12/08/2019 às 15:58, atualizado em 14/08/2019 às 14:30

Alunos da Fábrica Social terão experiência em confecções locais

Secretaria de Trabalho reformula currículo de cursos e faz parceria para levar estudantes a estagiar em empresas

Por Renata Moura, da Agência Brasília

 

Denise Diniz, que participa das atividades desenvolvidas na Fábrica Social: “Quero aprender tudo que eu puder na empresa” | Fotos: Acácio Pinheiro / Agência Brasília

Os alunos do curso de confecção de vestuário, acessórios e materiais esportivos da Fábrica Social estão entrando numa nova fase. A partir deste semestre, além das aulas teóricas e práticas, eles vão aperfeiçoar o aprendizado, por meio de um processo de vivência na rotina de uma empresa privada (saiba mais no vídeo abaixo).

A iniciativa é parte de uma parceria entre a Secretaria do Trabalho (Setrab), o Sindicato das Indústrias do Vestuário do DF (Sindiveste-DF) e o Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico do DF (Codese-DF).

“Vamos dar ao aluno a oportunidade de vivenciar a rotina em uma fábrica pelo período de três meses, uma espécie de estágio; assim, ele adquire a experiência profissional e pode até ser efetivado”, afirma o subsecretário de Integração de Ações Sociais, Gerson Vicente. Os cursos da Fábrica Social, ele explica, passaram por uma reformulação pedagógica. Agora, os alunos serão capacitados para uma profissão.

Profissionalização

“Estamos seguindo as regras do Ministério do Trabalho para que a certificação na profissão seja emitida”, adianta Gerson Vicente. Quem optar pelo curso de confecção terá de participar, durante 12 meses, das aulas e do estágio. Findo esse processo, o aluno poderá ser capacitado para cinco profissões: costureiro de malha; costureiro em tecido plano; talhador industrial de tecidos; costureiro de assessórios e materiais esportivos; e ainda serigrafista e modelista.

“Como nossos cursos são oferecidos para pessoas de baixa renda, nosso objetivo principal é oferecer uma profissão para que elas possam ser inseridas no mercado, ou até mesmo para que possam empreender com seus próprios negócios”, destaca o subsecretário. A meta é formar, anualmente, pelo menos 1,2 mil pessoas apenas nessa modalidade.

Oportunidade

Mãe de três meninas, Denise Diniz, 27 anos, sonha com a oportunidade de costurar para as filhas e, no futuro, abrir um negócio. “Quero que minhas pequenas sejam as modelos para as roupinhas que vou costurar”, diz. Há três semanas participando das atividades na Fábrica Social, ela acredita que a oportunidade do estágio pode ser o grande diferencial do curso. “Quero aprender tudo que eu puder na empresa. Quem sabe eu consigo até ser uma funcionária contratada com carteira assinada”, planeja.

Seu sonho de ingressar nos quadros da empresa pode estar próximo da realidade. Isso porque a Secretaria de Trabalho, além de oferecer os cinco certificados profissionalizantes, vai colocar os dados de Denise no cadastro de emprego das agências do Trabalhador.

“Todos os nossos alunos farão parte de um banco de cadastro, para que o governo possa intermediar a contratação deles em alguma confecção”, explica o subsecretário de Integração de Ações Sociais.

O curso de confecção da Fábrica Social tem carga horária de 800 horas, incluídas 240 horas de vivência profissional dentro das empresas parceiras. A expectativa é que, a cada semestre, sejam atendidos pelo menos 300 alunos.

Assista ao vídeo: