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31/08/2019 às 10:00, atualizado em 30/08/2019 às 17:49
Produtores adotam irrigação por gotejamento, fertirrigação, microtúneis e manejos biológicos. Com isso, safra de 2019 vai chegar a 6 mil toneladas
Nos últimos anos, a cultura do morango obteve vários avanços, principalmente em variedades, técnicas de manejo e de produção. E isso possibilitou que a produção expandisse no Distrito Federal, região que não tinha tradição no seu cultivo.
Em 1995, quando surgiu a Festa do Morango, eram 60 hectares de produção. Atualmente, a área de produção é de 180 hectares. A estimativa é de que a safra chegue a 6 mil toneladas e que a produção movimente R$ 35 milhões em 2019.
“Pode-se destacar como principal fator do desenvolvimento da produção a introdução de novas variedades, com adaptabilidade na região, bem como tecnologias como irrigação por gotejamento, fertirrigação, microtúneis e manejos biológicos”, conta o gerente da Emater-DF em Alexandre de Gusmão, Hélio Lopes.
O papel da Emater-DF em conjunto com instituições de pesquisa consiste em aportar conhecimentos nas diferentes áreas, de modo a dar condições ao agricultor de ter boa rentabilidade e garantir a sustentabilidade na sua área de produção.
Além do aumento da produtividade, o uso de tecnologias tem proporcionado um avanço também na qualidade e na oferta do produto no mercado durante o ano todo. Dos 180 hectares de produção de morango em Brazlândia, 30 estão com cultivo protegido provenientes principalmente das Patagônias chilena e argentina.
O agricultor Cícero de Lima cultiva morangos em 3 hectares, sendo metade em cultivo protegido, o que permite colher na entressafra, que vai de outubro a maio.
“O custo de produção é maior, mas a vantagem de plantar na entressafra é que vendemos a caixa com quatro cumbucas a R$ 15, enquanto na safra uma caixa chega a ser vendida a apenas R$ 4”, explica.
Elzir Pereira dos Santos e o marido também têm investido no cultivo protegido. “Notamos uma melhora na qualidade do morango, e cultivando o ano inteiro conseguimos bons preços e atendemos a demanda dos nossos clientes. Nem precisamos sair para comercializar, nossos clientes buscam direto na propriedade”, diz.
Mulching
É a tecnologia usada para cobertura de canteiros de morangueiro com a finalidade de proteger o solo, manter a umidade, melhorar o aproveitamento de fertilizantes e qualidade do solo, reduzir a infestação de plantas daninhas, evitar o contato direto do morango com o solo, entre outros benefícios. O material mais usado hoje em dia são os filmes plásticos.
Irrigação por gotejamento
A quantidade de água demandada pela irrigação aumentou muito nos últimos anos, paralelamente à preocupação governamental com o uso dos recursos hídricos e energéticos. Nesse contexto, deve-se recorrer ao uso de métodos e técnicas de irrigação que minimizem o consumo de água e energia na produção agrícola.
O sistema de irrigação por gotejamento caracteriza-se pela aplicação de água em pequena quantidade e alta frequência na região radicular da planta. A irrigação por gotejamento tem apresentado vantagens em comparação com o sistema de aspersão, pois não aplica água sobre toda a área irrigada. Além disso, a irrigação por gotejamento tem potencial para atingir elevada uniformidade, possibilitando a aplicação de adubos via água de irrigação (fertirrigação).
Semi-hidroponia
O cultivo protegido semi-hidropônico é aquele em que o cultivo é feito em substrato (mistura de resíduos vegetais). Apesar de ter um custo mais alto para implantação, é uma boa opção para os agricultores que possuem área pequena para cultivo.
“Para evitar a contaminação do morango pelo solo, é preciso fazer uma rotação de culturas e para quem tem pouco espaço, nem sempre é viável”, explica Lopes.
Por isso, ressalta ele, o cultivo protegido semi-hidropônico diminui o risco de doenças nas plantas e pode-se colher por um ano e meio a dois anos, enquanto o cultivo convencional, no solo, vai só de maio a setembro.
Outra vantagem está relacionada ao bem-estar dos trabalhadores, que não precisam abaixar para o manejo e colheita. Entretanto é uma técnica ainda pouco usada no DF – apenas três produtores produzem nesse sistema.
* Com informações da Emater-DF