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12/03/2019 às 10:46, atualizado em 21/10/2019 às 15:53
O coordenador da Regional de Ensino do Paranoá e Itapoã vai reforçar a prevenção junto ao Batalhão Escolar e propõe um trabalho de aproximação das famílias para ajudar no processo de aprendizagem dos alunos
Concursado da carreira de assistência à educação, Isac Aguiar foi reconduzido à frente da coordenação da Regional de Ensino do Paranoá. Servidor do Governo do Distrito Federal há 17 anos, ele já desenvolveu diversas funções. Foi merendeiro, chefe de secretaria escolar, supervisor administrativo e diretor do Escola Classe 03. Experiência administrativa, portanto, não lhe falta. E o dia a dia mostrou a Isac que a escola precisa aproximar-se das famílias. “Quando o estudante tem tranquilidade no lar, ele aprende mais”, afirma. “Sua vida escolar é melhor. ” Em entrevista à Agência Brasília, o coordenador disse que vai priorizar o “social”. Ele quer desenvolver um trabalho em parceria com outros órgãos do governo para combater a violência, o avanço das drogas dentro e fora das escolas e, também, reforçar as ações voltadas ao reforço do processo de aprendizagem.
Qual a situação atual da regional de ensino?
Hoje, temos 21 escolas de zona urbana e 14 de zona rural, além de duas creches conveniadas. São aproximadamente 25 mil estudantes na nossa rede de ensino. Atualmente, nosso maior problema é atender a demanda reprimida do Paranoá Parque. Após o programa habitacional, muitas famílias chegaram à região e elas não tiveram acesso aos equipamentos públicos de educação. Temos de administrar escolas superlotadas e nem sempre conseguimos atender a comunidade da forma como gostaríamos.
Qual o maior desafio dos alunos do Paranoá?
Nosso maior desafio é manter o crescimento no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica [Ideb]. Nossas escolas tiveram um aumento muito significativo na avaliação de 2017 – cerca de 75% de melhoria. Mas cada escola teve um desempenho individual. Acreditamos que, se fortalecermos o trabalho das orientações pedagógicas e as intervenções dentro de sala de aula, além de ampliarmos os cursos de capacitação de professores, vamos ofertar ao estudante uma maior autonomia da aprendizagem. Queremos trabalhar com esse cenário e entendemos que esses índices de desempenho tendem a melhorar muito.
[Olho texto=”“Quando fazemos aquilo de gostamos, fazemos com muito mais prazer. Temos de transformar o aprender em algo mais prazeroso” ” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]
Existe alguma estratégia específica para os alunos que não estão evoluindo no processo de aprendizagem?
Queremos fazer uma seleção bem criteriosa desses casos. Estamos estudando separar os alunos em defasagem de série e em situação de vulnerabilidade para um olhar especial. Agruparíamos todos por área de conhecimento, reforçando aquelas matérias de que gostam mais e, por meio desse conteúdo, intercalando com o aprendizado das matérias em que eles têm mais dificuldade. Quando fazemos aquilo de gostamos, fazemos com muito mais prazer. Temos de transformar o aprender em algo mais prazeroso.
A escola pode ser um ponto de apoio para o aluno em situação de risco?
Sem dúvidas. No Paranoá, temos muitos alunos em vulnerabilidade social, carentes e com dificuldades dentro da própria família. A gente acolhe o estudante e a ajuda da orientação pedagógica é fundamental. Mas a escola, muitas vezes, tem de atender além dos muros, para que os estudantes cheguem motivados, com interesse. Os estudantes precisam ter convicção de que a escola pode ajudar em sua formação, para aprender uma profissão. Os pais precisam estar seguros e tranquilos. Precisam estar empregados, em equilíbrio familiar, sem violência. Quando o estudante tem tranquilidade no lar, ele aprende mais. Sua vida escolar é melhor. A escola acaba sendo algo muito maior em sua vida.
Como enfrentar a questão das drogas nas escolas do Paranoá?
A droga é um problema não somente nas escolas, mas nas regiões periféricas. Há um assédio muito grande aos nossos estudantes. É a influência de traficantes e pessoas mal-intencionadas na vida dos estudantes, inclusive com aliciamento de menores de idade. Temos feito e vamos reforçar as ações integradas em parceria com o Batalhão Escolar da Polícia Militar do Distrito Federal.