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23/08/2019 às 15:11, atualizado em 23/08/2019 às 15:12
Serviço móvel de urgência se tornou essencial à saúde pública, com 6 mil atendimentos mensais
Os macacões azuis são conhecidos da população, com um trabalho indispensável à saúde pública do Distrito Federal. E agora em agosto, esse profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) festejam os 14 anos de atividades da unidade no Distrito Federal.
Nos 6 mil atendimentos mensais que as 37 viaturas do Samu fazem em todo o território do DF, muitas histórias emocionantes marcaram seus servidores, que, todos os dias, lidam com a vida e a morte.
Uma das ocorrências locais que ganhou projeção nacional foi a atitude do enfermeiro brasiliense Flávio Vitorino pelo diferencial humanizado no atendimento. No dia 28 de março, ele socorreu um homem de 87 anos com suspeita de infarto.
Na ocasião, o idoso disse que gostava de bolero, mas que não se lembrava de nenhum – ele é portador de Alzheimer. Então, Flávio cantou para o paciente enquanto prestava socorro.
“Fazemos o que é necessário para o atendimento acontecer. Sempre tento me colocar no lugar do paciente e oferecer um pouco de conforto no processo”, contou Flávio, que trabalha no Samu há 12 anos. “Para mim, é uma satisfação muito grande fazer parte dessa equipe”, ressaltou.
Os que estão há poucos anos na unidade também têm histórias para contar. É o caso da enfermeira Melline Resende, que hoje trabalha na parte operacional do atendimento. Na época em que atuava na sala de trauma, recebendo os pacientes das viaturas, atendeu uma pessoa que, mais tarde, descobriu ser neta do seu vizinho. O salvamento rendeu agradecimentos desde então.
Para Melline, os 14 anos de Samu representam toda a força de vontade dos profissionais para manterem a excelência do serviço. “Não importa as condições, ou as situações, fazemos o máximo que podemos para o melhor atendimento dos pacientes. Isso é o que mais importa para o Samu. Esse ‘sangue azul’ que dá forças para enfrentarmos todos os problemas”.
Atuando desde o início do Samu no DF, o médico Alexandre Garcia, hoje diretor da unidade, acredita que um dos melhores momentos na vida de um samuzeiro é saber o quanto seu trabalho ajuda na reanimação de um paciente. Um exemplo recente foi quando um bebê se afogou em uma bacia em casa e foi levado por sua mãe a uma das bases do Samu. Lá mesmo foi iniciado o trabalho de reanimação, que salvou a vida do pequeno.
“A mãe ficou muito grata e apresentou essa história comovente para nós. Toda vez que conseguimos reanimar alguém, e recebemos a visita dessa pessoa socorrida por nós, isso se torna uma história de sucesso. Quem salva uma vida, salva o mundo. E basta a visita de uma dessas pessoas aqui para ficarmos realizados”, contou Alexandre Garcia.
Evolução nos trabalhos
Para o diretor, em 14 anos de existência, houve uma evolução nos trabalhos do Samu. Ao longo desse período, a unidade precisou de mais profissionais, agora chamados por concursos públicos – uma vez que, no início, os servidores eram apenas deslocados de outras áreas para atuarem por meio de hora extra.
Também foram necessários mais equipamentos. Atualmente, a frota conta com 30 viaturas básicas e sete avançadas, 20 motolâncias e um helicóptero.
“Além disso, o tempo de resposta diminuiu, o treinamento dos médicos avançou, com uma quantidade de vidas salvas que não dá para mensurar. Inegavelmente, hoje não podemos ficar cinco minutos com o telefone fora do ar sem que a população sinta falta. O serviço já está enraizado na cabeça das pessoas”, ponderou.
Ao contabilizar todo o ano passado, o Samu recebeu quase um milhão de ligações – chegaram, na verdade, a 903.157. Dessas, 275.375 foram triadas e atendidas pelos médicos via telefone, sendo que 76.245 precisaram enviar viaturas.
[Numeralha titulo_grande=”903.157″ texto=”quantidade de ligações recebidas pelo Samu no ano passado” esquerda_direita_centro=”direita”]
Além disso, 68.004 ligações foram consideradas trotes, o que representou em torno de 7% do total. “Nesse ponto, ainda é preciso uma educação maior da população no uso do 192”, ressaltou o diretor.
Já neste ano, até agosto, o Samu recebeu mais de 590 mil chamadas, com a possibilidade de superar os números do ano passado. “Por dia, são mais de 2 mil ligações atendidas apenas pelos médicos. Lembrando que atendemos todos os dias, porque nosso plantão é de 24 horas”, afirmou o diretor.
Festa de aniversário
Como forma de prestigiar os 14 anos de existência do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, os profissionais da unidade vão organizar uma festa de aniversário para celebrar o momento. O evento será neste sábado (24), a partir das 8h30, no Parque de Apoio.
A programação prevê oficinas de primeiros socorros, exposição de animais peçonhentos, aulas de maquiagem, food trucks, orientações do Centro de Informações Toxicológicas do DF, entre outras atividades.
Serviço
Aniversário de 14 anos do Samu do DF
Data: 24 de agosto
Horário: a partir das 8h30
Local: Parque de Apoio
Endereço: SGAP, bloco G, ao lado do Clube da Saúde
* Com informações da Secretaria de Saúde-DF