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04/05/2019 às 15:46, atualizado em 06/05/2019 às 13:50
Cinco atletas ganharam medalhas em campeonato nacional realizado em São Paulo
O treino começa às 19h e as crianças mal podem esperar o horário marcado. Quando o professor chega ao galpão onde ocorrem as aulas no bairro Bonsucesso, em São Sebastião, o local já está cheio. Agitados, os alunos esperam ansiosamente pelas lições. As principais são os golpes de lutas, mas disciplina, respeito, superação e coragem estão na lista dos ensinamentos.
O professor é Adalberto Antônio Ventura, 48 anos, conhecido como Betinho. Atleta desde os 29, faixa preta há nove anos, servidor público concursado e comandante do projeto social Campeão No Esporte e Na Vida. Há cinco anos, partiu dele a iniciativa de dar aulas gratuitas para crianças de São Sebastião. Hoje, 100 meninos e meninas aprendem Judô, Muay Thai e Jiu-Jitsu sem pagar nada.
Ele, que é como um pai para muitos alunos, dava aulas em academias particulares e via de perto as dificuldades financeiras das famílias para pagar as mensalidades. “Eu encontrava os alunos, perguntava o porquê de terem parado de treinar e eles sempre falavam que os pais estavam sem dinheiro”, conta. “Em qualquer dificuldade financeira, o esporte era cortado”, acrescenta. Adalberto decidiu criar o projeto social depois que outra iniciativa que ensinava Judô de graça na cidade fechou as portas.
E não se trata apenas de lazer. Eles levam o esporte a sério. No final do mês passado, 13 atletas mirins estiveram no Campeonato Brasileiro de Jiu-Jítsu 2019, que aconteceu em Barueri, São Paulo. E cinco deles voltaram com medalhas do maior evento do país na modalidade: dois ouros, uma prata e dois bronzes.
Histórias de vida
Por trás de cada premiação, uma história de vida. Jonatha Michael Lopes da Silva, 15 anos, luta há quatro anos, é faixa laranja e ganhou ouro em sua categoria. O novo campeão nacional mirim de Jiu-Jitsu, que já participou de outros 20 torneios, trava uma batalha diária para conciliar os estudos, os treinos e o trabalho como Jovem Candango para ajudar em casa. Pretende cursar veterinária e continuar lutando depois de adulto.
“Desde os 6 anos eu treino. Fiz Judô antes em outro projeto social. Eu moro na casa da minha avó e do meu avô com minha mãe, eles sempre me incentivaram muito. O esporte mudou minha vida. O tempo que eu poderia estar na rua, aprendendo o que não presta, estou treinando e aprendendo um pouco da vida”, diz. “Eu poderia cair em outro caminho, mas o esporte me salvou.”
Mateus Damaso tem 11 anos e começou a trilhar um caminho no Jiu-Jitsu com dois anos de treino. O medalhista de bronze no Campeonato Brasileiro relata que, antes de praticar esporte, voltava da escola e passava o dia na rua. “Eu saí da rua e não aprendo a fazer coisa errada. Agora tenho duas medalhas de ouro, três de bronze e umas quatro de prata. Vou ser lutador de Jiu-Jitsu quando crescer”, diz.
Aos 13 anos e com menos de dois anos de treino, Rayssa Gomes da Silva também voltou com o ouro pra casa. “A Rayssa é impressionante. Aprende tudo muito rápido e evolui muito bem. Ela tem o dom mesmo”, elogia o professor. Nascida em Água Branca, no interior do Piauí, ela mora no Distrito Federal há três anos e pretende seguir carreira no esporte. “Gosto muito de estar no tatame. É muito importante estar aqui aprendendo e me destacando. O esporte mudou o meu jeito de pensar”, afirma.
Superação
Mais de 200 adultos também treinam no galpão e colecionam títulos. Como Pedro Moura, 28 anos. Faixa preta de Judô e de Jiu-Jitsu, ele já ganhou um Campeonato Panamericano, dois Europeus e é campeão mundial de Jiu-Jitsu. Com muita dedicação e talento, Pedro transformou o esporte em profissão. “Eu e minha irmã somos atletas, ela vive nos Estados Unidos e se sustenta como atleta. Nasci em São Sebastião e o projeto foi muito importante na nossa vida e carreira”, conta. “Perdi muitos amigos para o crime, perdi alunos. Esses meninos são a segunda geração de campeões, fora os pais de família que o professor consegue formar”, acrescenta Pedro que passou em um processo seletivo para dar aulas no Qatar.
Para manter o projeto social Campeão No Esporte e Na Vida, Adalberto conta com a ajuda de outros seis professores voluntários. As crianças treinam em um galpão cedido pela Administração Regional de São Sebastião. Todo o resto, incluindo quimonos, vem de doações, que podem ser feitas através de contatos pelo telefone: 9.8550-0535. “Já tivemos aula de reforço e acompanhamento escolar. Tenho muitos projetos, mas dependemos de voluntários”, afirma o professor.