano | 1.413 |
2.600 aquecedores solares | 1.572.000 kWh/ano | 675 |
Total | 8.463.000 kWh/ano | 3.635 |
Uma quarta edição do programa está em fase de planejamento, de acordo com a companhia.
O Agente CEB é parte do programa de eficiência energética do órgão. Entre as obrigações previstas em contratos de concessão firmados pelo Ministério de Minas e Energia está a aplicação de, no mínimo, 0,5% da receita operacional líquida da distribuidora em ações de combate ao desperdício de energia (programas de eficiência energética).
A medida, prevista na Lei Federal nº 9.991, de 2000, é fiscalizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
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Edição: Marina Mercante