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29/10/2019 às 19:12, atualizado em 29/10/2019 às 19:17
Procedimento não era realizado há mais de cinco anos
A primeira paciente submetida à cirurgia cardíaca de peito aberto no Hospital de Base, após a unidade ficar cinco anos sem realizar o procedimento, já está em casa. Luisa Andrade da Silva, 18 anos, retornou ao lar, em Brazlândia, nesta segunda-feira (28), depois de ter sido submetida ao procedimento no dia 21 de outubro. A operação durou três horas e foi realizada com absoluto sucesso.
“Minha filha foi muito bem atendida. Graças a Deus ela está se recuperando muito bem. O atendimento foi de primeiro mundo, nota mil. Ela recebeu o acompanhamento de vários profissionais como psicólogo, fisioterapeuta, médicos, enfermeiros”, disse a mãe, Ângela Marques de Lisboa Andrade, 56 anos.
A paciente nasceu com cardiopatia congênita benigna. Porém, nos casos em que não é feita a correção, ocorre disfunção cardíaca por volta dos 40 anos de vida, o que pode causar graves problemas. Trata-se de defeito no coração que ocasiona a mistura de sangue oxigenado com não oxigenado (comunicação inter-atrial).
“Estou muito feliz, porque sei que essa é a primeira de muitas cirurgias cardíacas de peito aberto que atenderão pessoas que precisam, assim como eu, de fazer uma cirurgia dessas”, disse a jovem que, em breve, deve retornar à escola.
A médica Tatiana Maia, cardiologista referência da cirurgia cardíaca do Hospital de Base, comemorou a excelência com que o procedimento foi realizado. “A cirurgia foi um sucesso e a recuperação foi dentro do esperado. Para nós, a retomada das cirurgias cardíacas de peito aberto, que são de grande porte, é um sonho que se tornou realidade. Sabemos que estamos salvando vidas e vamos ajudar o maior número de pessoas possível”, ressaltou.
A doutora ressaltou que o Hospital de Base sempre foi uma referência no Centro-Oeste para este tipo de cirurgia. Com o desabastecimento de todos os itens, houve a paralisação. “Por isso, trabalhamos pela reativação desse serviço e tivemos todo o apoio da direção”, ressaltou Tatiana Maia. Depois dessa retomada, o HB já realizou três cirurgias e mais uma está prevista para esta quarta-feira (30).
Segundo Tatiana Maria, foram feitas aquisições de diversos equipamentos e materiais hospitalares pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges -DF). “Hoje, temos todo o material necessário, indispensável para realizar uma cirurgia cardíaca, como próteses, monitores e a bomba de circulação extracorpórea – máquina que bombeia o sangue enquanto o coração é operado”, disse.
Cirurgia
Foram cinco médicos, sendo três cirurgiões cardíacos, dois anestesistas e um perfusionista (médico que opera a máquina de circulação extracorpórea), além de instrumentadores, enfermeira especializada em cirurgia cardíaca e técnicos de enfermagem. Porém, no total, são pelo menos 40 profissionais envolvidos em todas as etapas, antes e após realização de procedimento desse porte.
* Com informações do Iges-DF