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21/12/2018 às 08:01, atualizado em 21/12/2018 às 08:54
Abertura do Aterro Sanitário de Brasília e fim do recebimento de resíduos domiciliares no lixão da Estrutural (foto) estão entre as medidas adotadas nos últimos quatro anos
Com o fim do recebimento de resíduos domiciliares no lixão da Estrutural, depois de quase seis décadas, o Distrito Federal avançou no plano de modernização do tratamento de lixo na capital do País.
Desde 20 de janeiro de 2018, o espaço deixou de receber resíduos produzidos pelos moradores de Brasília. Agora Unidade de Recebimento de Entulhos, uma parte da área abriga sobras da construção civil.
Somente transportadores autorizados podem descarregar no local, mediante cadastro e pagamento de taxa.
Para até 1 metro cúbico de resíduos de construção, volumosos e restos de podas os cidadãos podem ir aos papa-entulhos, onde também são aceitos recicláveis e óleo de cozinha.
“A ação mais significativa foi a interrupção, o fechamento do antigo lixão da Estrutural, considerado pela Associação Internacional de Resíduos Sólidos o segundo maior do mundo”, avalia a diretora-presidente do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Kátia Campos.
Listado como um dos 50 maiores lixões do mundo, o da Estrutural esteve na vice-liderança do ranking, atrás apenas do de Jacarta, na Indonésia.
Agora, 100% dos resíduos domiciliares produzidos no DF são destinados ao Aterro Sanitário de Brasília. Tudo que é descartado no local passa por triagem.
[Numeralha titulo_grande=”929.594″ texto=”Toneladas de resíduos descartadas no Aterro Sanitário de Brasília até novembro de 2018″ esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Assim, o aterro recebe apenas rejeitos (materiais não reutilizáveis) — método que minimiza impactos ambientais e que está previsto na Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Do início da operação, em janeiro de 2017, até novembro deste ano, 929.594 toneladas já foram aterradas, segundo o SLU.
No local, não há a presença de catadores, como ocorria na Estrutural. “O aterro sanitário é um espaço industrial, um lugar onde máquinas devem circular em movimento, velocidade e ângulo definido. As pessoas não podem circular livremente”, explica Kátia Campos.
A inclusão dos catadores, com melhoria das condições de trabalho, integra as ações que possibilitaram o encerramento das atividades do lixão da Estrutural.
Atualmente, cerca de 1,3 mil catadores de materiais recicláveis atuam em cinco espaços disponibilizados pelo governo local. Duas são instalações de recuperação de resíduos inauguradas no segundo semestre deste ano.
[Olho texto=”A inclusão dos catadores, com a melhoria das condições de trabalho, integra as ações que levaram ao encerramento das atividades do lixão da Estrutural” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]
Na de Ceilândia, com capacidade para processar 32 toneladas de materiais recicláveis por dia, atuam duas cooperativas. Outras três associações de catadores trabalham na unidade do Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA), que pode receber até 64 toneladas de resíduos da coleta seletiva diariamente.
Há ainda três galpões: no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), no Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte (SAAN) e no Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA).
De acordo com o SLU, atualmente a autarquia mantém 28 contratos com organizações de catadores, sendo 17 para triagem e 11 para coleta seletiva.
Além desses espaços, dois centros de triagem e um de comercialização de recicláveis estão em construção às margens da Estrada Parque Ceilândia (EPCL). O investimento é de R$ 17,5 milhões, com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do governo de Brasília.
O engajamento em causas sustentáveis rendeu à diretora-presidente do SLU, Kátia Campos, o Prêmio Liderança Feminina, do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, na categoria de voto popular. Foram 18 candidaturas recebidas e cerca de 4 mil votos, dos quais ela obteve 859.
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A premiação reconhece o mérito de mulheres engajadas na promoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).
O encerramento das atividades em um dos 50 maiores lixões do mundo foi reconhecido pela Associação Internacional de Resíduos Sólidos durante o congresso mundial da entidade na Malásia, em outubro deste ano. O governo de Brasília recebeu certificado pela atuação.
No mesmo mês, a reportagem Vida e Morte do Lixão, publicada pela Agência Brasília, foi finalista do Prêmio Aidis de Jornalismo Ambiental, da Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental.
Edição: Amanda Martimon