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19/09/2019 às 12:22, atualizado em 19/09/2019 às 12:29
Operações de menor porte e feitas com mais celeridade integram projeto Fila Zero
A necessidade de retirar a haste, colocada há cerca de um ano, para segurar os ossos da tíbia e da fíbula foi o que levou Jalisson Silva de Brito a passar por mais uma cirurgia. Como vinha fazendo acompanhamento ambulatorial no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), o médico indicou a retirada devido a uma infecção recorrente no local. Em um mês, o procedimento já estava em execução, para surpresa do jovem.
“Eu cheguei no início da tarde, fiz os exames e fiquei aguardando. Por volta das 10h da noite foi feita a cirurgia de retirada da haste. Eles estavam realizando muitas cirurgias ontem. Eu fique ‘de cara’”, relata o rapaz. Jalisson é motoboy e, há cerca de dois anos, sofreu fratura exposta em um acidente de moto.
O motoboy passou por cirurgia na noite da última terça-feira (17), bem como outros quatro pacientes. Este é o número de operações previstas para acontecer nas noites das terças-feiras. São pacientes que estão internados ou que aguardam em casa por uma cirurgia ortopédica.
Esses traumas não são de emergência, mas procedimentos de pequeno e médio porte, com pequena duração. A ação, chamada de Fila Zero, requer mobilização semanal extra de ortopedistas, anestesiologistas e demais profissionais comprometidos com o mutirão.
“Na ortopedia, são pacientes de urgência ou eletivas, que vão para o bloco cirúrgico a fim de dar vazão à demanda, que é grande, agilizando o atendimento ao paciente que aguardava internado. Alguns ficam no hospital por duas, três semanas, sem fazer a cirurgia devido aos atendimentos de emergência”, explica o gerente da Assistência Cirúrgica, Izailson Chaves Rocha de França.
Ele informa que os procedimentos mais comuns estão relacionados a fratura de rádio distal, fratura de tornozelo, de patela, lesões ligamentares e ruptura de tendões, entre outras. “A média é de 80% de cirurgia por fratura, pacientes com lesões que precisam ser tratadas, e 20% são de pacientes que precisam retirar material de síntese, como pinos e hastes.”
O gerente, que é médico ortopedista, explicou que à noite são realizadas apenas operações de urgência, colocando algumas salas de cirurgia à disposição neste turno. A proposta do Fila Zero é aproveitar o período noturno para os procedimentos de menor porte, realizando vários em uma única noite.
“Com essa medida, não temos fila de espera para este tipo de cirurgia”, conclui Izailson França.
Outra paciente beneficiada com a medida foi Joana D’Darc Alves Pereira, 56 anos. Ela foi chamada para retirar nove pinos do tornozelo que estavam causando incômodo e dor, impedindo-a de caminhar normalmente. “Quebrei o tornozelo em casa, mas achava que só tinha deslocado. Quando o médico fez o raio X, no dia seguinte, confirmou que estava quebrado”, recorda.
Joana D’Darc lembra: “Isso aconteceu há um ano e eu senti muita dor durante esse tempo, andando de cadeira de rodas. Agora, o médico resolveu tirar os pinos. A cirurgia foi marcada há cerca de um mês e, ontem [17/9], entrei para a sala quase à meia-noite. Agora, sinto menos dor”, relata a mulher, acompanhada pela filha e com previsão de alta para esta semana.
* Com informações da Secretaria de Saúde