13/03/2019 às 10:33, atualizado em 21/10/2019 às 15:48

Afonso Wescley de Medeiros Santos/ Esperança para melhorar processo de aprendizagem

Coordenador da regional de ensino do Recanto das Emas acredita que motivação e reforço com orientação pedagógica são os segredos para melhorar o desempenho dos alunos

Por Renata Moura, da Agência Brasília

O professor Afonso Wescley investe em ações junto aos coordenadores pedagógicos /Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

“Precisamos recuperar a esperança dos nossos alunos”, afirma o novo coordenador da Regional de Ensino do Recanto das Emas, Afonso Wescley de Medeiros Santos. Professor de matemática e também graduado em pedagogia, ele assume o desafio de administrar as 26 escolas da rede pública de ensino na região.  Afonso ingressou no Governo do Distrito Federal em 2000, por meio de concurso público para contrato temporário. Nesse período, deu aulas para os anos iniciais e para o ensino médio, trabalhou na sala de recursos e fez parte de equipe especializada no apoio à aprendizagem. Também foi diretor do Centro de Ensino Fundamental 801. Em entrevista à Agência Brasília, o professor fala sobre as dificuldades na administração da regional de ensino e projeta um trabalho específico junto aos orientadores pedagógicos para estimular os alunos no processo de aprendizagem.

Qual a prioridade da gestão da coordenação de ensino do Recanto das Emas?

Estamos trabalhando para termos uma educação pública emancipadora, acolhedora e inclusiva. Todos estão bem focados no reforço do trabalho pedagógico para garantir o aprendizado dos alunos. Queremos algo que, de fato, seja significativo, que provoque uma verdadeira revolução na vida de cada estudante, que a rede do Recanto das Emas acolha.

Qual a maior dificuldade enfrentada na região?

No Recanto das Emas, temos um problema imenso que é a questão da demanda reprimida de vagas do Condomínio Águas Quentes, localizado ao lado de Santo Antônio do Descoberto (GO). Hoje, só temos três unidades escolares que fazem o acolhimento dos estudantes, o que não é suficiente para atender àquela comunidade. Por isto, temos que transportar muitas crianças de ônibus escolar pela rodovia. A distância e a questão do perigo de uma BR incomodam bastante os familiares, os alunos e a nós também. Mas as crianças não podem ficar sem aula. Então, por enquanto, é a forma que temos para atendê-las.

 A coordenação já estuda uma saída para a situação?

É claro que não poderemos resolver isso de imediato, de uma única vez. Mas estamos fazendo um levantamento de locais com potencial para abrir novas salas de aulas, pontos públicos mais próximos das casas das crianças, até mesmo para evitar que elas percam o gosto pela educação – o que é muito comum, principalmente entre aquelas que estão em famílias mais carentes. Nessa caminhada de mais de 18 anos pelo magistério, tenho visto que, muitas vezes, o estudante perde o interesse pelos estudos porque lhe falta esperança. A gente tem de resgatar isso neles.

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 Esperança?

Sim. Isso mesmo. A rede é muito boa. Sou fruto dela. Para trabalhar com esses alunos da periferia, a gente tem de mostrar que existem alternativas para mudar de vida. Temos educadores excelentes e alunos com muito potencial, mas muitos estudantes desistem de si. Queremos trabalhar para mostrar a eles que a esperança está nos estudos, na educação. Essa alternativa, nós, escolas e regional, vamos oferecer, porque existe espaço para todos. Nossos alunos só precisam acreditar. A rede pública é de qualidade, acredito demais nela.

 Qual será o foco desta gestão?

Ao final, queremos entregar uma gestão eficiente e repleta de resultados positivos, com estudantes felizes, que tenham mudado a história de vida, acreditando realmente no potencial deles. Vamos trabalhar para melhorar os índices da educação na região e para que mais de nossos alunos possam ingressar nas faculdades públicas.