03/05/2019 às 12:51, atualizado em 03/05/2019 às 12:57

Guará completa meio século e avança em qualidade de vida no DF

Dados da Pesquisa Distrital por Amostragem de Domicílios (PDAD) revelam que o aniversariante Guará apresenta índices superiores aos da média de dados coletados em toda a população do DF

Por Hédio Ferreira Júnior, da Agência Brasília

O aposentado Caetano Carvalho, 73 anos, chegou a Brasília aos 19 anos. Foi o primeiro morador do conjunto J da QE 28. Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

Mais mulheres do que homens, predominância de solteiros, casais com até dois filhos e a maioria dos moradores nascida no Distrito Federal. O Guará, uma das regiões administrativas mais antigas e desenvolvidas do DF, completa 50 anos neste domingo (5) e se destaca em pesquisa da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) acima da média da população distrital.

Localizado ao centro-oeste do DF, o Guará leva o nome em homenagem ao córrego da região. Este, por sua vez, fazia referência ao lobo do Cerrado. Com 134.255 moradores em 2018, sendo 53,8% do sexo feminino, registra média de idade de 35,6 anos e renda média domiciliar de R$ 9.201. Da população ouvida para a amostragem, 45,4% se declaram solteiros, 36,8% casados, 6,9% divorciados, 4,1% viúvos e 3,3% em união estável registrada em cartório.

Os dados da Pesquisa Distrital por Amostragem de Domicílios (PDAD), divulgado no final de abril, revelam que o Guará apresenta índices superiores aos da média de dados coletados em toda a população do DF. Enquanto no Distrito Federal 34,3% da população tem ensino superior, no Guará metade dos moradores já passou pela faculdade (50,3%). Plano de saúde, por exemplo, que em toda a população atende 35,9%, no Guará chega a 58,8%. O percentual de alunos que frequentam escolas públicas na região é de 45,1%, contra 67,6% em todo o território.

Trabalho
A região administrativa é dormitório para quase metade dos moradores empregados. Deles, 48,3% trabalham no Plano Piloto e só 27,2% na própria região administrativa. Em julho de 2018, quando foi coletada a amostragem da pesquisa, a renda bruta média do trabalho principal do morador empregado era de R$ 4.765. Em todo o DF, a média registrada foi de R$ 3.465. No Guará, 19,8% dos moradores usam o transporte público para ir ao trabalho, enquanto 64,1%, o carro.

A predominância de mulheres no Guará é ainda maior entre a população idosa. Dos moradores com 60 anos ou mais, 61,8% dos que residem na região é do sexo feminino. A escolaridade em nível superior quase se iguala entre homens e mulheres: 51,5% dos primeiros frente a 49,3% das segundas.

Ainda assim, a discrepante realidade do mercado de trabalho se repete no Guará: homens com curso superior ganham mais do que as mulheres na mesma condição: R$ 5.376 contra R$ 4.142, em média de salário bruto. De acordo com os moradores ouvidos pela PDAD, 97% das ruas do Guará são pavimentadas, 74,7% arborizadas, 93,1% com calçada e 49,3% com ciclovias.

Paixão
A localização do Guará é uma das paixões do servidor público aposentado Caetano Carvalho, de 73 anos. De Caxias do Maranhão, a 362 quilômetros da capital São Luís, ele chegou a Brasília ainda jovem, aos 19 anos. Como muitos, veio sem parentes tentar uma a vida na pequena capital do país, que ainda engatinhava aos 5 anos de inauguração. Passou pela W2 Sul, por Sobradinho e pela 409 Sul até se casar e, no ano seguinte, em 1973, se mudar com a mulher para o Guará. Foi o primeiro a chegar ao conjunto J da QE 28, rua até então inabitada.

“Aqui não tinha nada nem ninguém. Eu deixava o carro estacionado na delegacia próxima porque não tinha como chegar em casa com ele”, lembra, 45 anos depois. Casado, com três filhas adultas e morando no mesmo lugar, seu Caetano não poupa sorrisos ao justificar o porquê de já ter colocado a casa no chão para construir uma nova, mas nunca ter arredado o pé do mesmo terreno. “Das regiões administrativas, o Guará é a mais central. Perto do zoológico, do Park Shopping, do aeroporto…“ E se tivesse que mudar alguma coisa pra fazer de lá o melhor lugar pra se viver? “É muito difícil responder a essa pergunta porque eu já gosto de tudo”, diz Caetano ao abrir um sorrisão, sem titubear.

PDAD
A Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios é realizada a cada dois anos, em conformidade com o Decreto nº 39.403, de 26 de outubro de 2018. Oferece relevantes dados e informações atualizadas sobre o Distrito Federal e suas regiões administrativas e, em alguns casos, recortes territoriais ainda mais específicos. Trata-se de uma pesquisa realizada por amostra de domicílios urbanos.