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06/08/2019 às 19:01, atualizado em 06/08/2019 às 19:02
Ideia do projeto “Música não é barulho, música transforma” é levar atrações musicais para espaços públicos como escolas e unidades de saúde
A alegria e descontração invadiram o Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), nesta terça-feira (6), durante apresentação do projeto “Música não é barulho, música transforma”. Melodias animadas, dança e sorrisos deram um tom feliz ao local que, de forma humanizada, oferece atendimentos de saúde mental.
Na ocasião, pacientes puderam, ainda, expor bordados produzidos por eles próprios em oficinas promovidas pela unidade de saúde.
A transformação no nome do projeto não é por acaso. “Por acaso” foi a expressão mais mencionada pelos que apreciavam o evento. Entre eles o paciente M.S.S, 44 anos – que, por sinal, é músico.
“Além de ser bom para oxigenar o ambiente, a música tem esse poder transformador de acalmar, trazer alegria, de nos transportar. É maravilhoso”, testemunhou.
Para R.F.O, 20 anos, “a música toca a alma das pessoas e liberta as emoções”. Por isso, ele fez questão de agradecer aos responsáveis pelo evento. “Foi tudo muito bom”, elogiou.
“Esse tipo de evento tem uma importância muito grande. A música melhora de uma forma esplêndida a situação dos pacientes, e eles vão se sentindo parte de algo maior”, afirma o diretor-geral Hospital São Vicente de Paulo, Paulo Porto.
Segundo a produtora Mariana Cardoso, uma das idealizadoras do projeto, a ideia é levar a música para vários espaços públicos, como hospitais e escolas.
“A música não deve trazer conflitos, e sim coisas boas. É um momento de conexão, de trazer mais alegria, conforto. Acredito que a música nos transforma de verdade”, comentou.
As atividades musicais, em parceria com o Fundo de Apoio à Cultura (FAC), foram trazidas ao HSVP pela equipe de profissionais de saúde do Núcleo de Atividades Terapêuticas da unidade.
Oficina
À frente da equipe de profissionais, a terapeuta ocupacional Bruna Fassanaro explica que a oficina de bordado desenvolvida no hospital para os pacientes teve como foco, nesta edição do projeto, descobrir o que a música representa para as pessoas.
Depois de um mês de bordado, os resultados apareceram. “Teve desde estrelas do Popstar [programa de TV] a janelas que se abrem para o que é novo. A ideia era os pacientes expressarem no bordado aquilo que eles sentiam”, explicou a terapeuta.
No caso de E.M.F, 66 anos, paciente do ambulatório do HSVP, o próprio ato de bordar já se tornou uma expressão de determinação. Ela sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e ficou com parte de suas funções motoras imobilizadas. A situação a levou a uma depressão, que foi tratada na terapia ocupacional.
A árvore que E.M.F. levou pouco mais de um mês para criar revela todo seu esforço para exercitar a mão esquerda, parte não atingida pelo AVC.
“Como morei na roça por muito tempo, escolhi fazer algo que me lembrasse de lá. Foi um exercício muito bom, porque me ajudou a fazer melhor o que eu tinha dificuldade”, declarou.
A oficina de bordado para os pacientes é uma atividade fixa no HSVP. Ocorre todas as terças e quintas-feiras, com o suporte da equipe do Núcleo de Atividades Terapêuticas.
* Da Agência Saúde.