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11/06/2018 às 09:06, atualizado em 11/06/2018 às 11:37
Inclusão do tema no currículo dos ensinos fundamental e médio é uma exigência federal, em especial nas aulas de ciências e biologia
Os currículos dos ensinos fundamental e médio de todo o País deverão incluir o tema educação alimentar e nutricional nas disciplinas de ciências e biologia. A regra vale a partir de novembro, conforme a Lei nº 13.666, publicada em maio no Diário Oficial da União. No Distrito Federal, no entanto, a aplicação dos conceitos já ocorre desde 2015, segundo a Secretaria de Educação.
De acordo com a pasta, turmas da educação infantil, dos ensinos fundamental e médio, da educação de jovens e adultos (EJA) e do ensino especial recebem informações sobre práticas saudáveis e orientações nutricionais. O conteúdo é abordado em disciplinas diversas, como biologia, estudos sociais, história, língua portuguesa e matemática.
[Olho texto='”Na oficina de horta, podemos trabalhar assuntos de ciências, como o processo de fotossíntese. Em história, as questões culturais das origens dos alimentos”‘ assinatura=”Lívia Bacharini, nutricionista da rede pública de ensino do DF” esquerda_direita_centro=”direita”]
A nutricionista e diretora de Alimentação Escolar da Secretaria de Educação, Kellen Pedrollo, conta que o trabalho foi iniciado graças a uma interação de nutricionistas – há 46 desses profissionais nas 14 regionais de ensino do Distrito Federal – com pedagogos.
Kellen exemplifica esse diálogo de temas: “Na educação física, o professor faz a antropometria [conjunto de técnicas para medir o corpo humano ou suas partes] dos estudantes e depois propõe um debate sobre os dados coletados e sobre educação alimentar”.
Iniciado pela Regional de Ensino do Guará em março deste ano, o projeto Escola Saudável aplica o tema transversal de educação alimentar e nutricional.
“A oficina de culinária é uma das atividades que mais encantam os alunos. Eles ficam bem surpresos ao serem apresentados às práticas de alimentação saudável, uma vez que estão acostumados ao grande consumo de alimentos processados”, atesta a nutricionista Lívia Bacharini.
A transversalidade se dá em várias situações. Na matemática, ocorre no trabalho com o rótulo dos alimentos, pois é possível observar as quantidades e os valores calóricos.
“Na oficina de horta, podemos trabalhar assuntos de ciências, como o processo de fotossíntese. Em história, as questões culturais das origens dos alimentos”, exemplifica Lívia.
Aproximadamente 360 alunos do quarto e do quinto anos do ensino fundamental das Escolas Classe 5 e 6 do Guará participaram do Escola Saudável no primeiro semestre. A metodologia contou com seis encontros, com participação dos pais das crianças.
Para Lívia, os alunos são excelentes multiplicadores. “Eles incentivam os pais a mudarem o cardápio da lancheira e passam a se preocupar com o que vão comer, se cobram e adquirem senso crítico.”
Uma das medidas para incluir o tema no ambiente educacional foi a elaboração do Calendário Alimentação Escolar 2018, que prevê ações relacionadas ao assunto e que podem ser desenvolvidas pelos nutricionistas nos colégios.
Em fevereiro, o material foi distribuído às unidades de infraestrutura e apoio, responsáveis por cuidar de alimentação e transporte dos alunos.
O calendário dividiu o ano em três quadrimestres. O primeiro (janeiro a abril) teve como público-alvo a educação infantil, que inclui a creche e a pré-escola.
No segundo quadrimestre (maio a agosto), o foco recairá sobre os matriculados nos ensinos fundamental, médio e especial. O terceiro (setembro a dezembro) será voltado aos alunos da EJA.
Também foram programadas três semanas temáticas:
O tema da Semana 1 foi Temperos Naturais x Excesso de Sódio. As atividades incluíram murais interativos, vídeos e uma feira de mostra dos alimentos.
Edição: Marina Mercante