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26/07/2019 às 09:43, atualizado em 26/07/2019 às 14:32
Secretaria inspeciona e desenvolve ações educativas e preventivas. Isso ajuda a melhorar ambientes, processos e condições de trabalho
O Distrito Federal registra, mensalmente, uma média de 1.500 acidentes de trabalho. Os dados sinalizam a importância de se atuar na prevenção e na conscientização junto a empregadores, sejam eles do setor público ou do privado.
Esta é uma das frentes de abordagem do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), setor da Secretaria de Saúde responsável pela Vigilância em Saúde do Trabalhador, no âmbito do DF.
“Nosso trabalho inclui inspeções provocadas por denúncias, principalmente vindas do Ministério Público do Trabalho, mas também da Ouvidoria da Saúde e dos próprios trabalhadores. O maior objetivo é transformar o ambiente de trabalho e, por consequência, a vida dos trabalhadores”, explica a diretora do Cerest, Sandra Jardeny Moita de Aguiar.
Em resumo, a missão do Cerest é promover ações destinadas a melhorar os ambientes, processos e condições de trabalho, bem como a qualidade de vida no trabalho, por intermédio da promoção, prevenção, proteção e Vigilância em Saúde do Trabalhador (Visat).
Além das inspeções, os técnicos do Cerest fazem visitas técnicas, notificação compulsória em casos de acidente de trabalho grave e análise de situação em saúde do trabalhador. Cerca de 20 ações destas são feitas por mês pela equipe do Cerest.
Políticas de atuação
O centro tem trabalhado para melhorar os registros de dados sobre acidentes de trabalho e, assim, traçar novas políticas de atuação.
“Esta semana, estivemos no Hospital da Região Leste para verificar qual a dificuldade dos profissionais em registrar o campo ‘Ocupação’ e o de acidentes graves no sistema.
Conscientizando os profissionais, principalmente das emergências, sobre a importância de preencher esses campos, podemos melhorar os dados e, consequentemente, as ações”, explica Sandra.
Um exemplo de que isso dá certo veio da Atenção Primária no Gama. “Um servidor de uma unidade básica de saúde (UBS) percebeu que muitos trabalhadores de uma mesma empresa estavam procurando a UBS motivados por problemas de saúde semelhantes e acionou o Cerest. Fomos à empresa em questão e fizemos a inspeção”, conta a diretora.
Além da inspeção, o centro quer trabalhar, mais fortemente, com a prevenção – a exemplo do que já tem feito com catadores de material reciclável, em parceria com o Serviço de Limpeza Urbana (SLU).
“Estamos em conversa com a Coordenação de Atenção Primária em Saúde para atuarmos no combate aos impactos dos agrotóxicos junto à população rural, de modo a conscientizá-los quanto ao uso e aos perigos para a população e também para a saúde deles mesmos”, frisa Sandra Jardeny Moita de Aguiar.
Conscientização
Em 27 de julho, no Brasil, é celebrado o Dia Nacional de Prevenção a Acidentes de Trabalho, que representa a luta de trabalhadores por melhorias nas condições de saúde e segurança no trabalho.
A data propõe uma reflexão sobre como os ambientes e processos de trabalho podem determinar tanto a saúde quanto os acidentes e o adoecimento dos trabalhadores. Mais ainda: evidencia a necessidade de adoção de medidas e ações preventivas para mudar o atual cenário de morbimortalidade dos trabalhadores no Brasil.
O país registra uma morte por acidente de trabalho a cada três horas e 40 minutos, segundo o Observatório Digital de Segurança e Saúde do Trabalho. Em 2018, foram registrados, oficialmente (por meio do Certificado de Acidente de Trabalho), 466 mil incidentes.
No Distrito Federal, a média de registro é de 1,5 mil acidentes por mês, sendo a maior parte por exposição a material biológico, seguido de acidente de trabalho grave e intoxicação exógena (devido a agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados). A construção civil também está entre as áreas onde há mais acidentes. Entre 2012 e 2018, foram registrados 1.979 casos.
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