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26/05/2018 às 10:44, atualizado em 28/05/2018 às 11:57
Zoo aguarda apenas definição do Ibama quanto ao local onde os bichos serão devolvidos à natureza
A Fundação Jardim Zoológico de Brasília mantém 24 animais prontos para retornarem à natureza. A soltura depende agora da definição, por parte do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), de um local apropriado e seguro para os bichos.
Todos os animais chegaram ao zoológico depois de resgatados ainda filhotes. O desafio da instituição nesses casos é garantir que eles se desenvolvam saudáveis, mas sem se acostumar ao cuidado humano.
O processo de reabilitação pode ser complexo e varia de espécie para espécie, segundo a superintendente de Conservação e Pesquisa, Ana Raquel Gomes Faria. No caso dos mamíferos, que têm um cuidado parental intenso, o esforço para torná-los independentes é ainda mais minucioso.
“Para serem soltos, eles precisam estar aptos. Não podemos simplesmente soltar o bicho, sem garantir que ele vai tentar sobreviver sozinho”, explica. Para isso, é analisado, por exemplo, se ele está arredio e saudável.
No caso dos oito quatis que serão soltos, o trabalho envolveu criar um grupo grande, já que a espécie vive em bando. Foram reunidos dois grupos que chegaram em épocas diferentes à fundação.
Eles também foram mantidos em um recinto afastado, sem contato com o público e com o menor nível de interação possível com qualquer membro da equipe. No local, repleto de vegetação, o alimento passou a ser escondido, para que os quatis apurassem o instinto de procurar comida.
Também será solto um casal de tamanduá-bandeira, que chegou ao zoo há cerca de dois anos. Com risco de extinção, a espécie perdeu pelo menos 30% da população nos últimos 26 anos, segundo pesquisas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O principal motivo foi a perda do hábitat, com o desmatamento.
Ainda retornarão à natureza seis irerês, um casal de cachorros-do-mato e um casal de capivaras, além de quatro répteis.
Apesar de todo o cuidado para garantir o retorno dos bichos à vida livre, o maior desafio, na visão de Ana Raquel, ainda é encontrar áreas seguras para eles. Os locais precisam ser preservados e são escolhidos de acordo com a abundância de alimentos, por exemplo.
O Ibama tem um cadastro com áreas de soltura. Os lugares, no entanto, não podem ser divulgados.
O Zoológico de Brasília ainda mantém mais de 200 animais em seu plantel aptos a voltarem para a natureza. Esses aguardam a conclusão de um plano de soltura específico para eles, desenvolvido com outras instituições de conservação. A maior parte são aves.
Edição: Marina Mercante