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29/07/2019 às 10:04, atualizado em 21/10/2019 às 12:04
Para tanto, o Plano Estratégico 2019-2060 prevê a diversificação da economia, a fim de reduzir a dependência do setor público na criação de postos de trabalho
A principal batalha apontada no eixo de desenvolvimento econômico do Plano Estratégico do Distrito Federal 2019-2060 (PED-DF), lançado em maio, é reduzir o desemprego para abaixo da média nacional. Para isso, a gestão deve atuar como indutor do crescimento, atraindo negócios, investimentos e turistas. A ideia é diminuir a dependência do setor público com diversificação da matriz econômica. A aposta da Secretaria do Trabalho é qualificação da mão de obra.
A crise econômica iniciada em 2014 ocasionou limitações no modelo de arrecadação e gasto do governo brasileiro. Para reverter o quadro que afetou emprego e renda, o governo se planeja para o futuro. Segundo a Secretaria de Fazenda, Orçamento, Planejamento e Gestão (SEF), a mudança dos indicadores depende de diversificação da economia, a fim de reduzir a dependência do setor público pelos postos de trabalho.
[Olho texto=”Atrair novos investimentos tem potencial de viabilizar a geração de emprego e renda no curto prazo, por meio da realização de obras em setores como saúde, educação, habitação e mobilidade, com consequente aumento da arrecadação” assinatura=”Adriane Lorentino, secretária adjunta de Planejamento da Secretaria de Fazenda, Orçamento, Planejamento e Gestão” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
“Uma alternativa que pode contribuir para o aquecimento da economia local é a atração de investimentos externos. Essa estratégia tem potencial de viabilizar a geração de emprego e renda no curto prazo, por meio da realização de obras em setores como saúde, educação, habitação e mobilidade, com consequente aumento da arrecadação”, observa Adriane Lorentino, secretária adjunta de Planejamento da SEF.
Hoje, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem taxa de desemprego de 12,7%. Enquanto isso, no DF, a Companhia de Planejamento (Codeplan) calculou, em maio, um índice de 19,4%.
Para alcançar a meta de reduzir o desemprego além da média brasileira, a intenção é ampliar de 5% para 20% o aproveitamento de vagas ofertadas pelas agências do trabalhador para que aumente a quantidade de pessoas como Antônio Tiago da Costa Neto.
Ele tem 42 anos e passou seis meses desempregado até conseguir uma vaga pela Agência do Trabalhador. “Me cadastrei pelo celular e vi a vaga. Fui na agência, peguei a carta de recomendação e deu certo. Foi muito rápido, cerca de 15 dias até conseguir”, conta o morador de Taguatinga, que agora trabalha como atendente em uma lanchonete. “Não é fácil ficar sem emprego. Acredito que com essa ideia de aumentar o aproveitamento vai melhorar bastante para o povo.”
Recém-desempregados após um trabalho temporário, dois motoristas têm, nas Agências do Trabalhador, a expectativa da recolocação no mercado. “Aqui, o acesso é mais facilitado. Você vem com a carteira de trabalho e eles encaminham. É mais eficiente que ie de porta em porta”, avalia Kássio Benhur, 28 anos.
“Parado não pode ficar. É claro que o governo tem que dar atenção à saúde e educação, mas, com trabalho, a gente consegue dar tudo isso para nossos filhos”, observa Rodrigo Souza, 31 anos. Por isso, ele considera positiva a intenção do governo de focar na geração de empregos.
Qualificação
“A Agência do Trabalhador é a última esperança do desempregado, quando ele não encontra alternativa em lugar nenhum. Hoje a gente não aproveita tanto as vagas existentes porque, apesar do encaminhamento, a pessoa geralmente não está qualificada. O plano é aproveitá-las com capacitação”, explica o secretário do Trabalho João Pedro Ferraz.
[Olho texto=”Precisamos de profissionais qualificados para enfrentar os problemas de futuro” assinatura=”João Pedro Ferraz, secretário do Trabalho” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Ele revela que o GDF prepara um grande programa de qualificação profissional. “Vamos criar um sistema de continuidade e permanente, de aperfeiçoamento ampliado a cada ano. Precisamos de profissionais qualificados para enfrentar os problemas de futuro”, diz.
O principal foco é naqueles com escolaridade baixa, que não tiveram oportunidade de uma instrução formal de qualidade. “São empregados que têm ensino primário, segundo grau incompleto e que temos que preparar para as tarefas de prestação de serviço que é carente no DF”, observa o titular da pasta. Por falar em capacitação, há a Fábrica Social, por exemplo, onde são atendidos cerca de mil alunos integrantes do Cadastro Único (CadÙnico).
Hoje, eles recebem ajuda de custo conforme produtividade, vale transporte e alimentação. Ferraz conta que o próximo passo será colocá-los no mercado de trabalho reunidos como cooperativas de microempreendedores ou encaminhados ao setor formal. Há parceria para vivência profissional, principalmente no setor de confecção, com estágio de 300 horas.
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MEI
O plano também é aumentar em 3,75% ao ano o número de microempreendedores individuais (MEI) e empreendedores com ampliação do serviço de intermediação para trabalhadores autônomos e profissionais liberais.
Há previsão, ainda, de ampliação dos programas de Concessão de Crédito utilizando recursos do Fundo para Geração de Emprego e renda do Distrito Federal (Funger), destinado ao apoio e financiamento a empreendedores econômicos que possam incrementar os níveis de emprego e renda.
Nesse assunto, a ideia é passar de 14,1% para 16% a participação de MEIs na economia criativa consolidando o Comitê de Gestão Integrada do Turismo, da Economia e da Indústria Criativa. Além disso, ampliar linhas de financiamento para a Indústria Criativa e elaborar um Plano de Promoção da Economia Criativa dentro e fora do DF.