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27/02/2018 às 09:04, atualizado em 27/02/2018 às 09:48
Sistema de captação e armazenamento no Centro Educacional 7 de Ceilândia utiliza três tanques com capacidade para 20 mil litros cada um. Iniciativa também é trabalhada em conteúdos pedagógicos
Uma iniciativa de reaproveitamento hídrico na rede pública de ensino ganhará espaço no 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília, de 18 a 23 de março. Em 2015, o Centro Educacional 7 de Ceilândia começou a instalar um sistema de captação e armazenamento de água da chuva. Hoje, o projeto é usado como exemplo para sensibilizar os alunos sobre o uso consciente do recurso.
No encontro internacional, a unidade de ensino terá direito a um estande, onde alunos e professores mostrarão como a ideia foi desenvolvida e executada. Três estudantes serão escolhidos para se revezar na exposição.
“Serão exibidos vídeos e fotos da época de construção do equipamento, e vamos explicar como funciona”, adianta o coordenador pedagógico, Marcos Borzuk.
Por meio de calhas, instaladas em um dos blocos do colégio, a água escorre da cobertura até três tanques— cada um com capacidade para 20 mil litros.
Como a água coletada não é filtrada, ela serve principalmente para limpeza da escola, que tem 76 mil metros quadrados e mais de 2 mil alunos.
“Além disso, a função do equipamento é trabalhada nas salas de aula para ensinar o uso correto do recurso, entre outros conhecimentos importantes”, diz o professor de ciências Werner Bessa Vieira.
No ano passado, por exemplo, turmas do segundo ano tiveram oportunidade de testar o líquido armazenado nos reservatórios com fitas reagentes para aprender sobre potencial hidrogeniônico (pH).
“O projeto oferece várias possibilidades de ensino interdisciplinar”, acrescenta o coordenador pedagógico.
Antes de chegar aos reservatórios, a água passa por um encanamento com gotejamento, que descarta a contribuição das primeiras chuvas e a sujeira do telhado. Os tanques são dotados de uma mangueira subterrânea, que equilibra o nível do líquido, e de torneiras individuais.
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A técnica utilizada para a construção foi o ferrocimento. Primeiro, faz-se uma armação de ferro no formato de gaiola, que depois se preenche com o cimento. “A alternativa é relativamente barata e muito resistente”, explica Borzuk.
Os custos com material somaram cerca de R$ 9 mil, arcados por recursos do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (Pdaf) que a direção da unidade de ensino recebe.
O sistema de captação foi sugerido por um ex-aluno. Para viabilizá-lo, a escola firmou parceria com estudantes de engenharia civil da Universidade Católica de Brasília.
O Centro Educacional 7 conta, ainda, com uma horta comunitária, irrigada com a água dos tanques. Cebolinha, coentro, couve, rabanete, rúcula e salsa são algumas das espécies cultivadas.
O idealizador do projeto foi o professor Gérson Gontijo, que cuida das plantas com a ajuda de alunos. “Alguns dos alimentos produzidos são incorporados ao cardápio do próprio colégio. O restante é distribuído entre os estudantes e professores.”
Assim como o sistema de captação de águas pluviais, a horta vira assunto nas salas de aula. “As propriedades nutricionais e o nome científico das plantas são alguns temas que podem ser abordados”, exemplifica Gontijo.
Quem quiser acompanhar os debates do 8º Fórum Mundial da Água no Centro de Convenções pode se inscrever por meio do site oficial do evento, na aba Inscrições.
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Os ingressos dão direito à participação da abertura, do encerramento, das sessões do encontro, dos almoços e dos eventos culturais na exposição e na feira.
O segundo lote será vendido até esta quarta-feira (28). Brasileiros e cidadãos de países que não integram a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) têm 50% de desconto no cadastro.
Estudantes, por sua vez, usufruem de até 80% na adesão. Na quinta-feira (1º), começa a venda do terceiro lote.
Criado em 1996 pelo Conselho Mundial da Água, o fórum foi idealizado para estabelecer compromissos políticos acerca dos recursos hídricos.
Em Brasília, ele é organizado pelo Conselho Mundial da Água, pelo governo local — representado pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do DF (Adasa) — e pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da Agência Nacional de Águas (ANA).
O encontro global ocorre a cada três anos e já passou por: Daegu, Coreia do Sul (2015); Marselha, França (2012); Istambul, Turquia (2009); Cidade do México, México (2006); Kyoto, Japão (2003); Haia, Holanda (2000); e Marrakesh, Marrocos (1997).
8º Fórum Mundial da Água
De 18 a 23 de março
No Centro de Convenções Ulysses Guimarães e no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha
Inscrições abertas no site oficial do evento
Edição: Raquel Flores