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17/06/2018 às 09:04, atualizado em 17/06/2018 às 14:05
Áreas verdes são importantes para que bichos consigam se refugiar quando não quiserem interagir com o público
O tigre-de-bengala Dante vira e mexe fica escondido no meio da mata do recinto em que vive na Fundação Jardim Zoológico de Brasília. Às vezes, o público reclama por não conseguir enxergá-lo.
O refúgio, no entanto, foi colocado justamente para garantir que o animal tenha condições de decidir se quer ou não interagir com o visitante e, dessa maneira, tornar o ambiente mais confortável para ele.
A medida começou a ser implementada na instituição em novembro de 2016. “Em muitos recintos, deixamos a vegetação natural crescer para criar o que chamamos de pontos de fuga”, explica a chefe do Núcleo de Bem-Estar Animal do zoo, Letícia Gobbi Arantes. Isso também garante mais sombra.
O recinto dos babuínos passou pelo mesmo processo. Como a espécie tem o hábito de procurar alimentos no solo, a vegetação é constantemente retirada por eles próprios quando lhes convém.
[Olho texto='”Em muitos recintos, deixamos a vegetação natural crescer para criar os chamados pontos de fuga”‘ assinatura=”Letícia Gobbi Arantes, chefe do Núcleo de Bem-Estar Animal” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Com o mesmo objetivo de cuidar para que os moradores do zoológico não se sintam acuados em suas próprias casas, a fundação também tem limitado os lados por onde o público pode ter acesso aos recintos.
Essa proteção extra é garantida com a própria vegetação ou com grades.
A equipe do zoo percebeu que a adaptação surtiu efeito. Animais da mesma espécie que vivem em ambientes com nível de vegetação distintas se comportam de forma diferente.
Aqueles com mais área de fuga costumam ser mais tranquilos, menos agitados, segundo o agente de Conservação e Pesquisa da Diretoria de Mamíferos Thiago Marques.
Marques conta que o trabalho é constante e será feito em todos os recintos dos mamíferos. A intenção é deixá-los com a aparência o mais próximo possível da natureza, de acordo com cada espécie.
Por isso, além da vegetação natural, são colocados troncos de árvores e folhagem. No primeiro caso, todo o material é conseguido de podas, ou no zoo ou feitas pela Agência Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) em Brasília.
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Os troncos também são usados para construir novas casinhas para os animais. O trabalho é feito pela equipe de marcenaria. “Damos prioridade a materiais naturais”, resume Letícia, a chefe do Núcleo de Bem-Estar Animal. Itens como pneus e caixotes estão sendo substituídos.
Já as folhas são as recolhidas durante a limpeza do próprio zoológico. Elas são colocadas no sol e depois separadas de qualquer resíduo antes de serem utilizadas.
A ambientação preparada para o tamanduá-bandeira Ploft foi além. O tronco robusto no canto esquerdo de seu recinto é também fonte de alimento por abrigar um cupinzeiro.
Edição: Paula Oliveira