10/07/2019 às 12:46, atualizado em 10/07/2019 às 18:18

Bombeiros fazem vistorias em casas no Guará I

Após denúncias anônimas, militares procuram por possíveis focos do mosquito transmissor da dengue. População pode ajudar no combate à doença, ligando para o telefone 199

Por Renata Moura, da Agência Brasília

Bombeiro verifica local de possível foco de dengue: recomendação é que as pessoas estejam permanentemente atentas / Foto: Paulo Tavares/Agência Brasília

Denúncias anônimas feitas por meio do telefone 199 levaram o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) a vistorias em casas nas QIs 9 e 20 do Guará I. Pelo menos dois pontos, indicados por moradores da região como focos do mosquito aedes Aegypti, foram fiscalizados na manhã desta quarta-feira (10). A ação faz parte de uma iniciativa da Força de Segurança Pública e da Secretaria de Saúde, abrangendo, além do CBMDF, a Vigilância Sanitária e a Defesa Civil.

“É uma ação de prevenção mesmo”, explica o comandante da operação, tenente Ronald Marques. “Vistoriamos as casas denunciadas e toda a vizinhança para ver se há depósitos [de larvas] e também para esclarecer sobre medidas que as pessoas precisam tomar para evitar a proliferação do mosquito.

Um dos locais visitados estava completamente abandonado. Próximo a uma escola de ensino fundamental, o quintal da casa foi transformado numa espécie de depósito de ferro-velho. “Aqui de fora, a gente nota que é um ponto de risco; agora, vamos notificar a administração regional e a Vigilância [Sanitária] para providenciar a entrada no lote”, esclarece o tenente.

Evitar acúmulo de material e entulho é uma das principais medidas de prevenção e combate à dengue / Foto: Paulo Tavares/Agência Brasília

Em casos de terrenos abandonados, o Corpo de Bombeiros não tem autorização para entrar, mas é possível providenciar uma medida judicial para vistoriar o espaço. “Vamos buscar os meios legais para garantir a segurança da população em todos esses casos. Estamos falando de saúde pública – muitas pessoas correm risco com essa situação”, adverte.

A vizinhança está preocupada com a situação. A dona de casa P.M.C* sabe o quanto a doença é perigosa. “Aqui em casa, minha filha teve dengue e ficou mal. No outro conjunto, um senhor morreu de [dengue] hemorrágica”, relata.

Na QI 20 do Guará I, não é difícil identificar moradores que conhecem alguém ou foram infectados com o vírus transmitido pelo aedes Aegypti. O oficial da Marinha A.A.A.* conta que, neste ano, seus dois filhos ficaram doentes. “São dezenas de casos entre os moradores. O pessoal também não coopera, deixa a garagem se transformar em criadouros”, critica.

Denúncias

Para os bombeiros que estão nas ruas vistoriando as áreas, a participação popular no processo de prevenção da dengue é fundamental. Além das denúncias, que podem ser feitas anonimamente por meio do telefone 199, da Defesa Civil, a orientação é para que todo mundo se mantenha alerta.

“A gente ainda vê muitos quintais com pontos de risco: entulho acumulado, caixas d’aguas sem tampa… são cuidados que todos precisam ter”, reforça o tenente. “Muitas pessoas não se dão conta da gravidade e dos riscos a que estão expostas”.

Num período de aproximadamente 20 dias, a Defesa Civil já recebeu mais de 30 queixas de moradores de várias regiões administrativas do DF. Entre as principais reclamações, destacam-se denúncias sobre terrenos baldios com lixo e piscinas abandonadas.

“Quem conhece melhor o espaço onde vive é quem mora lá”, reforça o subsecretário de Defesa Civil, Sérgio Bezerra. “Se as pessoas têm informações de que o vírus pode se proliferar, elas devem fazer a denúncia.”

As reclamações podem ser feitas de forma anônima, a qualquer hora do dia. Após o denunciante explicar a situação, os agentes vão até o local e estabelecem um prazo para que o morador limpe o terreno. Caso o dono do imóvel não tenha condições de fazer a higienização, órgãos do governo serão mobilizados para a limpeza.

*  Os nomes dos moradores e endereços são fictícios, para garantir o anonimato das denúncias