06/11/2019 às 11:27, atualizado em 07/11/2019 às 10:44

GDF inspecionou 834.449 imóveis entre janeiro e setembro

Atividades de combate ao mosquito envolvem capacitação, ações educativas e visitas

Por Agência Brasília *

Atividades de combate ao mosquito ocorrem com frequência em todo o DF. Foto: Breno Esaki/Secretaria da Saúde


A Secretaria de Saúde inspecionou 834.449 imóveis, no Distrito Federal, nos primeiros nove meses do ano, para combater os focos do Aedes aegypti. O número é
quase 92 mil a mais que no mesmo período do ano passado. O uso de UBV, conhecido popularmente como fumacê, também foi intensificado em 2019: foram 989.526 aplicações do insumo, contra 62.855 no ano passado; e 39.528 aplicações de UBV costal, contra 19.625 em 2018. Além disso, foram instaladas 1.354 armadilhas.

“Também investimos na capacitação de servidores da Vigilância Ambiental. Até agora, foram sete turmas capacitadas, cerca de 280 pessoas. Nas duas últimas semanas de novembro, outros 60 profissionais serão treinados”, destaca o subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero, ao acrescentar que o DF está abastecido com o inseticida, garantindo a segurança da população.

A chuva e o calor formam o ambiente perfeito para que o Aedes aegypti se desenvolva. Para evitar que essa combinação aumente a incidência de doenças transmitidas pelo mosquito, a Secretaria de Saúde tem trabalhado na prevenção e conscientização da população. Agora, com a chegada das chuvas, todas as ações foram intensificadas. Nesta primeira quinzena de novembro, por exemplo, está sendo finalizado o quarto e último Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) deste ano. Com os dados, será possível traçar novas estratégias regionais, aumentando a efetividade das ações.

Atenção primária
A capacitação também tem sido frente de trabalho na Atenção Primária, importante aliada nas notificações e tratamento de casos de doenças transmitidas pelo Aedes, como a dengue. Os profissionais da Estratégia de Saúde da Família estão sendo preparados para atuar em cenários de prática de investigação epidemiológica, visando ao aprimoramento das ações de vigilância, prevenção e controle de arboviroses.

“Estas ações consistem em selecionar uma área de cobertura da Estratégia de Saúde da Família, respeitando critérios de capacidade operacional associados à existência de evento epidemiológico recente, como caso confirmado de dengue, nas quatro semanas que antecedam ao início da semana de atuação, no território”, explica o diretor de Vigilância Epidemiológica, Cássio Peterka.

As atividades já foram realizadas em quatro Superintendências Regionais de Saúde: Centro-Sul, Oeste, Leste e Sul. Desde o mês de julho, a Subsecretaria de Vigilância à Saúde tem mobilizado as regiões e sensibilizado os profissionais para a intensificar a capacidade de resposta e enfrentamento das arboviroses.

Manejo
A prevenção e controle das doenças também contam com manejo ambiental. A atividade consiste, dentre outras coisas, em retirar dos ambientes residenciais, comerciais e áreas públicas os materiais inservíveis antes que virem criadouros do mosquito.

A execução é intersetorial, pactuada com órgãos do GDF como Secretaria das Cidades, SLU, DF Legal, Corpo de Bombeiros Militar e, em especial, as Administrações Regionais. No geral, elas ajudam na localização dos inservíveis e fornecem apoio logístico – incremento de mão de obra e veículos – para remoção de material. A execução dessa pactuação é realizada de forma descentralizada pelos Núcleos Regionais de Vigilância Ambiental (Nuval).

Entre janeiro e setembro deste ano, os trabalhos foram intensificados em Santa Maria, Vila Planalto, Granja do Torto, Varjão, São Sebastião, Sobradinho, Taguatinga, Paranoá e Ceilândia. Em Taguatinga, por exemplo, foram 129 notificações de imóveis. Em Ceilândia, 75 ações de manejo, 124 casas abandonadas inspecionadas e três casas de acumuladores tratadas.

Enfrentamento
No final de outubro, a Secretaria de Saúde apresentou o Plano de Enfrentamento das Arboviroses (2020/2023). Ele foi elaborado em concordância com as áreas técnicas e a Sala Distrital, com objetivo de reduzir o número de mortes provocadas pelas doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Além disso, o documento pretende aumentar a efetividade das ações e diminuir o tempo de resposta no combate ao mosquito, minimizando as dificuldades decorrentes da sazonalidade e os riscos de epidemia.

As ações objetivam dobrar de 40 para 80 o número de veículos para aplicação do fumacê, reforçar com mais 200 pessoas o efetivo de agentes nas ruas, usar motos para reforçar pulverização de Ultra Baixo Volume (UBV) e contar com o apoio de 1,5 mil agentes do Corpo de Bombeiros.

O plano é organizado em cinco eixos temáticos: coordenação; assistência; vigilância; apoio logístico; comunicação, mobilização e educação em saúde. A ideia é organizar o espaço e a responsabilidade de cada órgão do DF nessa rede de enfrentamento do Aedes aegypti.

*Com informações da Secretaria de Saúde