25/06/2019 às 11:20, atualizado em 24/06/2021 às 12:37

Risco de queimaduras aumenta durante as festas juninas

Hospital Regional da Asa Norte é referência nesse tipo de atendimento. Em nível nacional, Sociedade Brasileira de Queimadoras promove a campanha preventiva Junho Laranja

Por Agência Brasília *

As tradicionais festas juninas estão a todo vapor e, nos próximos dias, chegam as férias escolares. Apesar de muito divertida, esta época do ano também demanda alguns cuidados, especialmente para as crianças. É quando crescem as chances de acidentes com queimaduras, a quarta maior causa de morte entre os pequenos.

Os casos de acidentes com fogos de artifício aumentam em 90% nessas ocasiões. No Hospital Regional da Asa Norte (Hran), onde há uma Unidade de Queimados de referência, chegam dez casos diários de queimaduras. No ambulatório, a demanda é de 250 pacientes por semana.

Criança com a mão queimada em acidente com bombinha caseira: tratamento foi eficiente, mas risco persiste e requer atenção /Foto: Mariana Raphael/SES;DF

Nos últimos dias, o estudante Moisés Pereira dos Santos Júnior, 11 anos, entrou na estatística, quando um vizinho enrolou uma bombinha em um pedaço de papel e jogou em direção ao local onde ele brincava com as irmãs. “Ele foi curioso e mexeu no pacote; acabou estourando na mão dele”, conta a mãe, Leodiane Pereira. O menino chegou em casa assustado e com a mão sangrando. A mãe fez a primeira lavagem e correu para o Hospital Regional do Guará (HRGu), de onde o paciente foi encaminhado para a Unidade de Queimados do Hran.

Acidentes

Crianças compõem 50% do total de pacientes internados na UQ do Hran. “A maioria dos acidentes acontece em casa e é provocada por líquidos quentes, inflamáveis e por chama quente”, enumera o chefe da unidade, José Adorno. Em 80% dos casos, aponta, o acidente poderia ser evitado com precauções simples.

“Por isso é importante trabalharmos a prevenção, e as crianças precisam ser protagonistas”, adverte Adorno. “Precisamos usar a Estratégia Saúde da Família [ESF] para repassar as orientações e também o Programa Saúde nas Escolas, incluindo os acidentes domésticos na grade curricular”.

Ele ressalta que, além da dor provocada pelo ferimento decorrente da queimadura, há outros desdobramentos, como as sequelas, a necessidade de fisioterapia, o tempo de internação, o risco de infecções e a questão estética. “As crianças, principalmente, podem sofrer bullying pelo aspecto que a queimadura causa”, destaca.

Junho Laranja

Este mês é dedicado à conscientização para prevenir acidentes com queimaduras, uma campanha promovida pela Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ). Segundo José Adorno, há duas linhas de prevenção. A primeira ensina como não se queimar, e a segunda treina a maneira correta de socorrer uma vítima de queimadura.

“O primeiro passo é lavar o local da queimadura em água corrente”, ensina o chefe da HQ do Hran. “Depois, cobrir com um pano limpo e procurar o pronto-socorro mais próximo. Pedimos que não se coloque produto nenhum em cima, como creme dental e pasta d’água, pois dificulta o atendimento”.

Adorno explica ainda que, no caso de uma pessoa estar em chamas, o ideal é se jogar no chão e rolar. “E, em caso de choque elétrico, se o socorro for imediato, deve-se entregar algo isolante para a pessoa segurar”, orienta.

* Com informações da Secretaria de Saúde