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05/04/2018 às 09:50, atualizado em 05/04/2018 às 15:18
O espaço foi entregue nesta quinta-feira (5) à organização social que cuidará da administração da unidade. A previsão é que sejam atendidos inicialmente de 30 a 50 animais por dia
O Ibram informou que, além do DF, serão aceitos comprovantes de residência de outras unidades da Federação.
As instalações do Hospital Veterinário Público do Distrito Federal foram entregues nesta quinta-feira (5) à organização da sociedade civil que se encarregará da gestão do local.
Os profissionais da Associação Nacional dos Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa) iniciaram os primeiros atendimentos já nesta manhã.
Uma das primeiras pacientes foi a cadela Nega. Ela vivia presa em um lote abandonado no Sol Nascente, em Ceilândia, e foi resgatada em fevereiro. “É o primeiro atendimento dela porque eu só tive condições [financeiras] para a vacina. Aqui em Brasília é muito cara a consulta particular”, contou a tutora da Nega, a dona de casa Michelle Bento da Silva, de 36 anos.
O governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, também esteve na unidade nesta manhã. “O hospital é importante por uma questão de zoonose e também emocional. Sabemos do apego que as pessoas têm com os animais”, disse.
“Esta é uma reivindicação antiga que vai beneficiar a população, especialmente as famílias carentes, que não têm poder aquisitivo e não tinham para onde levar seus animais”, completou Rollemberg.
[Olho texto=”“Esta é uma reivindicação antiga que vai beneficiar a população, especialmente as famílias carentes, que não têm poder aquisitivo e não tinham para onde levar seus animais”” assinatura=”Rodrigo Rollemberg, governador de Brasília” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
A partir de segunda-feira (9), as senhas serão entregues das 8 às 10 horas. Casos de emergência serão atendidos até as 15 horas. O dono do animal vai precisar apresentar CPF, carteira de identidade e comprovante de residência em seu nome.
De acordo com a organização que faz a gestão do espaço, os primeiros dias funcionarão como um teste para avaliar a rotina e definir protocolos. Assim, os horários de atendimento ainda podem ser alterados.
A Anclivepa foi a instituição que melhor pontuou no chamamento público nacional feito pelo governo de Brasília no início deste ano. A entidade tem sede no estado de São Paulo, onde administra outros quatro hospitais públicos veterinários.
A unidade de Brasília, com 540 metros quadrados, fica no Parque Largo do Cortado, em Taguatinga. A estrutura foi construída pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram) com recursos de compensação ambiental.
A previsão é que sejam atendidos inicialmente cerca de 30 a 50 animais por dia. A capacidade, porém, é de 400 atendimentos diários, que será alcançada conforme os trabalhos da entidade estejam totalmente consolidados.
São oferecidos serviços gratuitos de clínica, cirurgias, exames laboratoriais e outros tratamentos em cães e gatos, sobretudo pertencentes a famílias de menor renda ou inscritas em programas sociais.
[Olho texto=”O Hospital Veterinário Público prestará serviços gratuitos de clínica, cirurgias, exames laboratoriais e outros tratamentos em cães e gatos” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]
Também serão recebidos bichos sob a guarda do Centro de Controle de Zoonoses ou de abrigos instalados na cidade, além daqueles vítimas de maus-tratos.
Segundo a Anclivepa, só serão feitos exames e cirurgias em animais atendidos no próprio serviço e não os encaminhados por clínicas privadas. Outras normas sobre o funcionamento da unidade, como organização dos atendimentos e documentação exigida, ainda serão definidas.
Por enquanto, o hospital funciona de segunda a sexta-feira, até as 15 horas, com funcionários trazidos de São Paulo. “A equipe é provisória. Vamos contratar veterinários aqui de Brasília e treiná-los”, explicou o diretor-geral da Anclivepa, Wilson Grassi.
O presidente do Ibram, Aldo César Vieira Fernandes, e o secretário do Meio Ambiente, Igor Tokarski, destacaram o esforço coletivo dos servidores para viabilizar a abertura do hospital.
Médica veterinária da Coordenação de Fauna do instituto, Ana Junqueira representou as equipes. “Esse hospital vem coroar uma série de ações que temos feito para atender os animais domésticos e os protetores, e que começou com [o programa] de castração”, exemplificou.
Desde 2015, o Ibram conduz o Programa de Manejo Populacional de Cães e Gatos. A cada ano, são castrados, gratuitamente, cerca de 2,6 mil animais. A meta para 2018 é alcançar 7 mil.
O investimento previsto para o primeiro ano de atividade do hospital é de R$ 1 milhão, mas a organização social responsável poderá captar recursos de outras fontes, desde que o objetivo seja aprimorar ou ampliar o atendimento dos animais.
A previsão orçamentária para os próximos cinco anos é de até R$ 12 milhões.
De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 507.170 cães e 122.097 gatos no DF, num total de 629.267 animais. Considerada a população de 3.039.444 do DF, segundo levantamento de 2017, a proporção é de 4,83 proprietários por animal.
Outro levantamento do órgão, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), mostrou que o Brasil tem a segunda maior população de pets do mundo.
São 22,1 milhões de felinos e 52,2 milhões de cachorros. A população de gatos se multiplica em maior proporção e deve predominar em menos de dez anos, alerta o estudo.
Leia o pronunciamento do governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg.
Edição: Vannildo Mendes e Paula Oliveira