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18/01/2018 às 08:59, atualizado em 18/01/2018 às 13:58
Janeiro é o mês para conscientização sobre a doença, que deixa de ser contagiosa assim que o paciente inicia o tratamento
O último domingo de janeiro — neste ano, dia 28 — é o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Hanseníase. Além disso, por ser de conscientização sobre a doença, o mês recebe o apelido de Janeiro Roxo.
No Distrito Federal, a Secretaria de Saúde reforça que o diagnóstico e o tratamento podem ser feitos em qualquer unidade da rede pública.
Segundo a dermatologista da pasta Janaína Amorim, da equipe de Vigilância Epidemiológica em Hanseníase, a média dos últimos sete anos tem ficado estável, com cerca de 200 casos anuais. No ano passado, 217 pessoas foram diagnosticadas com a enfermidade em Brasília.
[Numeralha titulo_grande=”200″ texto=”Média de casos de lepra no DF dos últimos sete anos” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Também conhecida como lepra, a hanseníase é transmitida pela bactéria Mycobacterium leprae e pode atingir pessoas de qualquer idade, homens e mulheres.
Para haver contaminação, esclarece Janaína, é preciso ter um contato íntimo e prolongado com a pessoa infectada que ainda não esteja em tratamento — assim que os cuidados para a cura começam, a bactéria para de evoluir e de ser contagiosa.
Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental. “Temos de fazer o monitoramento na rede de pessoas que convivem com aquelas com hanseníase”, informa a médica.
Para descobrir se há infecção, é necessário um exame minucioso no corpo do paciente. A pessoa pode também fazer o autoexame e procurar por manchas nas costas, atrás da orelha e nas nádegas, entre outras partes.
O tratamento leva de seis meses a um ano, em geral. Janaína ressalta que o paciente não deve abandonar o tratamento na metade, porque a bactéria pode desenvolver resistência ao medicamento.
A doença é silenciosa e pode demorar de dois a cinco anos para apresentar os sintomas iniciais.
“Na primeira mancha, não sabia o que era, aí fui perdendo a sensibilidade. Se eu tivesse tratado logo, teria feito a diferença”, conta um paciente da unidade básica de saúde do Núcleo Bandeirante que prefere não se identificar.
[Olho texto=”As perdas de sensibilidade em quem tem hanseníase são térmicas, dolorosas e táteis e podem ser percebidas em ações do cotidiano” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Ele tem 43 anos, trabalhava com ferragem e teve de se aposentar por invalidez depois de contrair a doença.
Quando as primeiras manchas esbranquiçadas começaram a aparecer no braço, o homem pensou que pudesse ser pano branco — um tipo de micose — e esperou passar.
Demorou cerca de dois anos para ser diagnosticado. Já havia perdido o movimento de fechar a mão e de movimentar os dedos.
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As perdas de sensibilidade em quem tem hanseníase são térmicas, dolorosas e táteis e podem ser percebidas em ações do cotidiano. “Você está andando, e o chinelo fica”, exemplifica o paciente do Núcleo Bandeirante.
Também é comum que as pessoas se queimem no fogão sem que percebam. “Eu evito ficar perto do fogo e de locais em que possa me cortar, porque não sinto.”